Seu cheiro, seu abraço, tudo nele me fazia sentir em casa. Ficamos um bom tempo abraçados deixando várias e várias lágrimas caírem.
─ Ah, minha filha. Você não sabe o quão preocupado fiquei. Eu te procurei em sua casa e não te achei fiquei em desespero ao imaginar você sozinha por aí. - Ele dizia acariciando minha bochecha com sua mão.
─ Senti tantas saudades papai, passei um bom tempo procurando por vocês. Você não imagina pelo o que eu passei. - Meus olhos enchiam de lágrimas, ao olhar seus olhos.
─ Me desculpa, eu poderia ter te procurado mais. Eu.. Eu.. - O interrompi.
─ Tudo bem papai, ta tudo bem. - Minha voz saiu em um sussuro.
─ S/n...o Carl.. - Encarei meu pai.
Foi então que ele me levou até o quarto, lá estava meu irmãozinho. Lori estava no canto ao me ver parecia surpresa, eu a ignorei indo para o lado de Carl, pegando sua pequeno mão deixando um beijo na mesma.
─ Carl.. Meu irmãozinho. Eu estou aqui, eu finalmente encontrei vocês. Tenho tanta coisa para te contar pirralho. - mais lágrimas encheram meus olhos.
Acariciava seu cabelo levemente suado por conta do suor, Maggie a mulher de mais cedo me chamou para cuidar do meu pé, eu não queria ir porém papai me pediu para que fosse.
Sai do quarto e caminhei até o sofá, me sentei e assim ela começou a dar uma olhada no meu pé, ela o pegou e virou um pouco me fazendo gemer de dor.
─ Não está tão feio, poderia estár pior. - Ela sorriu para mim, enfaixando meu pé com cuidado.
─ Obrigada. - Agradeci a mulher, que se levantou e se afastou.
Caminhei até o quarto novamente, e me sentei ao lado de meu pai. Deitei minha cabeça sobre seu ombro, papai deitei sua cabeça sobre a minha segurando a mão de Lori.
─ Como isso aconteceu? - Perguntei para meu pai, olhando para o Carl na cama.
─ Foi um acidente de caça. - Papai suspiro. - Ele vai ficar feliz em te ver, durante esses mêses ele sempre dizia que você iria nós encontrar. - Papai sorriu. - E ele estava certo.
─ Fiquei com medo, porém não perdi a esperança de encontrar vocês. - novamente deixo lágrimas caírem.
─ Tudo bem, agora estamos aqui. Não vamos nos afastar nunca mais. - ele me olhou e deixou um beijo no topo de minha cabeça.
Derrepente Carl começou a se mexer, rapidamente levantei ignorando a dor no tornozelo. Fui para o lado de sua cama, assim o garoto abriu os olhos revelando um seus lindos olhos azuis.
─ Onde agente ta? - Carl perguntou ofegante.
─ Esse é o Hershel, agente ta na casa dele. - Papai apresentou com voz calma. - Você sofreu um acidente, entendeu?
─ Ta doendo muito. - Carl resmungou fazendo meu coração apertar.
─ Eu sei meu amor, eu sei. - Lori disse alisando o cabelo suado de Carl.
─ Oi irmãozinho. - Peguei sua mão levando até meu rosto.
─ S/n? - Perguntou surpreso - Eu sabia que voltaria. - ele sorriu - Vocês tinham que ver...
─ Ver o que? - Perguntei encarando seu rosto pálido.
─ O cervo. Ele estava tão perto e tão lindo. - Ele respondeu encarando o teto. - Eu nunca...
O mesmo se calou, me fazendo o encarar preocupada.
─ Carl? - Papai lhe chamou.
Então Carl começou a se contorcer na cama. Deixando todos nós em desespero. Hershel pediu para nós nos afastarmos.
─ Ele está tento uma convulsão. - Hershel nos afirmou. - Se segurarem podem piorar.
─ Não pode parar? - Lori perguntou desesperada.
