Sobreviver-Daryl Dixon

Jesus.

Louise Collins.

Depois que Michonne foi pra Hilltop peguei as minhas coisas partindo também. Não me despedi da Judith, não gosto disso. Andei por bons quilômetros matando alguns zumbis no caminho. Depois que tudo aconteceu, as comunidades se isolaram uma das outras, faz tempo que não vejo a Carol, Tara e todo resto, são como fantasmas. O sol começou a se por me fazendo acelerar o passo, eu preciso achar um lugar pra passar a noite. Sai da floresta entrando em um campo aberto, avistei um celeiro abandonado e sem pensar duas vezes fui até ele entrando ali dentro. Está empoeirado, cheio de teia de aranha.

-Louise.-ouvi uma voz masculina me assustando. Apontei meu rifle em direção a voz, me aproximei com cautela ligando a lanterna. Era apenas o Eugene. O que ele tá fazendo aqui?

-Eugene, o que aconteceu.-questionei abaixando a arma ficando na altura dele.

-um grupo de zumbis aconteceu. Eu acabei me perdendo da Rosita.-explicou o Poter amedrontado. Ele está todo sujo e desidratado.

-eu vou te tirar daqui.-falei passando seu braço por volta do meu ombro. De repente a porta do celeiro e aberta com tudo, peguei minha arma apontando pra quem quer que seja.

-Louise.-Jesus chamou confuso aparecendo ali com as mãos pro alto. Soltei uma risada de alívio indo até o mesmo.

-Jesus. Eu senti a sua falta.-admiti abraçando Paul que retribuiu.

-eu também senti a sua. Parece que encontrou o Eugene.-o loiro de olho azul foi direto ao ponto.

-ele disse que a Rosita tá por aí.-comentei preocupada.

-achamos ela mais cedo. Ela tá em Hilltop.-tranquilizou Paul me deixando aliviada.

-você tá sozinho.-questionei ouvindo um barulho do lado de fora.

-Aaron e Daryl estão comigo.-como assim? Daryl está aqui? Ele voltou, então. Antes que eu dissesse algo pude ouvir os gemidos dos mortos.

-temos que ir.-avisei desesperada fazendo Daryl e Aaron entrarem ali. Eles pegaram Eugene do chão carregando o mesmo para longe do celeiro. Tem muitos mortos entrando pela porta do fundo então não fiquei pra trás. O Dixon está mais atraente, seus ombros estão mais largos, seus braços definidos, o cabelo quase no ombro, ele tem uma cicatriz reta no rosto, igual a da Rosita. Corríamos entre as árvores na escuridão, a neblina dificultava as coisas e conseguiu ficar ainda pior assim que os gruídos ecoaram.

-anda logo, vamos.-Jesus dizia preocupado andando apressado enquanto ajudava Eugene. Colocamos ele sentado no capô de um carro. Eu posso ver que Daryl não tira os olhos de mim.

-Eugene bebe água.-pedi dando a ele minha garrafa. Ele não êxito em tomar tudo.

-isso não faz sentido. Eles não deviam ter voltado e nos seguido até o celeiro.-Paul falava andando de um lado para o outro.

-eu tenho uma teoria pra postular. Os zumbis estão evoluindo.-O Poter disse me deixando irritada.

-para de falar bobagem, Eugene.-disse com raiva empurrando seu ombro. Pude ouvir Daryl sussurrar algo relacionado a isso.

-estão mortos, não estão evoluindo.-Jesus falou parando por um momento.

-estar mortos não impediu de perambularem até infinito por aí, impediu? Estão mortos no sentido que não faz sentido. Só um impacto no crânio pra detê-los, o cérebro está vivo mesmo degradado e se estiver mesmo vivo é capaz de mudar. Talvez eles comecem a lembrar de coisas e começam a falar.-Eugene disse segurando a própria perna.

-o que.-Dixon falou desacreditado apontando sua lanterna para todos os lados.

-não é mais loucura que os mortos estarem vivos. Se podem aprender a falar, podem aprender estratégias como caçar.-Jesus comentou aceitando a ideia.

