Capítulo 23

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Versalhes, França.

Abril  de 1816.

O GRANDE DIA.

O palácio estava a todo vapor logo quando acordo. Todos os servos parecem nem ter dormido, pois quando coloco os pés para fora do quarto, eu os vejo andando para lá e para cá.

Eu estou extremamente nervosa e feliz. Annie me acordou e disse que a rainha queria conversar comigo antes que eu começasse a me preparar. O casamento aconteceria às quatro da tarde e já era oito horas da manhã quando desço as escadarias.

— Bea, sente-se, querida. — A rainha me recebe com tranquilidade e eu faço uma reverência antes de me sentar.

— Bom dia, Majestade.

— Espero que tenha dormido bem, precisa estar descansada para hoje. — A rainha diz e eu sorrio.

— Dormi muito bem, obrigada.  — Respondo. — A senhora queria falar comigo?

— Sim, quero. Deixe eu lhe alertar sobre como será esse final de semana. Eu sei que nossos executivos já lhe explicou todo o roteiro, mas eles não devem ter falado da pressão que você pode sofrer a partir de hoje.

— Pressão, Majestade? De quem exatamente? — Pergunto, confusa.

— De todos, querida. A senhorita será a rainha, e já começamos a escutar os falatórios pela cidade, as pessoas gostam muito de você, mas ainda não confiam que será uma boa rainha para o nosso país.

— A senhora sabe o porquê disso?

— É muito provável que por ser de outro país, nova, e uma moça que não veio de linhagem real possa ter pesado no ponto de vista dos franceses. — A rainha diz e eu fico apreensiva, um tanto desapontada também. — Mas, isso pode ser mudado querida. O olhar dos súditos sobre você e Adam é um olhar de quem está vendo um conto de fadas acontecendo, isso é muito bom. A preocupação no ponto de vista político pode ser mudada através de suas atitudes. Eu não estou totalmente certa disso, mas Adam pretende lhe dar a oportunidade de aplicar um projeto social.

— Mesmo? — Pergunto, sorridente.

— Sim, mas finja surpresa quando ele lhe contar. — Ela brinca e nós damos risada. — Tem alguma causa em mente que queira ajudar?

— Sim, Majestade. Estudei muito sobre os problemas econômicos e sociais da França, já tenho alguma ideia em mente.

— Ótimo, mal posso esperar para ver! Agora, sobre o casamento em si, eu posso lhe fazer companhia quando for se aprontar.

— Eu ficarei muito grata, por favor. — Digo e ela sorri.

— Agora vá, sei que tem muito a fazer.

— Obrigada. — Sorrio e me levanto.

Não vejo Adam o dia todo e isso de certa forma é bom, ele deve estar na mesma correria que eu.

Annie e as outras criadas me ajudam a ter um dia relaxante, com direito a licor, massagem e um banho de espuma com ervas que me acalmaram como nunca.

Eu visto um robe branco e fino, depois fico andando de um lado para o outro no quarto, sem saber o que fazer. Minhas mãos estavam trêmulas.

— Lucie, por favor, pode me trazer algo fácil para comer e uma água? — Peço, com um olhar de desespero e ela me atende se retirando do quarto.

Fico sozinha por poucos segundos, pois Ellie bate na porta e entra a trancando logo em seguida.

— Ei! — Digo um pouco aliviada por vê-la. — Ellie, eu estou surtando.

— É normal, respira. — Ela fala, pegando em minhas mãos e eu respiro fundo. — Eu sei que logo você vai se vestir e arrumar o cabelo, portanto eu vim te dar informações preciosas que ninguém me deu quando eu casei.

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