Versalhes, França
Abril de 1816.
Acordo em nossos aposentos e o quarto ainda permanecia todo escuro. As cortinas ainda fechadas não davam espaço para o sol entrar no ambiente. Sinto um dos braços de Adam em minha volta e olho para o lado, vendo que ele dormia tranquilamente. Sorrio sozinha, observando seus cabelos castanhos, os lábios vermelhos entreabertos e sua respiração pesada.
Os lençóis brancos cobriam nossos corpos nus e eu sinto vontade de permanecer na cama o dia todo.
Adam começa a despertar lentamente. Seus olhos verdes se deparam com os meus depois de alguns segundos e sorri ao me ver.
— Como pode acordar assim tão bela? — Pergunta ainda sonolento, esfregando os olhos e eu dou uma risada fraca.
— Nem venha com essas mentiras. Estou um caco. — Falo, apoiando o queixo na mão e ele afasta o cabelo do meu rosto.
— Eu não poderia estar mais feliz ao seu lado. — Adam diz, com sua voz matinal que me prende e eu sorrio novamente.
— Eu lhe digo o mesmo. — Falo e ele deposita um beijo rápido em meus lábios. — Agora preciso ir, tenho que me arrumar e fazer muitas coisas hoje. Você também.
— Argh... — Ele murmura e cai de cara no travesseiro, me fazendo rir.
— Vamos, a França não será governada sozinha. — Digo me levantando e ele abre um olho para observar meu corpo, me deixando totalmente envergonhada. Eu jogo um travesseiro em seu rosto o fazendo rir.
— Nos vemos mais tarde? — Adam pergunta e eu sorrio.
— Com certeza. — Respondo, vestindo um robe e fecho a porta após mandar um beijo.
Ando rapidamente pelo corredor até meus aposentos, rezando para que ninguém me veja nesse estado atual, porém eu falho.
— Bom dia, Majestade. — Escuto a voz séria da Sra. Gizelle, fecho os olhos e me viro para a olhar. Uma coisa que a rainha me ensinou foi sempre manter a postura com humildade mesmo estando errada em algum ponto.
— Bom dia, Sra. Gizelle.
— Não se esqueceu do seu compromisso com o comitê, não é mesmo? — Pergunta. Eu não havia esquecido, estava apenas um pouco atrasada.
— Não esqueci, apenas acordei um pouco mais tarde. Sabe como é, estamos aproveitando um pouco nossos primeiros dias de casados. — Digo e ela sorri meio sem graça. — Vou me aprontar e a encontro no salão principal, obrigada.
A senhora faz uma reverência e eu me viro rapidamente para entrar em minha suíte. Faço minha higiene matinal e quando volto para o quarto Annie já estava pronta com minhas meias e um corset em mãos. Mais uma vez me encontro em frente ao espelho enquanto ela prendia bem aqueles cordões da vestimenta que me tirava o ar.
Ela segura o vestido escolhido para passar o dia, era de cor neutra, porém digno de uma rainha. Ela prende meu cabelo de forma graciosa e por fim prende a coroa no alto de minha cabeça.
— Está infinitamente bela. É uma rainha tão linda, Majestade. Sua mãe com certeza está muito orgulhosa, não só por ser bela, mas também pela mulher que se tornou. — Annie diz me olhando através do espelho e eu sorrio.
— Obrigada, Annie. Fico feliz que tenho me parecido um pouco com a pessoa que ela foi em vida. — Digo sincera. — Agora, preciso ir. Tenho mil coisas para fazer hoje, me deseje sorte.
— Não vai precisar.
— A rainha Izabel volta amanhã, certo? — Pergunto quando os guardas abrem as portas para mim.
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Amor e Resiliência
RomanceFilha de um Conde muito influente na cidade de Londres, Beatrice Charlotte Lancaster é conhecida como a jovem mais bela inserida na alta sociedade. Orfã de mãe, ela passa os seus dias honrando todos os ensinamentos que recebeu desde cedo. O desafio...