505.

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"In my imagination you're waiting lying on your side

With your hands between your thighs."



Chapter Twenty-Four – 505.

— Já te disse mil vezes que não, idiota! — exclamou Saori com frustração.

— Ah, vamos lá, Saori! É só uma foto, a gente não tem nenhuma decente! — insistiu, tentando apaziguar.

— E por que diabos você quer uma foto? Ver minha cara todos os dias não é o suficiente? — retrucou Saori, sua voz carregada de sarcasmo.

Satoru rolou os olhos, exasperado. — Seu namorado não merece ter uma foto nossa?

A troca de palavras entre Satoru e Saori estava carregada de uma mistura peculiar de irritação e afeto. Apesar da resistência de Saori, Satoru persistia, determinado a conseguir o que queria.

— Eu mereço uma que não pareça ter sido tirada em um dia de ressaca. — ele respondeu, provocando um sorriso nos lábios de Saori.

Ela não pôde conter uma risada diante da resposta de Satoru. Seus olhos brilhavam com uma mistura de admiração e diversão enquanto ela o encarava.

— Você sempre tem uma resposta na ponta da língua, não é mesmo? — ela disse, sacudindo a cabeça em uma mistura de incredulidade e apreço.

O platinado retribuiu o sorriso, satisfeito por ter arrancado uma risada dela. — A vida seria muito sem graça se eu não tivesse, não acha? — ele respondeu, com um brilho travesso nos olhos.

Saori não pôde evitar concordar com um sorriso suave curvando seus lábios. A sensação de paz que emanava da presença de Satoru era indescritível, como se estivesse envolta por um manto reconfortante. Naquele momento, tudo o que desejava era permanecer ali, ao lado dele, para sempre. Ele era como um farol de luz em meio à escuridão, tão radiante que poderia até mesmo ser comparado ao próprio Sol.

A dor latejante em sua cabeça rompeu a delicada bolha de conforto em que estava imersa, trazendo-a de volta à sua realidade cruel. Um suspiro escapou dos lábios de Saori enquanto ela abria os olhos, confrontada pela dura verdade: tudo não passava de um sonho.

Saori gemeu de dor enquanto tentava, em vão, libertar-se das algemas que lhe machucavam os pulsos. Cada movimento era uma tortura, a sensação de metal cortando sua pele já sensível. Seu rosto latejava, o inchaço evidente tornava difícil até mesmo abrir os olhos completamente. O supercílio e os lábios cortados, deixavam o gosto metálico do sangue ivandir seu paladar. Cada respiração era uma agonia, a dor de uma costela provavelmente quebrada ecoava por todo seu corpo, um lembrete constante de sua vulnerabilidade.

Ela suspirou, consciente de que não estava em sua melhor forma. Era difícil lembrar quando fora a última vez que desfrutara de um banho decente, ou quando dormira por mais de três horas seguidas. A luz do sol parecia uma memória distante, uma lembrança remota de tempos mais felizes. Seu mundo, agora, era limitado àquele quarto sombrio no porão da mansão Aiwaza, onde as paredes cinzentas refletiam a monotonia de sua existência.

O mundo lá fora parecia distante, como se pertencesse a uma realidade paralela que ela já não conseguia alcançar.

— Aquele velho nojento poderia pelo menos me dar um maço de cigarro. – Reclamou.

O som estridente da pesada porta de metal se abrindo abruptamente fez Saori dar um solavanco, seu coração acelerando com a expectativa do que viria a seguir. Seria mais uma sessão de tortura?

𝕮𝖎𝖌𝖆𝖗𝖗𝖊𝖙𝖊 𝕯𝖆𝖞𝖉𝖗𝖊𝖆𝖒𝖘 • Satoru Gojo.Onde histórias criam vida. Descubra agora