Bolha de sangue

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A menina soltou um grito, ele ainda segurava ela, porém agora estavam em seu quarto.

Alberto olhava para os lados totalmente sem entender, ele tremia e estava com os olhos totalmente abertos. Candice desceu do colo dele e empurrou o menino para debaixo de sua cama com tudo.

Bt - O quê?

Ela o interrompeu colocando a cabeça dele para debaixo da cama e sussurrando

Cd - Meu pai pode te ouvir!

Era terça-feira, seu pai estava com os amigos a este horário e sua mãe estava na casa de sua avó com seu irmão. Candice sabia disso, sua maior preocupação era seu quarto.

Se ela soubesse antes que seu namorado viria com ela, ela teria o arrumado. A menina fez o mais rápido possível, pegou roupas que estavam jogadas por aí e jogou no armário, arrumou objetos, guardou sapatos e ainda por cima passou um cheirinho para deixar mais agradável. Ela ainda sentia dor, mas conseguiu fazer tudo mesmo assim.

A menina se abaixou com dificuldade ao lado dele na cama e o chamou para fora; quando o japonês saiu, continuava em choque, olhando para a frente e coçando sua cabeça.

Cd - Lembrei que hoje não tem ninguém em casa. Estamos só.

Ela falou esperando a reação dele, mas ele estava tão confuso que só pensava em suas coisas e deveres.

Bt - Candice, eu preciso ir pra casa, eu preciso ficar com a minha mãe. É amanhã que eu e os meninos vamos falar sobre o disco.

Ela suspirou profundamente e se sentou na cama.

Cd - Amor...

Bt - Tem os cachorros, eu tenho que dar comida a eles!

A menina sacudiu o japonês.

Cd - Alberto, me ouve! Tá bom? Você não está em mil novecentos e noventa! Você está em dois mil e vinte e quatro!

Ele colocou as mãos sobre a cabeça e andou pelo quarto em círculos.

Bt - Eu tô velho? Candice? Meu cabelo tá branco?

A mesma foi até o interruptor e ligou a luz, depois levou o japonês até o espelho, ficando por de trás dele.

Cd - Tá vendo? Ainda tá novinho. Ainda cheira a cigarro.

Ele se olhava no espelho com atenção, até que pelo reflexo, viu um negócio estranho sobre a escrivaninha dela. Bento se virou e foi até a escrivaninha, olhando o tal objeto.

Bt - Que bagulho é esse?

Cd - Notebook. Abre, é tipo um computador!

Ela foi até o notebook e abriu o mesmo para o garoto ver, que estava encantado com o objeto.

Bt - Computador? Desse tamanho? Como funciona?

Cd - Mexe no teclado, ué.

Quando o notebook ligou, ela demonstrou para ele, o menino agia como se estivesse vendo o impossível.

Nem o tempo nos separa - Bento HinotoOnde histórias criam vida. Descubra agora