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"But we are young, we get by. Can't go mad, ain't got time. Sleep around, if we like, but we're alright."
Chapter Nine – Alright
Saori adentrou a imponente mansão, cada passo ecoando nos corredores que guardavam segredos do seu passado. Estava apreensiva, pois não conseguia prever com que tipo de humor estaria Yashiro. O ambiente, com suas paredes de madeira escura, transmitia uma atmosfera de luxo austero. Uma coleção de obras de arte adornava as paredes, testemunhando a riqueza e a complexidade do mundo ao qual pertencia.
O silêncio envolvia a mansão como uma capa, quebrado apenas pelo som abafado dos próprios passos. As sombras dançavam nos móveis finamente esculpidos, criando uma coreografia silenciosa que refletia a quietude daquele lugar.
Ao chegar à sala de estar, Saori notou uma suave fumaça que se elevava de um charuto, formando anéis no ar. Yashiro Aiwaza, imerso em sua própria contemplação, estava sentado em uma poltrona de couro escuro, seus olhos ocultos pela fumaça.
— Estava te esperando. - O tom de voz frio reverberou pelo cômodo, fazendo o ar parecer mais denso.
— Vim assim que vi sua mensagem. - Respondeu Saori, tentando manter uma postura imperturbável diante do homem imponente.
— É o que sempre lhe digo, Saori. - O mais velho se levantou da poltrona de couro que estava sentado, apagando seu charuto em um gesto controlado. A presença intimidadora de Yashiro preenchia o espaço, mas nos olhos acinzentados, Saori pôde vislumbrar algo além do habitual frio calculista, uma sombra de algo indefinível. - Tudo é mais fácil quando você me obedece.
Yashiro se aproximou, e cada passo que dava, Saori sentia arrepios percorrerem sua espinha. Ele era imprevisível, uma incógnita constante. Contudo, ao longo dos anos de convívio, a jovem aprendeu a detectar nuances nos modos de seu tutor. Naquele momento, ele se mostrava inquieto e ela até se atreveria a dizer... Abalado? Uma rara vulnerabilidade que a deixou curiosa. O que poderia perturbar um homem tão frio?
O mais velho separou uma mecha dos longos cabelos castanhos de Saori, seus dedos deslizando suavemente pela bochecha da jovem, gesto incomum vindo dele. Era uma expressão de afeto que destoava de sua habitual frieza. Pela proximidade, ela pôde sentir o cheiro penetrante de whisky, mesclado ao aroma persistente de charuto e a fragrância elegante de seu perfume francês. O ambiente silencioso da mansão parecia reter a tensão sutil entre os dois, como se o tempo ali se movesse em um compasso próprio.
— Acreditaria em mim se dissesse que senti sua falta? - A frase de Yashiro pairou no ar, e o cérebro de Saori demorou para assimilar as palavras que seus ouvidos capturaram.
