two

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Flashback ON

Eu estava na banheira com minha irmã, Charlotte. Hoje era um atípico dia bom, as vozes me deram um tempo, eu estava feliz.

Minha irmã brincava com patinhos de borracha na água espumante e eu ria dela.

- Lottie, você já tem 17 anos! - Eu falei sorrindo.

- Patinhos de borracha são bons em todas as idades.

Eu gargalhei e minha vida poderia ser eternamente assim.

Mas infelizmente, a vida não é como queremos.

Olá, Louis.

Eu bufei. Talvez elas fossem embora.

Você sabe que não gosta dessa menina, Louis. Ela lhe faz mal.

Eu continuava negando com a cabeça e sorrindo para Chars que brincava com seus patinhos, os fazendo conversar.

Ela te odeia. Ela lhe quer morto.

- NÃO!

Lottie me olhava assustada, seus olhos estavam arregalados a ponto de deixar sua pupila dilatada. Ela sabia.

Ela sente medo de você. Ela o odeia. Por que não a mata?

As lágrimas já se formavam em meus olhos azuis, eu estava encolhido. Minha cabeça estava doendo.

- Lottie, s-saia! - Eu implorava para a menina assustada a sua frente.

- Não, Louis. Você é mais forte que isso.

Você não é forte, Louis. Ela quer que você a mate.

Eu tremia fortemente e tentava não olhar nos olhos de minha irmã, isso era tão doloroso. Eu era um monstro.

- Louis, me escute.

Mate-a.

- Pare, porra! Pare! - Eu balançava a cabeça e me encolhia, a menina parou de falar e estava encolhida ao longe.

Nós o deixaremos, basta matá-la.

Então eu fui para cima de minha irmã e afundei sua cabeça na banheira. Ela lutava sobre meu aperto e seus pulmões buscavam oxigênio de todas as formas possíveis.

- Me desculpe, Lottie.

Eu estava chorando. Minha irmã estava morta.

Eu havia a matado. Eu sou um assassino.

Você é um bom menino.

Nada fazia sentido, somente as lágrimas que rasgavam meu rosto. Eu olhava para Charlotte morta a minha frente e tudo em dentro de mim gritava culpa.

Eu era o culpado. Eu era um lixo.

Minha irmã estava morta e eu era o culpado.

Flashback OFF

Acordei com uma pessoa me balançando levemente. Mas essa pessoa não era real.

Eu havia sonhado com Lottie novamente, eu tenho saudades. Eu sinto falta da minha irmã.

Quem deveria estar no lugar dela sou eu.

- Louis, acorde.

Havia um homem ao meu lado. Um homem mais bonito que os vultos típicos de minha mente.

Vultos não eram reais. Essas pessoas também não. Eu já havia me acostumado, apenas não conseguia os deixar.

Me sentei sobre a cama e olhei para os lados, talvez ele fosse embora.

- Converse comigo, Louis. - O homem falava.

- S-s-saia, v-você não é real. - Eu estava olhando para o teto branco do quarto, não podia olhar para ele.

- Eu sou real, Louis. Eu sou o Harry. De ontem.

Harry. Eu lembro de Harry.

- Você é r-real?

- Eu sou. Converse comigo.

Eu neguei rapidamente com a cabeça.

- Elas não deixam. - Continuei negando.

- Elas quem? - Harry estava sentado ao meu lado, extremamente perto. Perigosamente perto.

- As v-vozes. - Eu disse me afastando.

- Elas estão aqui agora?

Eu neguei com a cabeça, elas não estavam.

Por que elas não estavam?

- Isso é bom.

Assenti sorrindo e vendo o sorriso do homem.

Seu sorriso era bonito, haviam buracos em suas bochechas que o deixavam fofo e seus olhos verdes brilhavam.

- Por que você tem buracos no rosto? - Eu disse e logo ouvi a gargalhada de Harry.

- São "covinhas". - Ele disse fazendo aspas com as mãos. - Estranhas, não?

Eu sorri e neguei. Era bom conversar com Harry.

- Lhe deixam fofo.

Ele corou.

Por que você está falando com ele?

Eu bufei quase inaudível. Elas estavam de volta.

- Elas estão aqui? - Harry perguntou.

Assenti com a cabeça e me encolhi ainda mais na cama.

- Shhh, se acalme. Presta atenção em mim, okay?

Assenti novamente.

Ele quer o seu mal.

Eu neguei, ele não quer o meu mal. Eu podia superar isso.

- Como elas são? Você as vê?

- N-não, e-eu as escuto.

NÃO FALE!

- E-elas não querem q-que e-e-eu f-fale. - Eu estava chorando e o homem se aproximava cada vez mais.

Ele colocou sua mão por cima da minha.

Não o deixe te tocar. Ele quer ver você sofrer.

- Me escute, Louis. Você é mais forte que isso, okay?

Então eu pensei em Charlotte. Eu não fui forte com ela. Eu a deixei morrer, eu a matei.

- E-eu não sou forte, eu n-não fui forte com Charlotte. - Minha voz falhou ao pronunciar a voz dela.

Você a matou por que é fraco.

- Charlotte?

Eu neguei com a cabeça, não queria falar.

Ele assentiu.

- Você pode passar por isso, pequeno. Ponha isso na sua cabeça. Pense em algo que você goste.

Eu pensei em Harry, ele era algo que eu gostava. Eu podia passar por isso.

Harry está comigo.

Você vai morrer.

- Faça-as ir embora. Diga.

- Vão embora! - Eu gritei.

NÃO!

- Vão embora. - Eu repeti, num sussurro com lágrimas.

Harry segurava minha mão enquanto fazia carinhos na mesma.

- Você ficará bem.

Eu assenti e o menino ficou assim, ficou comigo.

E elas foram embora.

schizophrenia » larryOnde histórias criam vida. Descubra agora