27° capítulo

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Sentei na cama e joguei o lençol sobre minhas pernas, olhei a xícara com café fervendo e eu iria esperar esfriar um pouquinho

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Sentei na cama e joguei o lençol sobre minhas pernas, olhei a xícara com café fervendo e eu iria esperar esfriar um pouquinho. Respirei fundo e peguei o livrinho, era um infantil com desenhos. Eu achei na biblioteca do Rael, queria tentar ler alguma coisa já que não tenho o que fazer nesta casa.

Abri a primeira página e tentei ir juntando as sílabas, achei que seria fácil, eu conhecia as letras e sabia a ordem delas, lembro de ter escutado sobre sílabas, mas não sei juntar e ler uma palavra. Eu nem preciso dizer que não consegui concluir a leitura e joguei o livro no chão me cobrindo e virando de lado. O Rael tinha me dito que ia chegar cedo, mas já são dez da manhã e até agora nada.

Encarei o teto do quarto e fiquei pensativa, Rael pode sair, mesmo dizendo que é perigoso porque ele é bandido, e eu não posso. Peguei meu celular e mandei um áudio para a Antonella chamando ela pra vir aqui, estou com saudades. Desde quando teve aquele ataque ela ainda não veio me ver. Fiquei animada quando ela respondeu que viria. Sai daquela cama que estava me deixando agoniada, peguei o livro no chão e o deixei encima da mesinha de cabeceira. Prendi meu cabelo num rabo de cavalo e desci as escadas correndo. Ia preparar uma mesa bem bonita pra mim e pra ela. Peguei todas as coisas gostosas que tinham na geladeira e coloquei de forma bonita na mesa, peguei xícaras e outras coisas dentro do armário. Tinha bolo, pãozinho, presunto, queijo, peguei uma geleia que era do Rael e coloquei na mesa também. Esperei ansiosa por ela que chegou meia horas mais tarde. Abri um sorriso parada da porta quando Antonella passou pelos portões da mansão. Os três cachorros pararam do meu lado e eu me abaixei fazendo carinho neles.

— Aquela é a minha amiga, acho bom vocês se comportaren com ela— Falei e Bugatti deu um passo a frente olhando para Antonella— Calma Bugatti…vem aqui garoto— Segurei em sua coleira, óbvio que ele corresse eu não conseguiria segurar.

Os outros dois saíram pela porta e eu me aproximei de Antonella que desceu os olhos até os três e engoliu seco. Levei eles até ela e deixei que cheirassem a minha mãezinha.

— Eles mordem?—Indagou enquanto eles rodeavam os pés dela, não tirei os olhos deles.

— Só estam sentindo seu cheiro—Avisei e Aston foi o primeiro a sair e correr para o outro lado da casa.

Os outros dois saíram também e eu pude me aproximar dela e lhe dar um abraço apertado.

— Eu estava com muita saudade de você— Falei e senti ela acariciar os meus cabelos.

— Você está bonita— Me afastei e ela me analisou, olhando meus braços e pernas— Tá linda.

— Você também— Falei.

Antonella estava com os cabelos soltos partidos ao meio e usava um vestido curto com decote e com estampa florida.

— Vamos entrar— Lhe abracei de lado e segui para dentro da casa— Eu fiz um cafezinho pra gente tomar juntos…

— Eu tô com fome— Ela disse e eu sorri puxando uma cadeira pra ela. Me sentei do seu lado e sorri. Era bom ter uma pessoa pra conversar.

— Como estão as meninas da boate?—Indago servindo um pedaço de bolo pra ela.

— Estão bem…só a Gio que anda dando trabalho— Agora seria uma oportunidade pra eu saber se o Rael foi ver ela mais vezes, a Antonella não mentiria pra mim.

— O que ela fez?—Indago colocando um pouco de café no meu copo.

— Ela brigou comigo no outro dia, e eu fiz pensando no bem estar dela. Acredita que ela veio pra cima de mim? Eu a coloquei no seu lugar.

— Por que ela fez isso?

— Ela foi atender fora e quando voltou descobriu que eu tinha colocado um outro cliente para ser atendido por outra menina, sendo que ele ficaria com ela. O meu pensamento foi, ela vai chegar cansada…mas ela surtou dizendo que eu não devia ter feito e me xingou.

— Demite ela da boate Antonella— Falei— Deixa ela ir trabalhar num lugar onde não se importem com o bem estar dela, já que ela prefere assim.

— Eu tenho pena de tirar ela da boate…não quero que ela vá pra rua— Mordi a bochecha.

Realmente trabalhar nas duas é muito ruim, você se submete a cada coisa e não pode escolher né. Eu já trabalhei nas ruas quando tinha dezessete anos, ia a noite e fazia uns três programas, era muito ruim…ganhava pouco, pois na rua você não tem tanto valor quanto numa boate. E na sabe como o cliente vai te tratar e pior, você não tem segurança, não tem ninguém cuidando de você, então precisamos estar duplamente atentas.

— O Rael foi lá alguma vez?—Sondei comendo um pedaço do bolo— Ou ligou pedindo os serviços de alguma delas?

— Só uma vez…para a Gio, mas depois não teve mais.

Então ele não mentiu, não me importo que tenha transando com ela depois que nós casamos, afinal, eu cogitei pegar o Matheo quando estava com raiva dele. Eu me incomodaria se acontecesse agora, que a gente está se entendendo. Se ele me trair agora, não sei do que sou capaz.

— E como está o casamento com o Rael?—Indagou e eu dei de ombros.

— Estamos normal, a gente brigava bastante, agora não briga mais.

— Vocês já dormiram juntos?—Indagou me analisando.

— Sim— Suspirei— Estava bom…aí na hora do…— Gesticulei pra ela— Doeu muito…

— Ele parou?

— Eu fingi que não estava sentindo dor…do que ela percebeu, eu descobri que tenho uma tal de…endo…endometriose.

— Nossa, eu também tenho— Ergui a sobrancelha— Mas eu sempre tratei desde novinha.

— Eu já comecei a tratar, com um anticoncepcional— Ela concordou.

— O Rael já foi agressivo com você?—Ela pegou na minha mão. Balancei a cabeça negando— Ele já te bateu?

— Bom dia— Eu virei a cabeça em direção a sala quando Rael chegou.

Ele ouviu, com certeza ouviu, pois a cara não estava nada boa. Meu marido deixou o celular sobre a mesa e se aproximou da gente, nos olhando sério, mas especificamente para a Antonella.

—Bom dia Antonella— Disse o nome dela e senti a minha barriga revirar, ele falou tão sério que eu senti medo.

— Bom dia, Rael— Ela falou sem se levantar, olhei de um para o outro e senti algo estranho.

Era claro que os dois já se conheciam, eu não tinha dúvidas disso. Tinha um clima esquisito no ar.

— Eu vou tomar um banho— Ele se abaixou e me deu um selinho antes de sair da sala. Acompanhei ele com o olhar e depois me virei olhando a minha mãezinha.

— Vocês se conhecem— Falei atraíndo sua atenção.

— Me escuta aqui, se um dia ele levantar a mão pra você, não tenha medo de me contar.

— Ele nunca fez isso Antonella— Afirmei, pelo contrário, ele sempre foi bem paciente, eu sei que as vezes posso ser insuportável— E eu sei me defender, se um dia ele tentar alguma coisa, eu vou dar um tapa na cara dele.

Em Nome Da Máfia  - Livro 1 Série "Cosa Nostra"Onde histórias criam vida. Descubra agora