Walkie-talkie.

142 18 3
                                    

Louise Collins.

Eu ainda estava na fronteira de frente para aquela estaca vendo Carol colocar a cabeça da Alpha ali. Ela parece realizada, mas e agora? O Beta vai querer vingança? Ainda não acabou. Essa é a única certeza que nós temos. Negan começou a ter um bate e boca com a Peletier, porém eu tenho coisas mais importantes pra fazer. Preciso ir até meus filhos.

-onde você vai.-Carol questionou notando que eu estava indo embora.

-tenho que ir pra casa, meus filhos estão esperando.-expliquei sem muita emoção. Eu ainda estou chateada com ela.-Negan, vai até a cabana, solta a Lydia e manda ela pra casa.-ordenei colocando minha mochila nas costas sem esperar uma resposta partindo para o ponto de encontro. Eu andava pela floresta silenciosa até que o walkie-talkie começou a chiar.

-oi, Louise.-escutei a voz de Michonne através do rádio. Coloquei minha bolsa no chão me sentando em um tronco de árvore caído.

-Michonne, é você.-questionei receosa. Talvez a voz só seja parecida.

-sou eu. Como as coisas estão, como as crianças estão.-a mulher perguntou com a voz chorosa.

-elas estão bem. A Alpha tá morta. Como você tá.-perguntei limpando o suor.

-eu tô bem. Olha, desculpa por ter ido embora sem dizer nada.-Mich pediu perdão me fazendo engolir em seco.

-eu não sei se consigo sem você.-assumi soltando um suspiro de cansaço.

-você consegue. Eu sei que você consegue.-Mich dizia tentando ser forte.

-eu vou tentar. Sabe, as vezes a Judith parece com o irmão. Ela queria lutar contra a Alpha, queria ajudar. Nossa filha tá cada dia mais parecida com ele.-dizia me abrindo pra ela. De repente o walkie-talkie começou a chiar.-Michonne. Michonne. Droga.-falei guardando o rádio. Me levantei pegando a mochila me dirigindo pro ponto de encontro, o caminho foi silencioso, me aproximei da casa velha abrindo a porta devagar podendo ter a visão da grande maioria ali.

-nunca pensei que ficaria tão feliz em te ver.-Eugene disse sorridente me puxando para um abraço rápido. Eu devo ficar feliz ou triste com
Isso. Me soltei fitando cada um daquela sala.

-eu tô feliz em te ver, Eugene.-assumi soltando o cientista.-onde o Daryl está. Você viu a Judith e o RJ.-perguntei sobre minha família.

-Daryl levou as crianças pra Alexandria.-explicou o rabo de cavalo me deixando aliviada. Olhei através dele podendo ver Magna.

-como você conseguiu. Você tá bem.-perguntei indo até ela colocando minhas mãos em seu rosto.

-eu tô sim.-Magna falou me puxando para um abraço apertado. Connie não está ali.

-enquanto a Connie.-indaguei soltando a mulher.

-eu me perdi dela. Não sei se está viva.-assumiu Magna comprimindo os lábios. Nossa conversa foi interrompida pelo Eugene que chamou atenção de todos.

-com licença. Com licença. Um minuto de atenção por favor. Tenho umas coisas que preciso confessar e requisitar. Eu tenho me comunicado com alguém de fora de nossos círculos, uma pessoa nova, e nós marcamos de se encontrar.-explicava o cientista e todos ouviam com atenção. Ele é louco?

-que. Quem é.-Yumiko questionou boquiaberta.

-o nome dela é Stephanie.-disse Eugene sendo interrompido.

-espera. É outra comunidade.-Magna indagou atrapalhando o Eugene.

-onde fica.-Jerry questionou com o cenho franzido.

-o que contou pra ela sobre nós.-perguntou Nabila sentada com um de seus filhos no colo.

-e quer se encontrar com ela.-Dayane indagou por cima.

-ela pode ser uma espiã como o Dante. Eugene a quanto tempo esconde isso de nós.-Yumiko comentou supondo.