─ Tem que deixar passar sozinho. - O senhor disse.
Papai veio até a mim me abraçando, enquanto assistiamos Carl se contorcer na cama. Escondi meu rosto no peito do meu pai não querendo assistir aquela cena ser poder fazer nada.
Até que ele finalmente parou, Hershel rapidamente foi até o Carl analisando o meu irmãozinho.
─ O cérebro dele não está recebendo sangue suficiente . - O senhor afirmou, nos deixando mais preocupado. - A pressão está caindo, ele precisa de uma transfusão.
─ Tira o meu. - Papai disse sem pensar duas vezes.
Assim Hershel começou a preparar as coisas para tirar o sangue de meu pai. Me sentei ao lado de papai, enquanto seu sangue iria até o Carl, Hershel nos deixou sozinhos até papai quebrar o silêncio.
─ Antes disso acontecer, estávamos na mata até um cervo cruzar com agente. - Papai começou a contar. - Ele ficou bem parado lá, olhando bem nos olhos de Carl. Então olhei para o Carl olhando para o cervo e o cervo olhando para o Carl, até que aquele instante acabou. - Papai suspirou. - Era disso que ele estava falando quando acordou. Não sobre o tiro. Ele falou de uma coisa bonita, de uma coisa que vive. Ainda existe uma vida pra nós, um lugar talvez como esse.
Lori estava chorando, e eu prestei atenção no que ele dizia. Depois de tudo que passei não sei se existe vida para nós nesse mundo.
Onde esses mortos rastejam desejando nossa carne.
Hershel veio até o quarto novamente, o mesmo foi até o meu irmão para novamente da uma analisada.
─ Ele ainda está perdendo sangue mais rápido que agente pode repor. - Hershel nos encarou sério. - E com o inchaço no abdômen não podemos mais esperar ou ele vai acabar morrendo. - Ele disse fazendo meu ar faltar. - Vocês teram que decidir agora, essa criança irá morrer se esperar mais.
─ Escolha? - Lori disse encarando o senhor.
─ Escolha, você tem que me dizer qual é. Tem que me dizer o que fazer. - Papai olhou para Lori.
─ Pode fazer. - Lori abraçou meu pai.
Respirei fundo, passando a mão sobre meu cabelo. Ele tem que sobreviver, ele vai sobreviver. Carl é forte ele vai superar isso.
Enquanto eles estavam se preparando para fazer a cirurgia, ouvimos o som de carro. Rapidamente corremos para o lado de fora vendo o Shane carregando as bolsas.
─ Carl? - perguntou caminhando até a gente.
─ Ainda tem chance. - meu pai disse.
─ E o Otis? - Hershel perguntou.
Shane baixou a cabeça negando.
─ Não digam nada a Patrícia. Vou precisar dela. - Hershel disse pegando as coisas e indo até o quarto onde estava Carl.
─ S/n? . - Shane ficou surpreso ao me ver.
Eu apenas o ignorei, me sentei na pequena escada esperando alguma notícia de meu irmão.
Ele vai ficar bem, ele vai ficar bem. Era tudo no que eu pensava no momento.
Sim. Ele vai ficar bem.
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❛❛𝗟𝗼𝘃𝗶𝗻𝗴 𝗬𝗼𝘂 𝗢𝘃𝗲𝗿 𝗧𝗵𝗲 𝗖𝗵𝗮𝗼𝘀│ 𝐷𝑎𝑟𝑦𝑙 𝐷𝑖𝑥𝑜𝑛.
Fanfiction𝗟𝗼𝘃𝗶𝗻𝗴 𝘆𝗼𝘂 𝗼𝘃𝗲𝗿 𝘁𝗵𝗲 𝗰𝗵𝗮𝗼𝘀 ╼ Daryl Dixon. ┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅┅ O mundo não é o mesmo, agora vivemos entre os mortos-vivos. Onde rastejam sedentos por nossa carne, não eram só os mortos que que nos preocupavam. Os vivos...