wait and bleed.

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"I've felt the hate rise up in me, kneel down and clear the stone of leaves.

I wander out where you can't see, inside my shell, I wait and bleed."



Chapter Fourteen – Wait and Bleed.


Satoru Gojo chegou em seu apartamento depois da viagem a praia, mas sua mente ainda estava perdida em pensamentos sobre Saori. Ele sentia uma conexão única com a jovem, algo que ia além das palavras e das circunstâncias. O final de semana que haviam compartilhado, tinha mexido com algo dentro dele, uma mistura de emoções e questionamentos que ele não conseguia ignorar.

No entanto, a realidade o trouxe de volta quando percebeu que precisava tirar o lixo. Com um suspiro, pegou os sacos e desceu para o local de descarte do prédio. O ambiente estava tranquilo, mas a sensação de alerta permanecia em seu íntimo.

Um carro preto rasgou a rua em alta velocidade, capturando a atenção de Satoru Gojo. Antes que pudesse compreender a situação, o retinir dos disparos ecoou no ar, dilacerando o silêncio da noite. No entanto, seus reflexos não foram rápidos o suficiente para evitar a tragédia que se desenrolava diante dele.

A dor pulsava intensamente por todo o seu corpo, e a consciência da gravidade da situação se instalava lentamente. Desorientado, Satoru tentou avaliar o alcance dos ferimentos, mas a visão turva e a incapacidade de se mover dificultavam a tarefa. A cada respiração, a dor intensificava, obscurecendo seus pensamentos.

Os murmúrios distantes de pessoas ao seu redor ecoavam em seus ouvidos, mas ele não conseguia discernir claramente as palavras. Alguém perguntava se ele estava bem, mas as forças para responder eram escassas. Estirado na calçada fria, seu corpo respondia com uma agonia silenciosa.

Em meio à confusão e à dor, os pensamentos de Satoru se voltaram para Saori. A incerteza sobre como ela reagiria à notícia o assaltou. Imaginava se ela se preocuparia o suficiente para visitá-lo no hospital. E, em um momento sombrio, considerou a possibilidade de sua própria morte, indagando-se se Saori derramaria lágrimas por ele.

Um sorriso fugaz iluminou seus lábios antes que ele fechasse os olhos, mergulhando em um abismo de escuridão.




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As luzes intermitentes da ambulância pintavam a cena com um ritmo frenético, enquanto Saori se via caminhando sem rumo em direção ao corpo ensanguentado de Satoru Gojo. Seus pés, como se movidos por uma força alheia, ignoravam as tentativas dos paramédicos de afastá-la dali.

O pulsar das luzes vermelhas e azuis criava um ambiente surreal ao redor de Satoru, cujo corpo parecia quase etéreo na penumbra noturna. Os sons distantes da cidade eram abafados pela batida acelerada do coração de Saori, e ela mal conseguia entender por que se encontrava naquele lugar, encarando o sangue como se fosse algo simultaneamente aterrador e hipnotizante.

Um dos paramédicos, um homem de semblante preocupado, tentava gentilmente persuadi-la a recuar, mas Saori parecia estar em transe. Aproximou-se do corpo caído, os olhos fixos na ferida, e uma mistura de emoções tumultuosas dançava em seus pensamentos. A racionalidade dizia que deveria se afastar, dar espaço aos profissionais, mas algo mais profundo, talvez algo há muito adormecido, a mantinha ali, presa à cena diante dela.

𝕮𝖎𝖌𝖆𝖗𝖗𝖊𝖙𝖊 𝕯𝖆𝖞𝖉𝖗𝖊𝖆𝖒𝖘 • Satoru Gojo.Onde histórias criam vida. Descubra agora