36° capítulo

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                            RAEL

Tentei mexer meu ombro, mas acabei desistindo quando Esmeralda se mexeu e me abraçou ainda mais. Toquei seus cabelos e os afastei tendo acesso a marca atrás da orelha dela, estiquei meu braço e peguei meu celular. Abri a câmera e e tirei uma foto, tomei cuidado para que não aparecesse que ela estava nua, eu só queria a foto da marca mesmo.

Ontem quando saímos do restaurante eu dei meu jeito, para conseguir pegar os copos que Esmeralda e Luciano usaram, eram copos pequenos, então eu não tive dificuldade em roubar os copos do restaurante, não teria feito isso em outra situação, mas se eu tentasse comprar ele saberia, afinal ele é dono do espaço. E já pedi que Matheo envie para algum laboratório para realizar um testa de DNA. Não faço ideia de como será quando ele souber que tem uma filha, é pior, que ela era garota de programa. Tenho medo, não sei o que se passa na cabeça dele, talvez se sinta muito ofendido, mas se ele tentar tocar num fio de cabelo da minha esposa, não vou temer ao fazer mais um inimigo.

Voltei a minha atenção pra ela dormindo serenamente nos meus braços, incrível que nossa primeira vez tenha sido dois meses depois de casados. Mas foi muito foda, ela é tão gostosa, a mulher mais gostosa que eu já estive. Eu gosto que ela é tão safada quanto eu e não tem medo de nada.

Mas confesso que uma vez só não é suficiente pra mim, na verdade está longe, mas eu percebi que ela estava cansada então não forcei mais nada. O meu ombro estava ardendo, pois ela estava deitando com o peso todo encima de mim, me mexi novamente e dessa vez acabei acordando ela, que sentou na cama olhando em volta.

— A gente já chegou?—Indagou coçando os olhos.

— Não— Falei— Você não quer ficar mais uns dias aqui no iate? Podemos conhecer Nápoles— A garota fez careta.

— Não, eu não gosto de barco, nem iate, nada isso— Ela disse e eu olhei surpreso— Tenho medo do mar— Ela fez um bico fofo e eu me levantei dando um beijo em sua boca.

Voltei a deitar e coloquei os braços atrás da cabeça, desci meus olhos pelos peitinhos pequenos e muito gostosos.

— Sério?—Indaguei e ela assentiu voltando a deitar, dessa vez em seu travesseiro e de lado, de frente pra mim.

— Não sei nadar muito bem, só em piscina, quando eu era pequena me afoguei— Disse e eu me virei. Interessado em saber mais da vida dela.

— Foi muito difícil a sua infância?—Observei o rostinho angelical.

— Um pouco, hoje em dia aprendi a não deixar essas coisas me abalarem— Ela disse pensativa.

— A sua mãe era muito complicada?

— Ela não gostava de mim mesmo, quando comecei a ficar mocinha ela me olhava estranho, acho que sentia inveja por eu ser nova e ela está envelhecendo—Ela sorriu pequeno.

— Foi nessa época que ela começou a te vender?

— Foi sim— Eu achava estranho como ela era fria falando dessa fase da vida.

Afinal, Esmeralda sofreu abuso sexual por anos.

— Aí depois ela morreu— Ela virou de barriga pra cima e soltou um longo suspiro— Deixou um dívida com um cafetão, e ele veio atrás de mim.

— E te obrigou a trabalhar pra ele?— Ela virou só a cabeça e balançou em concordância, eu sabia como essa merda funcionava e só de imaginar a minha mulher passando por isso.

Era muito pesado, nas boates elas tem certa segurança, mas trabalhando pra cafetão, não tem nenhuma. Engoli seco, pois só de saber disso, sei que ela já trabalhou até na rua, fazendo vários programas por dia pra ganhar quase nada. Por alguns segundos deixei que meu ego me atingisse pensando em quantos homens ela ficava por dia, com quantos já esteve antes de mim,  engoli seco. Não era culpa dela.

Em Nome Da Máfia  - Livro 1 Série "Cosa Nostra"Onde histórias criam vida. Descubra agora