Versalhes, França.
Abril de 1816.
O GRANDE DIA.
O palácio estava a todo vapor logo quando acordo. Todos os servos parecem nem ter dormido, pois quando coloco os pés para fora do quarto, eu os vejo andando para lá e para cá.
Eu estou extremamente nervosa e feliz. Annie me acordou e disse que a rainha queria conversar comigo antes que eu começasse a me preparar. O casamento aconteceria às quatro da tarde e já era oito horas da manhã quando desço as escadarias.
— Bea, sente-se, querida. — A rainha me recebe com tranquilidade e eu faço uma reverência antes de me sentar.
— Bom dia, Majestade.
— Espero que tenha dormido bem, precisa estar descansada para hoje. — A rainha diz e eu sorrio.
— Dormi muito bem, obrigada. — Respondo. — A senhora queria falar comigo?
— Sim, quero. Deixe eu lhe alertar sobre como será esse final de semana. Eu sei que nossos executivos já lhe explicou todo o roteiro, mas eles não devem ter falado da pressão que você pode sofrer a partir de hoje.
— Pressão, Majestade? De quem exatamente? — Pergunto, confusa.
— De todos, querida. A senhorita será a rainha, e já começamos a escutar os falatórios pela cidade, as pessoas gostam muito de você, mas ainda não confiam que será uma boa rainha para o nosso país.
— A senhora sabe o porquê disso?
— É muito provável que por ser de outro país, nova, e uma moça que não veio de linhagem real possa ter pesado no ponto de vista dos franceses. — A rainha diz e eu fico apreensiva, um tanto desapontada também. — Mas, isso pode ser mudado querida. O olhar dos súditos sobre você e Adam é um olhar de quem está vendo um conto de fadas acontecendo, isso é muito bom. A preocupação no ponto de vista político pode ser mudada através de suas atitudes. Eu não estou totalmente certa disso, mas Adam pretende lhe dar a oportunidade de aplicar um projeto social.
— Mesmo? — Pergunto, sorridente.
— Sim, mas finja surpresa quando ele lhe contar. — Ela brinca e nós damos risada. — Tem alguma causa em mente que queira ajudar?
— Sim, Majestade. Estudei muito sobre os problemas econômicos e sociais da França, já tenho alguma ideia em mente.
— Ótimo, mal posso esperar para ver! Agora, sobre o casamento em si, eu posso lhe fazer companhia quando for se aprontar.
— Eu ficarei muito grata, por favor. — Digo e ela sorri.
— Agora vá, sei que tem muito a fazer.
— Obrigada. — Sorrio e me levanto.
Não vejo Adam o dia todo e isso de certa forma é bom, ele deve estar na mesma correria que eu.
Annie e as outras criadas me ajudam a ter um dia relaxante, com direito a licor, massagem e um banho de espuma com ervas que me acalmaram como nunca.
Eu visto um robe branco e fino, depois fico andando de um lado para o outro no quarto, sem saber o que fazer. Minhas mãos estavam trêmulas.
— Lucie, por favor, pode me trazer algo fácil para comer e uma água? — Peço, com um olhar de desespero e ela me atende se retirando do quarto.
Fico sozinha por poucos segundos, pois Ellie bate na porta e entra a trancando logo em seguida.
— Ei! — Digo um pouco aliviada por vê-la. — Ellie, eu estou surtando.
— É normal, respira. — Ela fala, pegando em minhas mãos e eu respiro fundo. — Eu sei que logo você vai se vestir e arrumar o cabelo, portanto eu vim te dar informações preciosas que ninguém me deu quando eu casei.
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Amor e Resiliência
RomanceFilha de um Conde muito influente na cidade de Londres, Beatrice Charlotte Lancaster é conhecida como a jovem mais bela inserida na alta sociedade. Orfã de mãe, ela passa os seus dias honrando todos os ensinamentos que recebeu desde cedo. O desafio...