Capítulo 7

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Londres, Inglaterra.

Março de 1816

               Afasto a cortina da janela do meu quarto e vejo a luxuosa carruagem se aproximando de nossa residência pelo caminho de terra. Os cavalos eram tão lindos que pareciam sair de um conto de fadas. Meu estômago parece estar cheio de borboletas voando por cada centímetro quadrado só de imaginar que ele estava chegando. Para me ver.

Ando de um lado para o outro inspirando e soltando o ar de meus pulmões lentamente. Interrompo meus passos e paro em frente ao espelho, percorro os olhos pelo meu vestido verde musgo que cominava perfeitamente com meus olhos e o enfeite com pedrarias de esmeraldas na parte de trás de meu cabelo que se encontrava quase inteiramente solto. As ondas de meu cabelo caiam em minhas costas e eu ajeito o que não havia necessidade de ser ajeitado rapidamente.

Batidas rápidas soam na porta antes dela ser aberta e um dos funcionários avisar que o Príncipe havia chegado.

Respiro fundo e sigo para o corredor.  Olho para o hall e não o vejo, então desço os degraus lentamente. Céus, por que estou tão nervosa?

Decido ir para a sala de visitas e espera-lo ali, mas quando desço o último degrau as portas de entrada se abrem e Príncipe Adam aparece logo atrás delas. Nossos olhos se encontram imediatamente, de forma não proposital. Sua sobrancelha franzida e seus lábios mais vermelhos do que o normal me chamam atenção. Lá fora estava muito frio e ele respira pesadamente, soltando uma fumaça pelo ar.

Nós ficamos em silêncio por alguns instantes nos olhando de um jeito que eu não estava acostumada a lidar, até que um dos funcionários interrompe nosso transe.

— Vossa Alteza Real, Príncipe Adam. — Sr. Ross o anuncia ao mesmo tempo que meu pai chega ao meu lado e nós o reverenciamos em conjunto. O Príncipe sorri de lado e abaixa a cabeça brevemente em saudação.

— Boa tarde, Alteza. Seja muito bem-vindo em nossa residência. — Meu pai diz com simpatia.

— Muito obrigado, Conde Cambridge. — Ele agradece com seu sotaque, enquanto tirava a capa que usava e entregando ao seu servo. — Foi uma viagem tranquila apesar da neve que cai lá fora.

— Pois é, fazia algum tempo que não fazia o frio que está hoje. — Eles conversam casualmente. O Príncipe ainda não dirigiu a palavra a mim, o que é no mínimo estranho.

— Olá, Beatrice. — Ele diz, e ao ouvir meu nome saindo de seus lábios tão intimamente, meu corpo estremece.

— Olá, Alteza. — Digo, apenas. Não consigo dizer mais nada no momento, com seus olhos verdes em cima de mim. Minha mente se torna uma folha de papel em branco.

Meu pai se afasta, o suficiente para nos dar privacidade, mas ainda sem nos perder de vista.

— Eu...Imaginei que pudéssemos andar um pouco a cavalo, mas parece que o tempo não cooperou conosco. — Diz para mim e limpa a garganta. Eu sorrio fraco.

— Tudo bem, tenho certeza que podemos fazer outra coisa juntos. — Falo e ele me olha com atenção e balança a cabeça lentamente.

Me lembro do que ele escreveu na carta. Ele era péssimo em demonstrar sentimentos, então acho que terei que tomar algumas iniciativas.

— Eu...

— Nós podemos... — Falamos ao mesmo tempo e interrompemos nossas falas. Eu sorrio fraco e ele sorri divertidamente. — Você primeiro.

— Eu ia dizer que podíamos ir até a sala de música e tomar um chocolate quente, enquanto passamos um tempo juntos.

Por que estou sugerindo essas coisas idiotas a um príncipe? Ele me olha e ri fraco.

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