Em Nome Da Máfia - Livro 1 Série "Cosa Nostra"

38° capítulo

Dois Meses Depois…

— Amor vai chegar…e quando o amor chegar o amor vai te abraçar o amor vai dizer o seu nome e você vai derreter só que às vezes o amor vai te machucar, mas o amor nunca faz por mal, o amor não faz jogo porque o amor sabe que a vida já é difícil o bastante— Esmeralda abaixou o celular e me encarou com um sorriso engraçado no rosto. Me abaixei na frente e lhe dei um selinho.

— É isso ai— Falei— Você foi incrível, só precisa tomar cuidado com as vírgulas, elas são importantes— Minha esposa concordou e eu levantei terminando de arrumar a minha gravata.

Era isso, Esmeralda tinha aprendido a ler, agora ela estava muito bem, mas ela passou muita raiva, ela ficava brava quando não aprendia algo. Mas ela se esforçou, as vezes ficava até tarde da noite estudando, e eu me sinto honrado por estar vendo a evolução dela.

Mas nem tudo são flores, roubamos a carga do Alfonso e descobrimos que o engraçadinho estava com seu exército muito bem armado. Melhores até que as nossas, mas roubamos tudo. Não deixamos nada pra ele, ele não roubou uma carga da Cosa Nostra e muito menos da N’drangheta. Está até quieto demais também, e isso tem me tirado o sono.

— Quando você vai tirar férias dessa sua vida de bandido?—Ela me abraçou e eu abracei a cintura.

— Sabe que me chamar de bandido é uma ofensa né?—Ela revirou os olhos— Quando as coisas resolverem— Respondi.

Encarei o ombro nú e me inclinei dando um beijo. Esmeralda e eu realmente não andávamos tendo tempo pra nada, era uma merda, pois quando eu chegava em casa ela já estava dormindo, ou a gente simplesmente não se encontrava. O dia que eu tiver Alfonso nas minhas mãos vou cortar algum membro dele por cada vez que não comi a minha esposa.

— Eu pensei que se você viesse pra casa cedo, a gente podia ir numa balada— Fiz careta pensando que odiava esse tipo de lugar— Você com certeza iria me levar pra alguma sala vip, vamos?

— Preciso ver se vou conseguir chegar cedo— Falei e ela piscou os cílios bonitos— Mas irei me esforçar.

Em todos esses meses casados, ela nunca tinha me pedido para sairmos assim, então não custava fazer um esforço, ela tem só vinte e três anos então precisa aproveitar.

Falando nela, Esmeralda ainda não deu abertura para o pai se aproximar dela, desde o que contamos, ela não teve contato com ele. Eu não quero forçar um encontro, mas estou vendo o desespero dele, a vontade de se aproximar e ela sempre recuando.

E mais uma vez eu prometi e não consegui, as nove horas da noite enviei uma mensagem dizendo que não daria pra gente sair e ela só reagiu com o ok e disse que iria dormir. Estava me sentindo um merda com isso, não conseguia tempo com a minha esposa, não conseguia chegar cedo, não consegui lhe dar uma lua de mel. Mas justamente hoje pegamos um soldado da Camorra em nosso território e precisamos interrogar ele, ele era fraco e antes que eu desse um tiro em sua cabeça, ele confessou que Alfonso estava armando uma pra gente, que queria pegar nossas cargas novamente, e que talvez ele mesmo viria fazer isso. Ah se eu pegasse ele em nossos território não teria piedade.

— É minha filha? Como está?— Luciano perguntou indo lavar as mãos sujas de sangue.

— Ela está bem, aprendeu a ler e escrever— Falei e ele me olhou com certo pesar. Muito provavelmente por não estar nesse momento e por ela ter aprendido essas coisas só agora.

— Eu queria me aproximar dela.

— Ela foge do assunto sempre que está comigo— Tirei minha camisa e peguei outra a vestindo.

— O que vamos fazer sabendo que ele vai nos atacar?

— Vamos estar prontos— Avisei e ele sorriu de lado.

Luciano era tão viciado nisso quanto eu.

Acabei tomando um banho ali no balcão mesmo, não queria chegar em casa e encontrar Esmeralda todo sujo de sangue. Ela não reagiu bem quando via esse meu lado, então preferia deixar o trabalho fora de casa.

— Vamos pegar ele no porto— Luciano continuou— Mas eu cuido disso.
(...)

Entrei em casa e fechei a porta, já eram onze da noite, então Esmeralda já não estava mais na sala, tirei meus sapatos e subi as escadas indo para o quarto.

Minha esposa estava dormindo e meus cachorros dormiam no chão envolta da cama, um de cada lado. Entrei no closet e troquei de roupa pensativo. Ela precisa ouvir o pai dela, até agora não estavamos pensando nisso. Mas Esmeralda e a única herdeira da N’drangheta, e eu não acho que ela vá querer assumir nada o que seu pai não estiver mais aqui e talvez eu precise fazer isso. Mas gostaria que ela convivesse com ele. Subi na cama e deitei ao seu lado. Amanhã eu não ia sair, iria dedicar meu dia completamente pra ela. Ela abriu os olhos e sorriu.

— Oi— Esmeralda deitou a cabeça bem perto do meu peito e eu lhe abracei.

Não sou muito fã desse negócio de dormir abraçado, mas ela parece adorar, toda vez que tem uma chance, ela me agarra.

— Amanhã vou me dedicar cem por cento pra você.

— Eu tava sonhando com nossos bebês— Ela deu uma risadinha, será que estava sonhando?

— Com Dobermans?

— Com os bebês de verdade— Ela me encarou e riu— Imagina uma bebê com a minha cara— Minha esposa riu se divertindo com a situação, eu não achava graça.

— Vai dormir— Pedi fechando os olhos.

— Ia ser tão legal uns nenéns por ai— Fiz careta.

— É legal até você perder noites de sono, até não ter tempo pra dormir, até a criança ficar chorando. Crianças são chatas Esmeralda— Falei.

— Mas são fofos.

— Depois crescem e se tornam irritantes— Ela me deu um peteleco.

Eu não precisava de mais uma criança pra cuidar, minha esposa já contava como uma.

Realmente não sinto um pingo de vontade de ter uma criança, não preciso disso. Talvez daqui uns dez anos quando eu realmente precise de um herdeiro. Mas agora, não. Além do mais achava Esmeralda muito nova pra ser mãe, acho ela sensível demais, e imatura demais. O silêncio tomou conta do quarto e quando olhei, ela já estava dormindo novamento me poupando do assunto sobre bebês. Ninguém merece.

                                ....🥺....

Ele tem pavo de bebês