Capítulo 9

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Londres, Inglaterra.

Março de 1816

O palácio era mais bonito ainda a noite. O primeiro baile desde o incêndio estava prestes a começar e aparentemente estava lotado. A rainha ama dar bailes, então decidiu chamar as pessoas que fazem parte da corte e nobreza para estar aqui.

Meu cabelo estava preso em um coque, com algumas mechas soltas, trazendo um charme para meu rosto.

Entro no salão e as conversas eram altas, assim como a música. Meu pai se afasta para conversar com o noivo de Ellie, juntamente com ela. Fico sozinha com Carter, até o Duque de Surrey se aproximar de nós dois. Ele cumprimenta meu irmão e depois beija minha mão, sorridente.

— Está realmente encantadora hoje. — Diz sorrindo, ainda segurando minha mão.

— Você está realmente muito elegante, Vossa Graça. — Digo e ele ri, constrangido.

— Podem parar com os elogios, estou bem aqui, certo? — Meu irmão resmunga, demonstrando desconforto e eu dou risada.

— Exatamente, são apenas elogios. Nada demais, irmão. — Digo e ele revira os olhos.

— E o senhor, Ethan, saiba que estou observando cada passo seu com minha irmã. Você é meu amigo, mas eu posso te dar alguns puxões de orelha. — Ele alerta.

— Fique tranquilo, Carter. Não farei mal algum a ela. — Ethan o responde.

— Ótimo! Agora, com licença. — Carter pede e se retira, nos deixando sozinhos. Não por muito tempo, até um homem de meia idade se juntar a nós.

— Boa noite, Lady Beatrice e Vossa graça. — O senhor que eu reconhecia apenas por vista nos cumprimenta e eu sorrio em resposta. — Desculpe, mas preciso muito falar contigo sobre alguns assuntos de trabalho, Surrey.

— Neste momento? — Ethan pergunta.

— Sim, é a única oportunidade que temos de conversar depois de muito tempo. — O homem ri e Ethan balança a cabeça em concordância.

— Claro. — Afirma o duque.

— Eu os deixarei à vontade. Com licença. — Sorrio e viro as costas, me afastando.

A rainha entra no local, sem o rei desta vez, acompanhada pelo príncipe Adam. Todos fazem uma reverência, e ao término do anúncio da chegada deles, a primeira valsa se inicia.

Algumas pessoas andam até o centro para dançar. De longe vejo Agnes dançando com um rapaz carrancudo e penso que não queria estar na pele dela. Faço uma careta vendo a cena, depois de comer um aperitivo.

— Ah, como admiro seus traços delicados. — Escuto a voz que já era familiar e quase engasgo com a comida na boca. Olho para trás e ali estava Adam, com seu sorriso divertido, com certeza tinha visto minhas expressões.

— Alteza, o senhor me assustou! — Falo me recompondo e respirando fundo para que meu rosto volte a cor normal. Faço uma reverência, e ele quase ri do meu desespero.

— O que viu de tão ruim? — Pergunta arqueando uma sobrancelha.

— Nada demais, só estava distraída.  — Falo e pego um guardanapo para limpar a boca.

— Você está linda, Triss... — Diz, um pouco receoso e eu acho engraçado o modo que ele diz o que está sentindo. Amo quando me chama assim, do jeito que ninguém nunca me chamou.

— Acaba de me ver fazendo caretas e diz que estou linda? Deve estar brincando.

— Não seja boba. Até com suas caretas, eu lhe acho uma mulher linda. — Fala e eu sinto meu coração aumentar o ritmo dos batimentos. — E acho uma graça quando fica vermelha.

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