Anya sentiu um enorme alívio ao mergulhar o corpo na água quente. Ela agora observou melhor as marcas que Jack deixou no corpo dela. Seu seio possuía uma marca exata da mão dele e sua cintura e coxas possuíam grandes hematomas arredondados onde ele apertou com maior frequência. Franziu a testa olhando para os pés dentro da água... foi tudo tão rápido que ela nem percebeu a força exagerada que Jack estava usando. Ela se abaixou mais um pouco dentro da banheira até cobrir os lábios com a água. Sentiu uma ardência no pescoço quando a água cobriu as mordidas. Droga, ela devia tê-lo irritado muito ao dizer que iria embora e esquecê-lo. Mas ela já havia tomado uma decisão... iria dar um jeito de fugir dessa loucura e voltar para o seu mundo.
Saiu da água e se vestiu, lembrando-se de cobrir o pescoço dessa vez. Quando saiu sa tenda deu de cara com Adan.
- Temos mais uma hora e meia até o acampamento ser desmontado. Ainda está com fome? - perguntou ele. Anya levantou as sobrancelhas.
- Ahn... não, obrigada.
Ele acenou com a cabeça e acenou para ela.
- Me siga então... vamos dar espaço para trabalharem.
Anya o seguiu para fora do acampamento, apenas o suficiente para não atrapalharem a passagem. Ficaram de pé perto de uma árvore e Adan se recostou no tronco, parecendo pensativo.
- Onde está Jack? - perguntou Anya.
- Hum? Ah, está caçando, volta antes de partirmos.
- Caçando?
Adan empalideceu e virou o rosto para o outro lado, rezando para que ela não tenha percebido.
- É... ele... viu uma raposa e decidiu pegar para presentear a rainha com uma pele.
Anya franziu ainda mais as sobrancelhas. Tudo bem querer caçar uma raposa, mas agora? Decidiu não questionar.
Adan tirou um embrulho dourado do bolso e lhe ofereceu.
- Chocolate. - disse ele. Ela aceitou.
Vários minutos depois Adan olhou para ela e a notou tremendo.
- Vamos para a carruagem. - Disse ele sem perguntar, apenas andando. Anya o seguiu contente com a sugestão. Adan abriu a porta e Anya agarrou o banco para se içar, mas Adan a segurou pela cintura e a colocou sentada como uma boneca de trapos. Isso a fez lembrar do dia que eles a encontraram pela primeira vez e ele a colocou no cavalo do mesmo jeito. Aparentemente Jack não era o único com pouco tato.
- Obrigada.
- Disponha. - Respondeu ele dando a volta para entrar do outro lado. Quando as portas foram fechadas Anya suspirou de alívio.
- Não está acostumada com o frio, não é?
- Onde eu vivo não costuma nevar...
Adan riu.
- Que curioso...
- O que é curioso?
- Nada... esqueça. Quer mais chocolate?
- Não, obrigada.
Outros vários minutos em silêncio, até que Adan falou novamente.
- Você parece cada dia mais infeliz...
Anya olhou para ele surpresa, mas depois de um suspiro respondeu
- Eu... sinto que não tenho mais controle ou poder sobre mim mesma.
Adan assentiu.
- Jack tem esse poder quando ele quer... e ele te quer muito.
Anya cerrou os dentes.
- Odeio isso.
- O que exatamente?
- Estou apaixonada por ele... e ele está obcecado por mim.
Adan sorriu. Garota esperta.
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Cinco dias se passaram praticamente do mesmo jeito. Montavam acampamento ao entardecer e ao amanhecer desmontavam e partiam. Anya estava contente por não ter sido obrigada a cavalgar em nenhum momento até então, e teve seu banho todas as manhãs... Jack também não a obrigou a fazer mais nada além de continuar dormindo na tenda dele. Além disso, ele revezou com Adan para lhe fazer companhia na carruagem, algo que deixou Anya feliz. Adan e ela estavam se dando bem, e ele agora agia menos como um robô e mais como alguém com quem ela poderia conversar.
Ao entardecer do sexto dia, Jack abriu a porta da carruagem e a mandou descer junto com Adan. Foi guiada até outro daqueles cavalos enormes e Jack a colocou gentilmente em cima de um deles.
- Estamos chegando. - Explicou ele e Anya assentiu. É óbvio que ele a faria andar ao seu lado junto com Adan, como sempre.
Entraram em uma estrada onde as árvores se fechavam, dificultando a passagem. Avançaram deixando as carruagens um pouco para trás. Jack, Adan e ela estavam cercados por alguns soldados, e ela se perguntou se corriam algum risco. Se sim, Jack era louco de colocá-la num cavalo ao lado dele?
Quando o caminho finalmente se abriu ela inspirou fortemente com a visão. Parecia um cenário de filme de terror.
Apesar de o dia ainda estar claro, o castelo à sua frente pairava sobre uma grande escuridão.
Avançaram mais um pouco até estarem diante dos portões.
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Ficaram parados tempo suficiente para que as carruagens que haviam ficado para trás os alcançasse.
Olhou para Jack e para Adan em busca de resposta do porquê estavam parados.
- Jack? - chamou. Seus dedos já estavam doloridos de frio, apesar das luvas grossas que usava. Jack não a respondeu, permaneceu encarando o castelo, como se esperasse alguma coisa.
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Mais alguns minutos em que Anya começava a ficar estressada e então o portão se abriu sozinho e eles avançaram, entrando em um jardim sombrio e coberto de neblina. O castelo estava silêncio e suas paredes não transmitiam vida.
Droga. Pensou Anya e riu consigo mesma. Provavelmente ela encontraria alguns fantasmas e demônios.
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Nota da autora: Vou fazer um Instagram para conversar com vocês e postar conteúdozinhos da história. Que tal?
