54 - Qualquer custo

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Jack estava na banheira quando sua mãe entrou jogando seu sobretudo para ele. Ele revirou os olhos e vestiu mesmo dentro d'água.

- Você já cansou de me ver nu...

- Mas agora você é um homem. - Heloísa respondeu simplesmente e se sentou em um banco encarando Jack, que a encarou de volta.

Cada dia que passava o semblante da mulher parecia mais cansado...

Jack se lembrava da sua mãe sendo muito bonita quando ele era criança, mas os anos estavam cobrando seu preço... Devia ser difícil para ela estar vendo a amante do seu marido e mãe biológica do seu filho andando pelo seu próprio castelo, toda jovem e bonita...

- Eu te amo, filho... - Ela disse em voz baixa.

- Eu sei, mãe...

Heloísa suspirou e passou as mãos pelo cabelo nervosa.

- Não odeio aquela menina, você sabe... Ela é bonita e enérgica e eu entendo o porquê você gosta dela.

- Então? - Jack perguntou com um sorriso.

- Eu tenho tanto medo de te perder... Se estar com ela significa que vocês podem morrer não é melhor mandá-la embora? Pelo bem dos dois... - Ela desceu do banco e de ajoelhou aflita perto da banheira que mais parecia uma piscina. - Jackson você é meu filho, meu único filho... Meu amor não te serve de nada?

Jack olhou para ela parando de sorrir. A mulher que o acalentou, alimentou e amou... Todas as noites que ela passou em claro por ele, uma criança amaldiçoada que nem era dela... Todas as vezes que ele quebrou ossos dela por acidente, por não saber controlar sua força, e ela nunca reclamou... Todas as vezes que ele matou alguém e ela era a única com coragem o suficiente para entrar em seu quarto e enfrentar seu desespero e dor junto com ele...

"Você não é um monstro, você é meu filho amado..."  Ela dizia, abraçada ao corpo autoflajelado dele e limpando suas lágrimas.

Até pouco tempo atrás Jack achava que só poderia amar sua mãe e mais ninguém no mundo... Até conhecer Anya.

- Seu amor é muito precioso, você sabe disso... - Ele respondeu.

- Então não case com ela... meu filho, não arrisque sua vida por uma mulher... Fique longe dela, faça isso por sua mãe...

Jack suspirou e puxou uma tigela de cerejas que estava no chão próximo à banheira. Olhou para uma delas é enfiou na boca.

- Eu a amo...

O queixo de Heloísa caiu.

- Você a ama?

Jack comeu outra cereja. Ele amava cerejas agora... Pois a primeira vez em que colocou os lábios na pele macia de Anya ela estava cheirando à cereja. Tudo relacionado à essa mulher o atraía loucamente.

- Sim... e vou casar com ela.

Heloísa o fitou desolada... Se ele a ama, não há nada que ela possa fazer. Talvez... talvez eles possam pelo menos ser felizes antes que um destino confuso e cruel os atinja. Mas...

- Mas ela se recusou a casar com você... por que? Ela não te ama também?

Jack comeu mais uma cereja.

- Ela ama sim... Mas tomei decisões sem consultá-la e ela está chateada.

- Que decisões?

Os olhos de Jack cruzaram com o de sua mãe. Ele suspirou.

- Omiti que há um portal aqui no castelo que pode levá-la para casa.

Heloísa arregalou os olhos... Isso era cruel até para ele.

- Coitada...

Jack bufou.

- O portal pode levá-la para a morte. Ela está melhor comigo.

Ele olhou para sua mãe e decidiu deixá-la logo ciente de tudo.

- Eu também matei Thomas por causa dela... ele tentou estuprá-la mas não planejava um golpe contra nós...

Heloísa cobriu a boca com as mãos em choque.

- E embora eu planeje me casar com ela, não te darei um neto... eu a estou fazendo tomar o chá para evitar isso.

- Por que? - Heloísa achou isso ofensivo. Se ele pretendia transformar aquela menina em sua mulher, não deveria lhe dar o chá destinado às concubinas. Esposas devem gerar herdeiros.

- Porque eu acho que a profecia sugere um filho nosso... - Jack falou segurando outra cereja entre os dedos. - Se não houver filho a profecia não se cumpre completamente, certo?

Os dois ficaram em silêncio enquanto Jack encarava a cereja... Tão vermelha quanto os lábios doces de Anya.

Boa parte da profecia já havia se cumprido, desde seu nascimento através do desespero de seu pai até a chegada de Anya nesse mundo... Desafiar o destino talvez fosse arriscado ou quase impossível, mas ele faria, faria para tê-la em seus braços o máximo de tempo possível.

 Desafiar o destino talvez fosse arriscado ou quase impossível, mas ele faria, faria para tê-la em seus braços o máximo de tempo possível

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Tão agressiva, tão doce... ela será minha a qualquer custo.

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Nota da autora: Capítulo curto porque o próximo é enoorme e intenso. (Preparem os lenços)

Obcecado Por AnyaOnde histórias criam vida. Descubra agora