Família.

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Louise Collins.

Uma semana havia se passado desde que voltei pra Commonwealth de novo. Neste exato momento eu estava sentada de frente para Pamela no escritório dela. A mulher me fitava curiosa e também confusa. Eu tentei evitar ela, mas não ia conseguir fazer isso pra sempre e aqui estamos nós.

-então você morava com essas pessoas antes de vir pra cá.-questionou minha mãe inquieta na cadeira.

-essas pessoas são a minha família a mais de sete anos.-falei querendo que ela tivesse um pouco mais de sensibilidade.

-nós somos sua família a vida toda. Sangue do seu sangue.-dizia Pamela incluindo Sebastian.

-é e onde vocês estavam quanto tentaram me matar, me estuprar.-questionei rapidamente deixando a mesma perplexa.

-eu sinto muito, mas não me culpe por isso. Eu tinha responsabilidades, essas pessoas precisam de mim.-minha mãe dizia dando uma desculpa.

-eu precisava de você mãe, mas você não tava lá. Você sempre foi assim e nunca vai mudar, se importando com festas chiques e palavras bonitas.-coloquei as cartas na mesa.

-você não sabe o que é isso, ter pessoas que dependem de você. Liderar não é fácil.-dizia Pamela com o cenho franzido.

-vamos direto ao ponto. Por que eu tô aqui. O que quer tanto falar comigo.-questionei já de saco cheio.

-eu só queria falar com você, me aproximar de você. Eu sou sua mãe. Ficamos anos sem se ver e nem nos abraçamos. Você nem me contou dos seus filhos, não me dá oportunidade de ver eles.-dizia a Milton e eu apenas neguei.

-eu tenho que ir.-cortei a loira deixando ela em silêncio. As classes sociais, o jeito como o Sebastian age, isso não é certo. Me levantei da cadeira saindo da sala dela. Andava rapidamente pelas ruas dê Commonwealth até ser parada.

-ei, Collins.-Mercer me chamou. Virei pra trás confusa. O que ele quer comigo?

-Mercer. O que aconteceu.-questionei analisando o mesmo.

-Daryl e Rosita sumiram vamos atrás dele. Você vem.-Carol questionou surgindo atrás do grandão.

-vamos logo.-falei ficando desesperada. Onde eles estão? O que aconteceu? Mercer disse que os guardas viram os dois sairem com Alves e Castle, que ficam de vigia no norte. Caminhamos por mais de meia hora subindo a colina. Assim que chegamos pudemos ver a quilômetros centenas de mortos, os dois trupe estavam ali, mas nada de Dixon e Espinosa.

-Alves, Castle cadê o Dixon.-perguntou Mercer sendo direto.

-o Dixon e a Espinosa vieram roubar um cofre
numa casa.-respondeu Alves. Daryl e Rosita não fariam isso.

-qual delas.-perguntei ríspida sem paciência. Isso tá estranho.

-a branca.-Castle respondeu apontando pra uma mansão de um amigo do meu irmão.

-é melhor você ficar, chefe.-sugeriu o grandão engolindo em seco. Ele tá sobe minhas ordens?

-eu não sou minha mãe, Mercer. Pode me chamar de Louise.-pedi para o soldado de laranja que ficou mais confortável. Caminhei até o podre caído no chão pegando as estranhas passando por toda minha roupa, logo Mercer e Carol fizeram o mesmo. Descemos a colina andando devagar em meio aos andarilhos. Tem milhares deles aqui. Entramos na casa branca nos deparando com mais zumbis. O moreno me fitou lançando um aceno. Puxei minha arma estourando os miolos dos zumbis, e eles me ajudavam. Assim que acabou batemos na porta repetidas vezes vendo que mais cabeças ocas entravam na casa.

-vão deixar a gente entrar ou não.-Mercer questionou ao Dixon assim que ele abriu a porta.

-como sabiam onde a gente tava.-perguntou o caçador dividindo seu olhar entre nós três.

-você não apareceu pro almoço então eu chamei o Mercer e a Louise.-explicou a de cabelos grisalhos.

-Alves e o Castle falaram que vocês vieram aqui pra roubar.-disse Mercer querendo uma explicação.

