nineteen

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- Não! - Abri meus olhos assustado quando ouvi a voz rouca de Harry ecoar por entre o quarto. - Ele está apto a ir embora!

Sua voz parecia cansada e quebrada. Por quanto tempo eu havia dormido?

Louco.

Meus olhos ainda estavam abertos e focados somente na parede. A claridade da luz fazia minha visão arder e algumas lágrimas formarem-se em minhas orbes.

- Filho, shhh. - Ouvi a voz baixa de Anne e logo os soluços do meu garoto estavam sendo abafados.

- Ele surtou a três dias atrás, Styles. Louis não está apto a ir embora.

Meu coração comprimiu-se, a sensação de liberdade estava me deixando novamente.

Harry brincava comigo, dizendo que eu seria um homem livre daqui a alguns dias. Dizia que eu poderia ser libertado e viveria feliz, poderia ir até mesmo para a faculdade.

Mas isso estava escapando das minhas mãos novamente.

Você nunca vai ser livre.

Ouvi algumas fungadas vindo do outro lado e Harry tentou falar, novamente perdendo-se em meio à lágrimas.

Meu corpo inteiro doía, minha cabeça parecia latejar e as tonturas instaladas ali estavam piores. Gritos estridentes estavam sendo proferidos em minha mente.

- Nos dê uma chance, um prazo. - Por fim o menino falou.

- Harry, você precisa parar de pegar a responsabilidade para você. - O homem bufou. - Eu sei que vocês são namorados e adoro isso. Você ajudou Louis de todas as formas possíveis, mas essa é a a luta dele.

Todos te deixarão.

Imaginei os movimentos do garoto de cabelos encaracolados, sua cabeça provavelmente estava movendo-se para os lados em formato de negação. Suas mãos em seus cabelos e uma expressão furiosa em seu rosto.

- Eu não deixarei ele lutar sozinho. - O tom que saía de sua boca era firme e forte.

O médico respirou fundo e eu queria me virar para encontrar os olhos do meu menino.

- Sete dias. - Ele falou. - Louis tem uma semana. Ajude-o ou ele mesmo pode ajudar-se, mas se entre esses dias o garoto tiver qualquer crise, ele ficará.

Sua ênfase na palavra fez meu corpo tremer, não conseguindo aguentar, virei meu corpo. A cama rangeu e quatro pares de olhos perfuraram-me.

- Lou! - Harry correu em minha direção, deixando minha mãe e a sua paradas junto com o médico do local.

Anne estava com um sorriso amigável no rosto assim como o médico, Johanna estava com uma expressão totalmente ilegível. Eu não conseguia entender.

- Você está bem? - Sentei na cama, encostando minhas costas na cabeceira e assistindo o menino arregalar seus olhos.

Ele sente medo de você.

Assenti para ele, forçando um sorriso fraco. Suas covinhas abriram-se conforme ele visualizou meu rosto.

- Está mais calmo?

Abri a boca para falar, mas minha voz não saía. Era como um sonho onde você tenta gritar e não há cordas vocais.

- Água. - Foi tudo o que pode sair de meus lábios, ele assentiu rapidamente, correndo até a jarra transparente e enchendo um copo.

Johanna aproximou-se de mim com um sorriso carinhoso, sentando na ponta da cama.

- Parece que você realmente o ama.

schizophrenia » larryOnde histórias criam vida. Descubra agora