-ei, pessoal. Deixa ele falar.-pedi tentando não ser rude. Ele agradeceu com um aceno.

-eu tenho as mesmas perguntas, mas se os extintos do Eugene de que essa Stephanie possa ser uma nova aliada, então vamos ouvir ele antes de tirarmos conclusões.-Ezekiel comentou tirando um sorriso do Poter.

-alguns devem saber que eu me mudei para Hilltop em busca de um novo começo metafórico. Foi difícil por um tempo. Eu mergulhei nas tarefas de trabalho da comunidade e esse trabalho manifestou uma voz no vazio e ela se tornou uma amiga. Alguns de vocês podem dizer que eu sou tolo em acreditar em futuros amigos e novas alianças, mas depois de tudo que perdemos eu estou disposto a ser o tolo. Só peço a vocês que poupem a zombaria porque pra mim a experiência de novas pessoas vale muito o risco.-desembocou Eugene.

-caramba, Eugene. Você decorou isso.-brinquei tirando algumas risadas.

-você pode ficar surpresa com o que eu vou dizer, mas não.-dizia seriamente o Poter. Eugene se preparou para partir. Ezekiel e Yumiko se dispôs a irem juntos por segurança. Me conduzi até o lado de fora vendo Ezekiel preparar os cavalos, assim que me notou, veio até mim.

-acho que nos despedimos aqui, Collins.-Ezekiel dizia com seu jeito dramático.

-vamos nos ver de novo.-tranquilizei vendo seu semblante cabisbaixo.-o que te aflige rei.-questionei tirando um sorriso ladino do mesmo.

-você estava certa.-ele comentou me deixando confusa.

-certa sobre o que.-indaguei não me lembrando da nossa última conversa.

-uma vez você disse que eu não posso esperar as pessoas que eu amo morrer pra poder fazer alguma coisa. Tenho pensado nisso constantemente.-assumiu o de dreads grisalhos.

-as vezes não conseguimos evitar que as pessoas morram mesmo tentando.-comentei por outro lado.

-até breve, Louise de Alexandria.-Ezekiel se despediu após Yumiko e Eugene sairem da casa.

-você cuida dela.-Eugene questionou se referindo a Rosita.

-deixa comigo.-tranquilizei o Poter que montou em seu cavalo. Em seguida ele partiu me fazendo perceber que eu deveria fazer o mesmo. Peguei minhas coisas montando no meu cavalo. Após algumas horas na estrada cheguei em Alexandria, os portões foram abertos pelo Dixon. Desci rapidamente do cavalo correndo até ele. O homem passou seus braços por minha cintura me tirando do chão.

-você está bem. O bebê tá bem.-perguntou Daryl colocando a mão no meu ventre.

-tá tudo bem.-assenti deixando um beijo ofegante em seus lábios.

-mamãe.-escutei a voz do RJ me fazendo cessar o beijo. O menino correu até mim pulando no meu colo.

-oi garoto. Senti sua falta.-falei carismática podendo ver Judith se aproximar.

-oi mãe.-a garota me cumprimentou dando um abraço caloroso.

-está tudo bem.-questionei a analisando de cima a baixo.

-estamos todos bem. Ficamos preocupados com você.-assumiu a garota. Puxei ela pra outro abraço. Lydia entrou no meu campo de visão me deixando confusa. O que ela tá fazendo aqui? Me soltei das crianças indo até a menina.

-Lydia, Negan te soltou.-perguntei com o cenho franzido.

-eu consegui me soltar. Eu to bem.-a garota falou abraçada no próprio corpo reprimindo os lábios.

-eu ajudei ele a te amarrar, fizemos uma emboscada pra Alpha. Matamos ela, eu sinto muito por você.-assumi para a garota que ficou surpresa mas tentou esconder. Lydia ficou em silêncio por alguns instantes, eu achei que ela iria se afastar, ou dizer que me odeia, porém a jovem me pegou de surpresa com um abraço. Não escolhemos a família que temos, mas podemos formar uma nova, foi isso o que eu fiz a muito tempo atrás, e é o que ela tá fazendo agora.

Sobreviver-Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora