O iluminado

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Visão: Bento
Local: Casa de Sérgio e Samuel
1990, 20:07, segunda-feira.

Os garotos já estavam cansados, Samuel já não tocava mais seu baixo com vontade; Sérgio apesar de ainda tocar bem a bateria, estava de cara fechada, por conta das palhaçadas de Dinho e por estar a muito tempo ensaiando; Bento, sentia dor em seus dedos, doido para colocar ataduras nas pontas, também cansado com o ensaio.

Dinho jogou seu cabelo de lado, colocou suas mãos nas cinturas e olhou para os outros.

Dn - Já ta ótimo por hoje, né?

Sm - Demais. Você foi uma ótima escolha, não concordam?

Bento acenou com a cabeça que sim e tirou a alça de sua guitarra em volta de si.

Sg - Foi, mas teríamos acabado bem antes se você não ficasse brincando.

Disse Sérgio, se levantando e saindo da garagem.

Dn - Esse cara é amargo, né?

Bt - Liga pra ele não...

O japonês tirou os fios de sua guitarra.

Sm - Ele é assim mesmo.

Dinho foi para mais perto dos dois garotos.

Dn - E sobre o disco?

Bt - Eu acho uma boa, mas será que a gente consegue pagar por um?

Sm - Olha... Sei não, mas a gente faria sucesso com discos.

Dn - Deixa que eu arrumo isso, eu vou ver quanto é para gravarmos um.

Bt - Mas a gente precisa de um estúdio decente, né? A garagem é foda.

Sm - Tem razão, consegue isso também, Dinho?

Dn - Deixa comigo!

Na cozinha.

Sm - Dinho! Vai ficar com a gente, hoje?

Dinho tirou sua camisa e Bento olhou seu abdômen.

Aí fica difícil competir!

Dn - Pra quê?

Sm - Vamos fazer uma noite com filmes, eu chamei uma garota, os outros também.

Dn - E seus pais?

Sm - Saíram de manhã, foram ver meus avós.

Dn - Ah, fico sim. Cê tem o telefone fixo?

Bento apontou para o telefone preso a parede.

Dn - Ata.

Disse indo em direção ao telefone.

Samuel colocou seu braço em volta do ombro de Bento.

Sm - Tava olhando o abdômen do cara, né?

Nem o tempo nos separa - Bento HinotoOnde histórias criam vida. Descubra agora