-estão bem perto. A gente tem que chegar nos cavalos rápido.-Aaron acelerou saindo do meia da floresta.

-tem que me abandonar. Estou atrasando vocês. Sempre que paramos os mortos se aproximam.-Eugene disse choramingando.

-a gente veio aqui encontrar vocês e a gente não vai voltar pra casa sem você.-Paul negou convicto.

-não tem escolha.-o cientista falou querendo que a gente deixasse ele.

-a decisão não é sua. A quantidade está a nosso favor, a gente pode se dividir. Vão com ele até os cavalos, eu e a Louise esperamos aqui e atraímos eles em outra direção. Nos livramos dele e encontramos vocês em Hilltop.-disse Jesus falando seu plano.

-somos mais fortes juntos.-Aaron por outro lado não querendo se separar.

-isso não nos ajuda. Nossa única saída é evitar uma luta.-disse Jesus rispidamente.

-não. Quem vai ficar sou eu. Se bobear chego lá primeiro que vocês. Vem garoto.-o Dixon falou levando o cão com ele. Corremos pela neblina tentando chegar até os cavalos, mas primeiro teríamos que passar pelo cemitério.

-aqui, a gente pode passar por aqui.-Jesus sussurrou passando por um muro caído. Os mortos estavam chegando.

-não vai se perder aqui. Sigam o muro, vamos achar o portão em qualquer lugar.-Aaron disse voltando a ajudar Eugene junto de Paul enquanto eu dava cobertura.

-aqui.-gritou Paul soltando Eugene. Ele foi até o portão tentando abrir mas sem sucesso. Os mortos se aproximavam.

-vamos levantar ele aqui.-propus apontando para o muro que estava baixo. Tentamos jogar Eugene pro outro lado mas não conseguimos, ele é pesado e seu joelho não ajuda.

-não vai dar tempo.-Aaron falou ouvindo os gruídos dos andarilhos. Então eles começaram a aparecer em meio a neblina.

-vocês fiquei aí atrás. Eu cuido disso.-ordenei não suportando mais ter que fugir. Peguei meu facão esperando eles chegarem perto. Arranquei a cabeça de um podre enquanto chutei outro para o chão. Jesus pegou sua espada matando o mesmo. Ele me olhou lançando um aceno e eu assenti. Ficamos lado a lado matando um por um até que o silêncio reinou por alguns segundos. Por coincidência Michonne aparece com Magna e Yumiko, elas ajudaram Eugene a abrir uma pequena fresta do portão.

-sai daqui. Deixa comigo.-Paul ordenou e Aaron obedeceu relutante.

-eu não vou deixar você se divertir sozinho.-brinquei tirando uma risada do loiro. Logo começamos, eu arrancava cabeças e reparti-las no meio também.

-Jesus, Louise, vem logo.-Aaron gritou atrás do portão de grades. Nós viramos pra ir embora dando de cara com dois mortos que passavam por ali, eles não estão vindo em nossa direção e também não estão atrás de Aaron, os zumbis estão passando reto. Assim que levantei meu facão prestes a matar um, fui atingida na barriga por uma lâmina. O que está acontecendo? Levantei meu olhar para o andarilho que cravou a faca em mim.

-você pertence aos mortos.-a voz feminina sussurrou. Eu estou alucinando? Quando olhei para o lado avistei Jesus caindo no chão. A faca foi tirada do meu abdômen, minhas pernas dormiram me levando a terra.

-Jesus, Louise. Não.-escutei Aaron gritar. Me rastejei sem forças até Paul colocando minha mão no seu pescoço, sem sinal de vida. Ele está morto. Coloquei meu rosto em seu peito deixando algumas lágrimas caírem, não demorou muito para que minha visão ficasse escura e tudo ficasse em silêncio. Paul Rovia, conhecido como Jesus, como líder, como um amigo de longa data. Você não merecia isso, não merecia acabar desse jeito. Me lembro da vez que você disse que eu não atiraria em você, eu respondi que atiro e que não devia duvidar, mas você tava certo, eu não atiraria em você, eu sabia que sua vida valia a pena. A morte de Jesus vai ser vingada.