Acordei novamente em um hospital. Isso está se tornando repetitivo.
Olhei para o lado na esperança de ver Harry dormindo na cadeira ao meu lado, mas ele não estava ali.
Suspirei e tentei me sentar, deixando rolar pequenas lágrimas apenas com esse movimento. Então com alguma força que me restava apertei a campainha que havia ao lado da cama.
Uma enfermeira apareceu. Ela era jovem, seus cabelos eram morenos e seus olhos verdes. O contorno de seu rosto me parecia familiar.
- Oi querido. Como está se sentindo? - Ela disse simpaticamente.
Ela está fingindo se importar.
- D-dói. - Falei apontando para minhas costelas.
- Pode definir a dor de um a dez, amor? - Eu conhecia essa voz.
- Sete.
Ela colocou a mão em minha testa e eu estremeci com o toque.
- Você quase teve uma overdose de remédios, Louis. E está com duas costelas fraturadas.
Você é o culpado.
- Está tudo bem. A mulher não trabalha mais lá.
Assenti.
A porta se abriu lentamente e Harry entrou com um café e uma rosquinha em suas mãos.
- Bom dia, mãe. - Mãe?
Eles estão te usando.
- Louis! Você acordou. - O menino largou as coisas em uma bancada do pequeno quarto e se aproximou de mim.
- Mãe? - Foi tudo o que consegui dizer.
- Sim, Lou. Anne é minha mãe. A melhor enfermeira do mundo.
A mulher sorriu e eu pude ver as covinhas em seu rosto, covinhas como as de Harry.
Ele também estava com um sorriso em seus lábios e eu corei, me permitindo os acompanhar.
- Seu sorriso me faz sorrir. - Falei para Harry e ele se aproximou ainda mais de mim, deixando um beijo em minha bochecha.
Saia de perto.
Soltei um grunhido e respirei fundo.
- Elas estão aqui? - Harry perguntou e eu assenti lentamente com a cabeça.
- Bem, eu vou te dar um remédio para a dor, querido. E depois deixarei vocês a sós, tudo bem?
Assenti novamente e ela me deu dois comprimidos, falando para engolir ao mesmo tempo.
Os tomei e Anne saiu, me deixando com Harry.
- O que aconteceu noite passada?
- E-eu sonhei... - Comecei a falar, mas elas me interromperam.
Não diga!
Respirei fundo e tentei conter as lágrimas que se formavam.
- Amor, olha pra mim. - Neguei.
- Eu sou uma vergonha.
O menino de cachos segurou minhas mãos e se sentou na ponta da cama.
- Se concentre em mim, não nelas.
Ele está te usando, Louis.
- Eu não mereço ter você.
- Lou... - O interrompi.
- Não, Harry. Eu não mereço. Sou somente um louco que faz o que pessoas inexistentes mandam. Eu não tenho controle de mim mesmo, Harry! Eu não mereço ninguém.
O garoto fungou e eu o olhei, havia uma lágrima rolando por sua bochecha. Quis arrancar meus cabelos fora.
Você é um monstro.
Passei a mão por ali e limpei a água que caía de seus olhos.
- Se você soubesse como minha vida era antes de você chegar, jamais diria isso. Você me salvou, Louis Tomlinson. Não o contrário.
Mais algumas lágrimas estavam se formando e meu coração estava cada vez mais aperto.
Você faz Harry sofrer.
- Não chore, por favor. - Sussurrei baixinho e fiz carinhos em sua bochecha.
- Nunca mais fala isso.
Ele enfim olhou em meus olhos e eu via a tristeza estampada ali. Essa tristeza que o deixava ainda mais bonito, ainda mais completo.
Eu não queria fazer Harry sofrer. Não queria ver seus lindos olhos tão cheios de lágrimas.
- Me desculpe.
Ele assentiu com a cabeça e segurou minha mão, que ainda estava em sua bochecha.
- Elas ainda estão aqui? - Neguei com a cabeça. - Pode me contar o que aconteceu?
- E-eu sonhei com minha irmã. Eu a matei, Harry. Esses pesadelos continuam me perseguindo, como se não bastassem as vozes.
Harry se aproximou ainda mais de mim.
- Não coloque na sua cabeça que foi você quem a matou, bebê. Foram elas. - Assenti.
- Eu acordei e elas começaram a falar coisas feias, me chamando de querido. Eu não gosto. - Suspirei. - Então eu soquei a parede repetidas vezes.
O menino me olhava com uma expressão assustada e eu me esforcei para não chorar.
- Você tem medo de mim. - Sussurrei.
- Não, Lou. Eu tenho medo de você se machucar, tenho medo de ter que colocar na minha cabeça que perdi você. - Ele desviou o olhar.
Eu quis prometer para Harry que não me machucaria, prometer que ele não iria me perder. Mas era tão difícil.
- Eu machuquei meus dedos. E doeu para colocar-los no lugar. A m-mulher ouviu meu grito e me jogou na c-cama.
Os olhos do menino maior ficaram vermelhos de raiva e ele beijou minhas mãos enfaixadas.
- Ela não irá mais te incomodar.
- Não tinha fuga, não havia ajuda. Eu estava sozinho. - Eu já soluçava.
- Você não ficará mais sozinho, amor.
Harry beijou minha testa e fez carinhos em minha bochecha.
- Nunca mais.
Ele te deixará.
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schizophrenia » larry
FanfictionEsquizofrenia: Doença que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. Na tentativa de livrar-se das vozes em sua cabeça Louis faz o necessário, mortes estão incluídas no pacote. Ao tentar atacar sua última pessoa amada é internado em uma c...