Ela gritava por dentro, mas tentou se manter a calma, a garota tirou sua cabeça debaixo do travesseiro, estava tudo tão escuro e apenas algumas frechas de luz da lua passando pela cortina, mas ela reconheceu a mão do japonês.
Cd - Bento...
Quando ela olhou o seu rosto, percebeu que ele estava olhando todos seus detalhes. Como se tivesse a vendo pela primeira vez.
Bt - Então tá realmente gamada em mim?
Mesmo envergonhada, ela decidiu confessar.
Cd - Você toca guitarra, é engraçado, bonito, e ainda colocou esses dreads, espera q eu acabe como?
O garoto sussurrou com um sorriso estampado no rosto.
Bt - Que acabe na minha cama.
Ela ficou mais envergonhada doq já estava, como ele tinha tanta coragem de falar as coisas assim?
Ele foi aproximando seu rosto do da garota, sem nem perguntar, encostou seus lábios nos dela e a beijou. Os únicos sons naquele quarto eram os dos estalos de suas bocas juntas e do ventilador de teto. Imediatamente Candice se lembrou do beijo do japonês, era tão bom e calmo que suas mãos que antes tremiam, foram direto para o pescoço do garoto, o fazendo carinhos na nuca e as vezes passando entre seus dreads.
Com tanta coragem que ele tinha, sem se separar do beijo, subiu para cima da jovem, com suas pernas entre as delas, ele ainda estava querendo respeitar seu espaço, então manteve seu tronco sobre o dela com um três dedos acima apenas, mas decidiu usar sua mão na coxa dela; enquanto uma mão o mantinha ainda afastado do corpo dela, a outra alisava sua coxa.
Quando o beijo acabou novamente com alguns selinhos dele, eles se olharam enquanto ele continuava a alisar a coxa dela.
Bt - Agora lembra do meu beijo, né?
Cd - Fala baixo, os garotos podem ouvir!
Ele sorriu.
Bt - E quem liga?
Cd - Eu.
O guitarrista deitou ao lado da garota, ainda segurando a coxa dela, deixando a perna da menina sobre ele, ainda alisando a mesma.
Ele quer, óbvio.
A garota achava esse jeito dele muito fofo, apesar de dizer coisas absurdas e fazer também, ele sempre queria respeitar o tempo dela, era óbvio o que ele queria, mas mesmo assim se segurava.
Bt - Amanhã eu vou ficar no caixa com você, o Dinho vai levar o Sérgio pra fazer algum trampo juntos.
Cd - Dois mil reais é muito dinheiro.
Pra época de vcs.
Bt - Claro! Mas vai que um dia a gente fica famoso, né? Imagina só, banda utopia vai no programa do Raul gil.
Cd - Pensa mais longe, quem assiste Raul gil? Eu via quando criança só.
Bento fez cara de desentendido.
Bt - Ué, muita gente assiste!
Cd - Podia pensar em fazer show em Vitória . Eu adoraria.
Bt - No Brasil todo.
A menina sorriu e beijou a bochecha dele.
Cd - Vocês conseguem.
Bt - Olha, to acreditando em você, em.
Ele deitou sua cabeça no peito da garota, ela mesmo envergonhada, teve a coragem de fazer carinho entre os cabelos do japonês, que fechou seus olhos enquanto alisava a coxa dela.
Bt - Eu tô cheio de tesão, acredita?
Ela soltou uma risadinha.
Cd - Te conheço mais do que você acha. Mas em, vai la pra sala, se não vão perceber a gente aqui.
Bt - Só vou porque está pedindo, mas eu não ligo de souberem isso.
Ele se levantou e saiu do quarto com cuidado, abrindo e fechando a porta em seguida.
Dia seguinte.
Candice desceu as escadas, ela ouvia o som alto dos meninos na garagem, mas foi direto ao banheiro. Quando lavou seu rosto e olhou no espelho, lembrou na hora que estava de maquiagem.
PUTA MERDA.
Agora seu olho roxo estava a mostra, suas maquiagens estavam na casa de Júlio, e para piorar a situação, ela ouviu a porta da garagem se abrir e o som da música havia acabado, ou seja, o ensaio deles havia acabado e agora não havia pra onde ela fugir.
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Nem o tempo nos separa - Bento Hinoto
RomanceUma garota misteriosamente volta para o ano de 1990. Na busca de se adaptar ao ano onde nem havia celular, conhece um guitarrista e sua banda, utopia, por quem se apaixona. Mas espera, ela ainda nem nasceu!