eighteen

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Acordei e passei a tatear a cama, em busca de encontrar Harry dormindo ao meu lado, mas não havia ninguém ali.

Respirei fundo, meus olhos ainda fechados e meu corpo encolhido ao lado da parede.

- Filho... Você está acordado?

Não pode ser. Não! Isso é apenas uma ilusão da minha cabeça, não irei responder.

Ignorei a voz em minha cabeça, voltando a respirar normalmente. Fechei meus olhos, forçando-me a dormir.

- Lou... - A voz da mulher falou novamente.

- Você não é real. - Passei minhas mãos pelo lençol da cama, agarrando-o com força.

Burro.

- Eu sou, filho. - Senti mãos em meu cabelo e rapidamente abri os olhos, balançando minha cabeça para livrar-me do toque.

Com minhas orbes pude observar cada pedaço da mulher sentada ao lado da minha cama. Suas mãos ainda estavam descansando no colchão e em seu rosto continha um olhar preocupado.

- Você acordou.

Mate-a.

Sentei-me na cama, arrastando meu corpo para trás e prendendo minhas costas na cabeceira do local onde estava deitado.

Minha cabeça ainda doía fortemente, como se meu coração pulsasse exatamente neste lugar. Uma dor constante e ríspida que fazia alguns lágrimas formarem-se dentro de mim.

Mesmo ainda não aparecendo em meus olhos, eu estava chorando por dentro. Eu estava em um caos, meus olhos não se abriam novamente, não podendo olhar para a ilusão da pessoa tão amada à minha frente.

Meus pensamentos e meu coração estava totalmente de cabeça para baixo, havia uma tempestade acontecendo dentro de mim. E eu já devia ter me acostumado com essa dor, com essas crises.

Eu não poderia ser feliz, jamais. Eu não poderia amar, não foi para isso que eu havia sido feito.

- Filho, não chore.

Só então notei as lágrimas caindo de meus olhos e balancei minha cabeça, pegando o travesseiro que estava ao meu lado.

Abracei-me com força no objeto macio, comprimindo um grito que precisava ser liberado. Então me deitei, ainda chorando e apertando o pequeno travesseiro de penas em meu rosto.

Você mata todos ao seu redor.

Aos poucos o oxigênio faltava em meus pulmões, meus sentidos cerebrais diziam-me para respirar, mas eu não podia.

Mesmo contra minha vontade meu subconsciente corria atrás de ar, meus braços balançando-se e eu podia ouvir a mulher ao meu lado gritando.

- Louis!

Morra.

A voz de Harry soou forte em minha cabeça, proferindo um tapa de realidade em meu rosto. Ele me segurou, virando meu corpo e agarrando o travesseiro.

Porém minhas mãos estavam presas ali com toda a força existente em meu corpo, a qual consequentemente não foi suficiente.

Harry jogou o objeto para longe e me puxou para seus braços, abraçando-me com violência enquanto beijava meus cabelos e sussurrava coisas indecifráveis.

- Amor, abra os olhos. - Sua voz rouca soava fraca em meu ouvido direito.

A dor proferida de seus lábios só me fez força-los ainda mais. Mas minhas mãos por fim agarraram sua nuca, o abraçando.

- M-mande-a e-embora. - Sussurrei, apertando o tecido de sua camiseta com meus dedos.

- Jay, você pode esperar lá fora por alguns minutos? - O som era distante e eu podia sentir seu pescoço virado para o outro lado.

Segundos passaram-se e pude ouvir o rangido da porta, logo depois a batida da mesma.

Você afasta a pessoa que mais quer ver.

- Pode abrir os olhos agora? - Sua cabeça estava apoiada ao meu ombro direito, sua respiração descompassada trazia arrepios aos pêlos da minha nuca. - Com cuidado, amor.

Tentei fazer o que Harry havia pedido, mas meu cérebro não atendia meus comandos. Era uma guerra interna dentro de mim. Minha mente estava contra meu corpo e contra o menino de olhos verdes. Mas meu coração estava ao seu favor.

- N-não consigo. - Meu rosto estava preso ao peito do garoto, minhas narinas inspiravam o seu cheiro doce para o meu corpo.

Seu leve odor me preenchia por completo, fazia-me sentir as estrelas.

Aos poucos senti minha pulsação acalmando-se, seus braços ainda faziam carinhos em minha cintura e meus dedos estavam presos em seus cachos castanhos.

- Abra os olhos, bebê. - Seu sussurro era fraco e apelativo.

Você verá um monstro.

Passei a acalmar minha respiração, colocando em minha cabeça que era apenas Harry em minha frente. Mas as risadas das outras pessoas não deixavam, eu não tinha um momento de paz.

- Por favor. - Chorei, apertando-o ainda mais forte. - Faz parar, por favor.

Isso nunca passará.

As lágrimas não pensavam duas vezes antes de descerem pelas minhas bochechas. Eu sentia meu corpo sem vida e fraco, sentia como se não pudesse respirar.

Você merece tudo o que está acontecendo.

- Por favor. - Apertei o tecido macio de sua camiseta, eu ao menos havia visto a cor da mesma.

Senti meu corpo sendo tomado em seus braços e ele deitou-me no colchão, deixando um beijo em minha testa e se afastando.

- Não! - Gritei. - Harry, por favor. Por favor, volte.

Meu corpo tremia como se uma convulsão estivesse o tomado, a pulsação de meu coração batia como um martelo em minha cabeça.

Ele não aguenta você.

Ouvi o rangido da porta novamente e como um cego senti meu corpo sendo levantado.

- Eu odeio fazer isso. - Pelo tom de sua voz eu podia sentir as lágrimas que estavam escorrendo pelo seu rosto. - Desculpa, Louis.

Aos poucos ele mexeu em meu maxilar, fazendo minha boca ser aberta e pondo alguns comprimidos em minha língua.

- Engula, amor. Por favor. - A fraqueza era visível em si. - Não deixe isso pior.

Não tome!

Cegamente, peguei o copo de sua mão e bebi a água junto com os remédios.

Deitei-me novamente, sentindo Harry ao meu lado. Seus braços me envolveram com força, apertando meu corpo contra o seu.

Suas lágrimas molhavam minha nuca e as minhas caíam com facilidade em sua roupa.

Nós voltaremos ainda piores.

Abri meus olhos, olhando em suas esmeraldas e sem perceber sorrindo. A água estava instalada em suas bochechas, mas ele forçou-se a me imitar.

Deixou um beijo em meus lábios e novamente meus olhos obrigaram-se a fechar pelo efeito dos remédios.

N/A: Vocês preferem s2 no mesmo livro ou livro diferente? Respondam, por favor!

P.S: Comentem mais, por favor. É desanimador ficar sem comentários :(

All the love.

schizophrenia » larryOnde histórias criam vida. Descubra agora