𝕮𝖎𝖌𝖆𝖗𝖗𝖊𝖙𝖊 𝕯𝖆𝖞𝖉𝖗𝖊𝖆𝖒𝖘 • Satoru Gojo.

once in a lifetime.

"When I close my eyes, all star align and you are by my side."

Chapter Twenty-Three – Once in a Lifetime.

Satoru encontrou-se perdido no tempo desde o encontro com Akihiko Nishijima. Uma ou duas semanas podem ter se passado, mas a precisão do período escapava-lhe completamente. Sentia um nó apertar-se em seu estômago ao pensar no resgate iminente de Saori. Seu coração martelava com uma mistura de determinação e ansiedade, enquanto ele repassava mentalmente cada detalhe do plano elaborado. Cada segundo que passava parecia uma eternidade, e a incerteza sobre o destino da jovem pesava sobre ele como uma âncora.

Ele fechou os olhos por um momento, tentando encontrar alguma calma no turbilhão de emoções. Respirou fundo, focando sua mente na missão à frente. Ele sabia que não podia falhar. A vida de Saori dependia dele, e ele estava determinado a trazê-la de volta em segurança, custe o que custasse.

Mergulhou em dias intermináveis, onde cada momento parecia se esticar até o limite da exaustão. Sua mente estava totalmente consumida pelo seu objetivo, e ele mal conseguia se concentrar em qualquer outra coisa. Privado de um sono reparador há tanto tempo, a linha entre sanidade e loucura parecia cada vez mais tênue para o ex-detetive de cabelos platinados.

No silêncio sufocante de seu apartamento, ele se via constantemente à beira da ilusão. O som de batidas firmes e desesperadas ecoava em sua mente, fazendo-o correr para a porta repetidas vezes, na esperança de encontrar Saori do outro lado. Em seus momentos mais frágeis, jurava ter vislumbrado sua silhueta, com seu sorriso provocativo e sarcástico, como se ela estivesse zombando dele de alguma forma.

No entanto, cada vez que abria a porta, era confrontado apenas pelo vazio e pelo eco de sua própria solidão. A linha entre realidade e imaginação desfocava-se, mergulhando-o ainda mais fundo em um abismo de incerteza e desespero.

A angústia de Satoru era como uma névoa densa, envolvendo-o em um turbilhão de emoções confusas. Às vezes, durante suas noites insones, ele se via perdido em devaneios de resgate bem-sucedido, onde Saori voltava para ele sã e salva. Outras vezes, porém, ele era assombrado por visões sombrias de um futuro em que ele falhava em sua missão, deixando Saori à mercê dos inimigos.

Esses momentos de desespero eram interrompidos apenas pela frieza implacável da realidade ao seu redor. Cada vez que olhava para o rosto abatido no espelho, via os vestígios do cansaço e da preocupação gravados em sua expressão. Mas, apesar de todas as provações, uma centelha de determinação queimava dentro dele, alimentando sua determinação de continuar lutando até que sua ex-aluna estivesse segura em seus braços novamente.

Satoru ergueu os olhos para encontrar o rosto preocupado de Itadori, quebrando momentaneamente o ciclo de pensamentos que o consumia. A gentileza do jovem de cabelos rosas o trouxe de volta à realidade, mesmo que por um breve instante.

— Sensei, você deveria descansar um pouco — a voz de Itadori soou suave, carregada de preocupação genuína.

Um sorriso terno curvou os lábios de Satoru, reconhecendo a preocupação do garoto. — Estou bem, Yuji — respondeu, buscando tranquilizá-lo. — Agradeço a sua preocupação. Mas por que você mesmo não vai descansar um pouco?

A expressão de Itadori revelou uma mistura de determinação e relutância, mas ele finalmente cedeu, concordando em se afastar por um tempo.

Satoru permaneceu no silêncio opressivo de seu apartamento, envolto apenas por seus próprios pensamentos. No entanto, naquela noite, algo pairava no ar, algo indefinível e inquietante. Uma sensação estranha, uma corrente elétrica de desconforto que percorria sua espinha, fazendo-o estremecer involuntariamente.