-não. A história não é bem assim.-respondeu o Dixon puxando um zumbi pra dentro.

-estão saqueando casas agora, é isso.-o soldado de laranja chamou atenção deles.

-o Sebastian nos obrigou, ameaçou nossos filhos.-Rosita explicou.

-o que.-perguntei perplexa. Meu próprio irmão. Ele mudou.

-e quem é você.-indagou o moreno para uma sobrevivente desconhecida.

-uns soldados trouxe um grupo dos nossos até aqui e disseram que a gente ia receber parte do dinheiro esses dois que você falou.-a mulher ensangüentada dizia.

-tinha quantos no seu grupo.-Mercer voltou a perguntar.

-doze. Agora sou só eu.-respondeu a sobrevivente.

-quantos cartuchos tem.-soldado de laranja questionou a Carol e eu.

-talvez dez.-respondeu a mulher checando. Olhei minha arma negando com a cabeça.

-tem mais mortos lá fora do que isso.-lembrou o grandão.

-a gente usa as tripas e sai.-Daryl deu uma solução. Após se banharem de sangue saímos daquele sala passando por mais mortos que perambulavam por ali.

-não. Não.-a sobrevivente disse assim que a sua armadura se prendeu em um zumbi.

-que merda.-praguejei pegando meu canivete. Cravei a lâmina no crânio do zumbi retirando com brusquidão. Matamos todos os podres ali fazendo o silêncio reinar. Rosita foi até a desconhecido dando um fim nela para que não retornasse. Saímos dali com cautela voltando pra colina.

-vocês podiam ter nos ajudado.-Mercer reclamou com os outros soldados.

-é da pra ver, mas a gente não responde a você, esse é o dinheiro.-Alves indagou.

-quantos outros já mandaram antes deles.-perguntou Carol ignorando a pergunta.

-sei lá uns trinta talvez quarenta mas pelo menos.-Alves respondeu, antes que terminasse, Mercer matou ele e o amigo do lado. Todos ficamos quietos apenas nos entreolhando.

-ainda vão ter que entregar pro Sebastian.-lembrou o moreno.

-o que.-Dixon disse incrédula andando de um lado pro outro.

-não.-negou a mexicana com o cenho franzido.

-se não eles vem atrás de vocês e não vão ganhar essa briga, vou passar as bolsas pelo portão não vão me revistar.-avisou o grandão pegando as bolsas de dinheiro.

-tá bom.-Dixon assentiu começando a andar. Descemos a Colina voltando pra casa com pressa. Assim que entramos na Commonwealth fui pra casa tomar um banho e Daryl também fez o mesmo. Após nos vestirmos fomos direto pra delegacia onde a latina e o Mercer estavam. Sentamos na cadeira apenas esperando Sebastian.

-quem é vivo sempre aparece.-Sebastian brincou entrando ali.-Irmãzinha.-ele me cumprimentou sorrindo amarelo.-muito bom senhoras e senhores, mas e aí e o Alves e Castle.-questionou por fim.

-não sobreviveram.-o grandão respondeu seriamente.

-o que é isso.-Daryl perguntou assim que Sebastian entregou um bloco de dinheiro pra ele e depois pra Rosita.

-essa é a sua parte, claro que eu ia te pagar. Tá bom, parabéns gente, conseguimos o tô muito feliz da gente ser amigo de novo.-dizia meu irmão se virando para sair dali.

-Sebastian.-chamei me levantando da cadeira me aproximando dele.

-pode falar.-disse o garoto. Desferi um soco de esquerda em seu rosto pegando ele de surpresa.-o que foi isso.-ele perguntou incrédulo com a mão no rosto.

-por ter ameaçado meus filhos.-dei ele um motivo. Meu irmão saiu dali apressado bufando de raiva.

-obrigado.-Mercer agradeceu me tirando uma risada. Não escolhemos a família que temos, mas escolhemos com quem fazer uma. Essas pessoas que eu conheci na estrada, na pedreira, fizeram muito por mim. Os Milton se escondem atrás das classes sociais, atrás do dinheiro, isso vai acabar. Eles vão ruir.

Sobreviver-Daryl DixonOnde histórias criam vida. Descubra agora