46° capítulo

3.2K 246 11
                                    

—Quando você achar o Alfonso, não é pra matar ele—Luciano disse

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

—Quando você achar o Alfonso, não é pra matar ele—Luciano disse.

Dei alguns passos a frente e chutei as caixas que estavam caídas pelo chão.

—Eu vou arrancar os membros dele, e fazer ele comer—Falei e ele riu.

Tínhamos matado todos os que estavam do lado de fora do galpão, nossos homens estão rondando pelo mato também, talvez tenham fugido. Abri uma das portas e não tinha nada. Deixei que ele também começasse a procurar e segui olhando em todos os lugares, tudo era velho e sujo ali, atirei contra uma caixa de papelão vendo o pó branco voar pelos ares. Sentia minhas mãos suarem segurando a arma. Eu estava com medo.

Parei no meio do corredor ouvindo o som abafado.

Dei alguns passo a frente e virei no corredor olhando a porta de madeira, velha e toda quebrada.

Andei a passos lentos e de novo ouvi o barulho.

Fechei os olhos por alguns segundos pedindo que a minha esposa tivesse viva.

Ergui a arma e empurrei a porta com tudo.

Meus olhos caíram no canto do quarto, a primeira coisa que eu vi foi a o rosto da minha mulher roxo, na bochecha, ela estava deitada no colchão velho, eu me lembraria disso!

—Ei—Falei tocando seu pulso.

Alguma coisa dentro de mim voltou a viver, era como se souber que ela estava bem, me deixasse tranquilo.

Olhei pelo quarto e comecei a tirar meu colete. Coloquei ela sentada, me certificando que estava bem. Meus olhos caíram no dedo mindinho da mão esquerda, não sabia se só tinha deslocado ou quebrado mesmo. Alfonso, seu filho da puta, vou quebrar cada dedo seu! Passei o colete envolta do seu corpo e depois fechei na parte de trás.

—Esmeralda_Balancei ela—Acorda…—Sacudi seu corpo e ela gemeu de dor—Vem, a gente precisa sair daqui—Falei ficando de pé, ajudando ela a levantar.

—Aí…—Ela tocou a lateral da barriga.

—Já vai passar—Falei saindo do quarto com ela quase desmaiada.

—Parado ai—Cessei meus passos quando vi Otavio Fontes.

Ele era um da Camorra, conhecido por ser impiedoso, não mais do que eu. Ele era o capo da máfia de Nápoles. Apertei Esmeralda contra meu corpo e ergui minha arma apontando pra ele. Ele olhou para ela e voltou a me encarar.

—Eu juro que não entendia como você foi capaz de se casar com uma vadia—Disse—Mas aí quando eu vi essa lidinha, entendi tudo.

—Posso trocar, vocês me levam, mas ela fica—Falei e ele riu.

—Eu não curto homens—Riu—Tenho que ela pro Alfonso conhecer…tenho certeza que vai…aproveitar bastante—Senti a raiva subir pela minhas veias. Engoli seco.

Olhei discretamente por cima dos ombros do imbecil vendo o pai dela se aproximar de forma muito silenciosa.

—Me dá a garota—Ele disse e eu abaixei a arma.

—Tudo bem—Falei vendo ele me olhar surpreso—Eu só queria falar que…não sem brinca com a Cosa Nostra—Ele franziu a testa e arregalou os olhos quando o primeiro tiro lhe atingiu no ombro.

Fazendo ele soltar a arma, e depois mais um, do outro lado. Octávio caiu no chão e eu peguei a minha mulher no colo e passei pelo idiota. Luciano se aproximou descendo os olhos pela filha.

—Leva ela—Concordei_Eu já chego em você—Já pego vocês.

Concordei saindo dali. Chegamos no carro e eu abri a porta colocando ela com cuidado, olhei em volta me certificando que não haviam inimigos. Nos exterminamos todos. Voltei minha atenção pra ela e tirei o colete com cuidado, ergui sua blusa vendo algumas marcas roxas na barriga. Cerrei os punhos.

—O que eles fizeram?

—Me bateram—Ela disse baixo—Tem…água?

Olhei dentro do carro, sai dali abrindo a porta da frente e peguei uma garrafa no chão do carro, dentro de uma bolsa pequena térmica, voltei para trás e me sentei ao seu lado, abri a garrafa e lhe entreguei deixando ela beber a vontade, enquanto isso eu analisei ela com cuidado, não parecia ter ferimentos além do que dava pra ver, as marcas roxas na barriga, provavelmente a chutaram, tinha as duas bochechas meio roxa e amarelada e o mindinho, quebraram o dedo dela? Sai dos meus pensamentos quando vi Matheo se aproximar e suspirar aliviado vendo ela no carro.

—O que aconteceu no seu dedo?—Perguntei quando ela deixou a garrafa e me encarou.

—Eu quebrei—Ela fez cara de dor olhando o próprio dedo—Pra tirar a algema…

Tá legal, não era qualquer um que tinha coragem de fazer isso, eu tenho certeza que alguns homens não quebrariam o próprio dedo pra se livrar de uma algema. Estava orgulhoso da minha garota.

—Tá doendo muito—Ela olhou a própria mão—Eu tô com muita fome e dor de cabeça.

Sai do banco e olhei Luciano sair do galpão, nossos homens já estavam entrando nos carros.

—Vai você na frente, eu vou aqui com ela—Matheo concordou entrando no carro e eu fechei a porta. Luciano entrou na frente e meu consigliere ligou o carro fazendo a ré, e dando a volta para irmos embora.

Devíamos estar a dez metros de distância do galpão, quando ouvimos a explosão, olhei pra trás vendo tudo indo pelos ares. Voltei a olhar pra frente e vi Luciano com um sorriso no rosto.
(...)

—Sente dor em mais algum lugar?_Eu olhei entre Esmeralda e o médico que estava atendendo ela.

Ela não teve grandes ferimentos, além dos hematomas e o dedo quebrado. Mas ele cuidou disso, passou alguns remédios, os ferimentos da barriga também não atingiram nada importante. Eu pensei que talvez ela pudesse ter quebrado a costela, mas não era isso, ainda bem.

—Só a dor de cabeça—Ela disse baixo.

Eu a ajudei a tomar banho, pois não tinha condições de fazer isso sozinha. Eu estava nervoso, Esmeralda não referiu uma palavra pra mim desde que chegamos em casa.

—Talvez seja por fome—Ele sorriu—Vou te liberar pra comer, coma coisas leves, pelo o menos agora. Pro seu organismo acostumar.

—Tá bom…

—De algo pra ela comer e a deixe dormir depois—Concordei ficando de pé, apertando sua mão—Qualquer coisa me ligue.

—Tudo bem.

Esperei o médico sair do quarto e me sentei do seu lado na cama, encarei o dedinho com curativo e cerrei os punhos.

_Ja vão trazer a sua comida—Levei minha mão até seus cabelos molhados e coloquei pra trás dos ombros.

—Tá bom—Ela fechou os olhos por alguns segundos e depois mordeu o lábio me olhando, parecia pensativa.

—Você casou comigo pra causar uma vergonha no seu pai?_Indagou me olhando curiosa.

Franzi a testa e suspirei. Eles contaram pra ela...

Continua...

Em Nome Da Máfia  - Livro 1 Série "Cosa Nostra"Onde histórias criam vida. Descubra agora