Ponto de espera.

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Louise Collins.

Estávamos na floresta matando alguns podres que nos pararam, primeiro faríamos um desvio para Arbart Hills o ponto de encontro onde Geórgia deixou alguns suprimentos e depois partiríamos para Meridian.

-a gente tem que continuar, os outros já estão no posto avançado.-Maggie lembrou ofegante voltando a caminhar.

-ou pode ser só a gente.-Negan lembrou quebrando as esperanças da viúva.-o jeito disso dá certo é se confiarmos um no outro.-disse o Smith.

-por que eu confiaria em você.-perguntou Maggie caminhando atrás dele.

-eu não sei, Maggie. Porque você quer ficar viva. Eu também.-respondeu o salvador como se fosse óbvio.

-se eu continuar viva vai ser apesar de você, não por sua causa.-falou a Rhee com ego.

-cruz credo meu pai, se é assim que você se sente então por que ainda não me matou.-indagou o homem quase sendo morto pela viúva que atacou uma faca na direção do mesmo, ele se agachou.-porra.-Negan soltou um palavrão olhando pra trás tendo a visão de um zumbi já no chão.

-eu me faço essa pergunta todos os dias.-assumiu a Greene me tirando uma risada nasal. Caminhamos por mais algumas horas até chegar nas casas abandonadas, entramos em uma dela, tudo está limpo.

-acho que ninguém veio aqui então.-começou a dizer o salvador querendo ir embora.

-então a gente espera.-completou a Rhee o cortando.

-tá. Quanto tempo.-questionou Negan se aproximando.

-quando tempo gostaria que esperassem por você.-Maggie respondeu com outra pergunta enquanto mexia nos enlatados de comia. Eu tô com fome.

-quanto mais a gente fica aqui mais chance desses lunáticos alcançarem a gente. O que você acha da gente levar essa comida, eu sei que não é muito, mas pelo menos é alguma coisa.-Negan tentava convencer a mulher.

-isso não é nada. A gente tem que alimentar uma comunidade inteira.-lembrou a Rhee perplexa.

-Maggie precisa saber aceitar as perdas.-Smith dizia isso. Que irônico.

-só que essas perdas são a minha gente.-ela lembrou ele.

-eu sei mas você ainda tem gente, você ainda tem o Harshel.-dizia o salvador tentando convencer ela.

-você acha que eu não sei disso. Esse é o motivo da gente tá fazendo isso.-rebateu a viúva com o cenho franzido.

-mas a gente não pode. É o que eu quero te dizer, eu sei que eu não tenho direito a voto, mas eu vou falar assim mesmo. Esperamos até o por do sol, e se os outros não vierem até lá, não vão vir mais.-dizia o homem alto.

-não vamos conseguir se vocês dois continuarem assim. Vou lá pra cima.-avisei subindo as escadas levando minha bolsa junto. Abri uma das portas de um quarto vendo uma cama de solteiro e um guarda roupa velho. Me sentei no chão escorando minhas costas na cama. Fiquei em silêncio por alguns minutos pensando no Daryl, do jeito como falei com ele, talvez aquela tenha sido nossa última conversa. Balancei a cabeça tentando me livrar daqueles pensamentos, abri a mochila pegando o porta-joias rosa que Carl deu pra Maggie. Quando notei algumas lágrimas já estavam caindo. Eu queria pode me livrar dessa dor que ele me deixou, mas não consigo, sinto falta dos abraços dele, o jeito como me protegia e se preocupada. Ninguém nunca inventou um nome para mães que perdem seus filhos. Me levantei limpando as lágrimas, sai do quarto escutando a voz da Greene.

-o Duncan, a Ágatha e o Cole. Eles estão mortos. Alden tá ferido, tá segurando as pontas em uma igreja. Daryl e o Frost eu não sei.-dizia a viúva. Com que ela tá falando? Desci as escadas com cautela tendo a visão de Elijah e Gabriel. Soltei um suspiro de alívio ficando feliz pela primeira vez no dia.

-você viu a Louise.-escutei Gabriel questionar para a Rhee, no mesmo instante desci mais alguns degraus entrando na vista dos dois morenos.

-Louise.-Elijah disse animadamente correndo até mim. Ele me pegou de surpresa com um abraço apertado. Ele tá sem a máscara e tá sorrindo.

-é bom saber que estão vivos.-assumi soltando uma risada nasal. Me soltei do moreno indo ate  Gabriel.

-então vamos esperar.-ele pediu sorridente eu concordei com um aceno.

-vamos esperar.-Maggie também concordou. Caminhei até Negan que olhava através da janela.

-eles vieram, Negan. Se quer tanto ser um de nós tem que começar a se importar com nossa gente.-disse com os olhos semicerrados provocando o salvador.

-olha quem fala.-disse Negan zombando de mim.-você acha que ninguém ouviu o que você falou pro Gage. "Mesmo se pudesse não abriria a porta" isso é se importar.-ele questionou sarcástico.

-ele bateu na Lydia, depois fugiu com nossas armas, munição e comida. Não me arrependo do que eu disse. Gage mereceu morrer.-falei firme defendendo minha ação.

-ele era só um garoto.-Negan me lembrou com o cenho franzido. Bufei de raiva me virando pra subir as escadas, parei por um momento vendo que Maggie, Elijah e Gabriel nos fitavam prestando atenção no que dizíamos. Voltei a andar indo pro segundo andar, entrei no quarto indo até a janela, tá tudo muito quieto lá fora.

-oi, posso entrar.-Maggie pediu parada na porta.

-claro.-permiti sorrindo forçado. Ela fechou a porta atrás de si vindo para meu lado olhando pra floresta também.

-quando nos reencontramos na floresta depois de acabarmos com os sussurradores eu achei você era a Louise que eu conhecia a cinco anos atrás, mas depois do Gage eu percebi que não restou nada dela em você, eu não te conheço mais.-dizia Maggie cruzando os braços.

-se você visse um garoto com o dobro do tamanho do seu filho batendo nele enquanto ele implora pra parar. O que você iria fazer.-questionei vendo que a mesma ficou em silêncio.-exatamente, não pode me culpar por eu ter dito aquilo. Eu faço o que eu faço, pelos meus filhos.-disse deixando Maggie em silêncio.

-eu não gostei de ter deixado o Gage. Ele é só um garoto, Louise.-dizia Maggie arrependida.

-eu já fiz coisas piores, bem piores.-falei penetrando a mulher com os olhos. Aquelas crianças que eu e a Michonne matamos, nunca vou me esquecer. As coisas que somos capazes de fazer pelas pessoas que amamos, quem nos tornamos pra que elas pudessem sobreviver. Agora estamos pessoas por suprimento.

Sobreviver-Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora