17° capítulo

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Entrei na cozinha na intenção de fazer nosso jantar, já que passariamos alguns dias sem ninguém aqui na casa de Taormina, esse é um dos meus lugares favoritos de toda a Sicília

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Entrei na cozinha na intenção de fazer nosso jantar, já que passariamos alguns dias sem ninguém aqui na casa de Taormina, esse é um dos meus lugares favoritos de toda a Sicília. Comprei essa casa a alguns anos, pois gostava de ter um anexo direto com o mar. Só não esperava vir pra nessas circunstâncias, mais foi necessário, até que resolvam toda a questão da segurança, vou ficar aqui com a minha esposa. E não pretendo deixar ela sozinha de novo.

Para a minha surpresa quem estava ali preparando a comida era ela, com certa difícildade em cortar algumas batatas por conta do pulso. Esmeralda estava calada desde que chegamos e a conhecendo um pouco, sei que deve estar pensando em mim formas de me matar e sumir com meu cadáver, ela estava em choque e com medo até de mim. Talvez eu tenha sido um pouco idiota.

Na noite de núpcias quando ela se jogou na cama me mostrando a bunda toda, usando aquela calcinha minúscula, ela dormiu na cama. Mas ela estava fedida a suor e álcool então a fiz ir pro banheiro e tomar um banho decente, eu achei que ela estivesse em condições de se lavar sozinha, só que ela caiu dentro do box. Foi uma merda, ajudei-a e depois fiz a mesma ir se deitar e dormir pra parar de me dar trabalho. O que me levou a manter e dizer que tínhamos transando, foi o fato dela vir pra cima de mim no banheiro, achei um pouco audacioso e quis mostrar quem mandava ali.

O problema é que agora ela me acha um abusador psicopata, bandido e tudo mais. Me aproximei da bancada e ela me olhou rapidamente antes de voltar a contar as batatas em cubinhos.

_ Precisa de ajuda?

_ Não_Foi grossa.

Observei o rosto dela, estava um pouco abatida e com um pouco de olheiras, mas não tinha parado pra ver que ela sem maquiagem, sem estar completando arrumada, tinha um rosto lindo, mas angelical até. E parecia muito nova.

_ Se quiser que a comida fique pronta hoje, infelizmente vai precisar da minha ajuda_Tirei a faca de suas mãos e comecei eu mesmo a cortar as batatas em cubos_ O que aconteceu hoje cedo, não vai se repetir, eu prometo pra você.

_ Se vocês não tivessem chego eles teriam me estuprado_ Parei de cortar os legumes e lhe encarei.

_Mas chegamos a tempo_Respondi.

_Mas você não é diferente deles, até pior se duvidar_Ela falou e eu voltei a fazer nosso jantar.

_ Nunca toquei em você tá bom?_Ergui as mãos em rendição_ Você tinha bebido pra caramba, e quando chegou no quarto ficou de jogando pra cima de mim. Aí dormiu do nada.

_ Acordei pelada e com dor no corpo_Ela cruzou os braços.

Em outras circunstâncias eu nem daria satisfação, mas não quero ter uma mulher me odiando, dormindo do meu lado na cama.

_ Eu levei pro banheiro pra tomar um banho, porque você estava com cheiro de álcool, te deixei lá, pensei que conseguiria tomar um banho, só ouvi o barulho e quando entrei no banheiro você estava caída no chão do box, deve ter sido por isso as dores, você tomou seu banho e eu te coloquei na cama pra dormir_A encarei_Eu não faria nada sem seu consentimento.

Ela ficou me olhando por longos segundos e eu levei as batatas até a panela com água quente e coloquei pra ferver. Esmeralda não disse mais nada, só ficou me olhando e eu queria muito saber o que se passava em sua cabeça.

_ Então nunca rolou nada?_Balancei a cabeça negando e joguei um pouco de sal na água do cozimento.

Eu acabei preparando toda a comida, mas fiz o que ela estava tentando preparar, batata amassada, salada com alface, tomate e pipino e carne.

Montei nossos pratos e coloquei sobre a bancada de mármore.

_ Mas...me conta de você Esmeralda_ Pedi mesmo já sabendo tudo sobre ela_A gente não teve tempo pra de conhecer.

_ Não tem muito o que saber de mim_Cortei um pedaço de carne e provei, estava delicioso. Olhei pra ela e como estava de coque vi uma marca amarronzada atrás da orelha, que misturava nos cabelos, era uma marca de nascença grande.

_ Sou filho único, meu pai morreu a um mês_ Ela arregalou os olhos e me olhou_ Tá tudo bem. Minha mãe mãe morreu quando eu tinha cinco anos. E como você sabe, eu sou o chefe da Cosa Nostra, a máfia Siciliana.

_ Você fala como se fosse normal.

_ No meu mundo é normal_Dei um sorriso pequeno.

Esmeralda espetou um tomate no garfo e comeu me olhando.

_ Eu.. não conheci meu pai, a minha mãe morreu quando eu era nova_ Ela deu de ombros_ E eu comecei a trabalhar.

_Onde você estudou?_Perguntei por curiosidade e vi das bochechas ganharem uma coloração avermelhada.

_ Nunca fui a escola_ Cerrei os olhos_ Não sei escrever, nem ler. Eu aprendi o básico, meu nome e sei ver uns números, Antonella me ensinou. Sei contar dinheiro. Mas não precisa ficar com pena_ Ela riu pela primeira vez durante a conversa.

Suspirei voltando a comer. Eu achava que tinha o maior dos problemas quando era adolescente, tipo, eu aprendia a lutar e malhava dias vezes por dia pra ficar em forma. Aprendia cinco línguas, estudava com professora particular, fazia aulas de tiro. E de vez em quando eu conseguia fugir da rotina, fugia mesmo, pulava a janela e ia pra alguma festinha. Me peguei pensando em como deve ter sido a adolescência dela, para chegar no ponte de não ter ido a escola quando era menina.

_ Quando você começou na vida?_Perguntei e ela me olhou encostando na cadeira erguendo as pernas as cruzando.

_ Com treze_Disse simplista dando de ombros.

_ Por que você não estudou?_ Queria ter certeza.

_Hum..._Ela abriu as mãos me pedindo pra esperar enquanto mastigava_ Minha mãe começou a me vender para os amigos dela_Eu pisquei um par de vezes, ela falou aquilo com a maior tranquilidade do mundo, como se fosse normal_Ai quando ela morreu eu continuei. Primeiro trabalhei uma boate onde eles exploravam a gente, ficavam com a maior parte da grana. Aí eu saí e fui pra rua, e depois conheci a boate da Antonella e me dei bem lá_Ela olhou pra aliança no dedo e sorriu.

Não tive coragem de perguntar mais nada, mais trataria de descobrir quem era de fato a mãe dela, espero que esteja queimando no inferno. Que mãe vende a própria filha? De treze anos?

                             ....🤮....

Me choca a naturalidade que a Esmeralda fala essas coisas.

Sempre soube que o Rael não fez nada com ela na noite de núpcias hahaha!

Em Nome Da Máfia  - Livro 1 Série "Cosa Nostra"Onde histórias criam vida. Descubra agora