Nem o tempo nos separa - Bento Hinoto

Febre

Visão: Bento
Local: Casa
1990, 11:30, segunda-feira.

Os garotos estavam na sala, Bento, Dinho e Samuel estavam fumando, Sérgio estava sentado sobre o sofá, seu irmão ao seu lado, Dinho e Bento estavam no chão e Júlio escorado no braço do sofá.

Sm - E o disco?

Dn - Eu ainda vou ver, dormi muito ontem.

Sg - Eu não consegui dormir muito, tinha compromisso.

Jl - Também tinha compromisso.

Bento tirou o cigarro da boca.

Bt - Tive sorte, dormi muito.

Jl - A Candice ainda está aqui?

Sm - Eita, ela dormiu aqui?

Disse ele abrindo um sorriso, Bento só sorriu e deu de ombros.

Dn - Ai seu safadooo!

Falou o baiano dando um tapa na nuca do japonês.

Sg - Como foi?

Bt - Não vou entrar em detalhes, mas ela é muito safada, meu Deus.

Sm - Por quê?

Bt - Eu gosto de provocar né?

Dn - Já sei, ela provocou você também?

Bt - Sim. Nenhuma mulher já fez isso comigo.

Sm - Ah mas ela tem cara... Ela gosta de como? Tapa, xingamento ou normal?

Bento sorriu entregando tudo, os garotos sorriram junto a ele.

Jl - Ela tinha cara.

Sg - Que isso, Júlio.

Sm - Ela tem ué, concordo, as mais quietinhas são as piores.

Bt - De madrugada tive que dar remédio pra ela.

Sm - Nossa, isso me lembrou quando eu peguei aquela de luzes, sabe?

Sg - Cê fala tanto dela, por que não casa?

Sm - Cala boca, eu não namoro porque não vou ter oportunidade de pegar outras.

Disse Samuel se levantando e depois jogando o cigarro pela janela.

Sm - Vou no banheiro.

Visão: Samuel

Enquanto ia ao caminho do banheiro, no mesmo corredor estava o quarto de Bento, ele sabia quem estava lá, por próprio instinto, decidiu olhar pela fresta da porta.

Quem manda esse japonês deixar a porta aberta?

Ele olhou com cuidado para ninguém perceber, dando para ver a menina de costas, com a coberta apenas entre os pés. Samuel viu exatamente o que queria, ele sorriu e depois foi ao banheiro.