Karine uma simples gandula do Allianz Parque, sua vida sempre foi monótona e sem emoção alguma, até acabar ganhando a atenção de Joaquín Piquerez, o uruguaio camisa 22 do Palmeiras. O que será que o destino reserva para os dois?
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📍Allianz Parque 24 de Janeiro 2024
Termino de por meu colete e saio em direção ao gramado sentindo o vento soprar em meu rosto. Trabalho no palmeiras desde o ano passado, ai vocês devem estar pensando que eu certamente sou da área de marketing ou até da saude deles, ERRADO, estão completamente errados.
Eu sou apenas uma gandula, meu trabalho é a apenas repor todas as bolas que acabam saindo pra fora do campo. Durante toda a partida eu fiquei no meu canto, apenas repondo as bolas e quando finalmente acabou o primeiro tempo, eu pude ter um tempinho pra mim.
– O que acha de sairmos após o jogo? – Ricardo me perguntou.
– Tô cansada demais, podemos deixar pra outro dia? — o moreno assentiu e logo a Ana entrou no assunto.
– Olha, eu agradeço todos os dias por poder ver essas beldades na minhas frente viu. – a loira se abanou ao ver o Veiga voltando pro campo com alguns dos seus companheiros de time.
Ricardo olha pra mim como quem diz "quem chamou essa loira pro assunto? " enquanto eu apenas ri dando de ombros. Digamos que a Ana é legal algumas vezes do dia, mas sempre muito atirada e acaba virando fofoca nos corredores e até mesmo nos vestiários, se for jogador com bastante mídia pode ter certeza que ela vai se atirar pra cima de você.
– Esse camisa 22 é um monumento, esse sotaque dele acaba comigo. – se referiu ao Piquerez e dessa vez eu não posso discordar, ele é realmente muito bonito e muito educado também, porém, eu nunca conversei com ele de fato.
Nos falamos apenas quando nos esbarramos pelos corredores do allianz e não passa disso. Quando o juíz apitou avisando que o segundo tempo começou, voltamos para nossos lugares, me apoiei na placa de publicidade com uma bola em minhas mãos enquanto assistia o jogo.
Esse é o lado bom de ser gandula, posso assistir os jogos de graça e não precisa ser apenas do profissional não. Enquanto estou distraída com meus pensamentos, uma bola passa rapidamente ao meu lado e acabo levando um susto mesmo sem querer.
Enquanto a bola rola pra fora do campo, Joaquín Piquerez estava parado na minha frente. Sorri sem graça e lhe entrego a bola que antes estava em minhas mãos, o uruguaio agradeceu e voltou parar cobrar o lateral.
– Mana, a olhada que ele te deu. – Ricardo parou ao meu lado.
– Ele olhou normal, assim como você me olha. – encarei o rapaz.
– Eu te olho como amiga, ele te olhou como "nossa, essa gandula é gostosa ". – engrossou a voz me fazendo rir.
– Para de falar besteira, tô achando que o nosso convívio com a Ana tá te afetando. – empurrei seus ombros e ele me olhou incrédulo me fazendo rir. – Agora vamos parar de ladainha e focar no trabalho.
Ele sai resmungando e rebolando, Ricardo é meu melhor amigo no trabalho e fora dele. Me ajudou muito com a minha timidez em diversos momentos e eu sou muito grata a ele, e mesmo eu não falando isso as vezes, ele sabe o quão grata eu sou!
Depois de mais alguns minutos o jogo finalmente acabou, enquanto eu guardava as bolas o Zé Rafael apareceu na minha frente.
– Será que você pode emprestar uma dessas pra gente? – ele perguntou sem graça.
– Até posso, mas você vai ter que me devolver antes de sair do campo. – informo e ele concorda indo na direção de alguns jogadores, mas parou no meio do caminho.
– Qual é o seu nome? – se virou para mim.
– Karine. – ele assentiu e voltou a caminhar.
Termino de guardar as bolas e vou pro lado do Ricardo que ouvia a Ana falar sem parar.
– Qual é o assunto? – parei ao lado deles.
– A Ana dizendo o quão bem fode o gabigol. – meu amigo revirou os olhos.
– E desde quando você conhece ele? – perguntei interessada.
– Quando fui pro rio, acabei encontrando com ele em uma balada. – explicou. – Bom, agora se me deem licença.
Sorriu maliciosamente.
– Irei ver se algum deles quer companhia. – saiu rebolando na nossa frente e jogando o cabelo.
– Tomara que leve um fora na frente de todos. – Ricardo resmungou e eu ri. – Mas eai, barzinho? – sorriu sugestivo.
– Dispenso amigo. – ele bufou e saiu andando me deixando sozinha.
Dou de ombros e começo a fazer meu caminho pra fora do campo, até ouvir alguém me chamar. Provavelmente é o Zé, mas ele não tem sotaque então pode ser o Rios, me viro afim de saber quem é a pessoa e acabo dando de frente com o Piquerez.
– Zé me pediu para te entregar.– coçou a nuca aparentemente nervoso. – Te fizemos perder a hora por uma partida de altinha.
– Ah não tem problema, uma partida de altinha é uma partida de altinha. – lhe respondi. – Bom, agora eu preciso ir.
– Hasta luego. – acenou.
– Hasta luego. – acenei de volta e sai do campo.
Coloco a bola que ele entregou dentro do cesto e caminho até a saída do estádio pedindo um uber.
