Capítulo 10

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Londres, Inglaterra.

Março de 1806.

Meu corpo congela quando vejo o cabelo loiro escuro de Ethan e sua farda enquanto ele estava de costas e conversava com meu pai dentro do escritório dele. Me escondo atrás da porta e escuto um pedaço da conversa.

— Conde Cambridge, gostaria de ser honesto com o senhor, e com isso devo dizer que estou apreciando Beatrice a cada dia que passamos juntos. Acho que podemos formar um belo casal. — Escuto Ethan dizer e rir fraco no final. Meu coração parece estar entalado em minha garganta.

Começo a entrar em desespero, mas fico quieta. Estava pronta para ir me encontrar com Ethan do lado de fora da mansão, e ao passar em frente o escritório vejo que ele estava em uma conversa aparentemente séria com meu pai.

Fecho os olhos e rezo para que ele não chegue ao ponto que estou pensando que ele pode chegar. Já vim alguns cortejos se tornarem noivados em menos de duas semanas, até porque não é favorável para a moça que um cortejo leve muito tempo.

Mas ele não pode pedir minha mão ao meu pai. Pelo menos não ainda, não estou preparada.

— Fico feliz em saber disso, Vossa Graça. Você e minha filha parecem estar se dando muito bem, nunca pensei que iria ver isso algum dia. Apesar que sempre foi bem-vindo em nossa família, desde pequeno sendo amigo de Carter.  — Meu pai diz sorrindo. — Escute, Ethan... Gosto muito de ti, acho o senhor um bom partido para Beatrice, e aconselho que os dois tenham mais algum tempo para se conhecerem melhor.

— Imagino que o senhor ache que seja muito cedo para um pedido de casamento. — Ethan diz receoso e meu pai excita um pouco antes de responder.

— Talvez seja, sim. Não sou contra a ideia, só quero que tenham a certeza de que querem mesmo isso. — Meu pai fala e eu suspiro aliviada, ainda atrás da porta.

— Claro. O senhor é uma das pessoas mais sábias que conheço, não ousarei dizer o contrário. — Ethan diz em tom de brincadeira e os dois riem.

Me apresso para não ser pega em flagrante, e saio paro o lado de fora. O dia estava quente e toda essa ideia de um possível pedido de casamento me deixa atordoada.

Ando de um lado para o outro em nossa enorme varanda e quando vou me virar, acabo batendo com Ethan. Ele imediatamente me segura antes que eu possa cair.

— Ei, Bea... Está tudo bem? — Pergunta, preocupado.

— Oi! — Digo com a respiração acelerada e Ethan sorri de lado. — Estou bem, só está um pouco quente aqui.

— Está mesmo. Venha, vamos nos sentar no gazebo.

Ele me conduz pelo jardim e quando chegamos ao gazebo entre as árvores, nos sentamos em um banco que havia lá dentro. Ethan se senta a menos de trinta centímetros de mim e eu estranhamente fico aliviada com a companhia dele. Ele tem se tornado um grande amigo, e para falar a verdade não sei distinguir os sentimentos que tenho por ele. É diferente de quando estou com Adam.

Fico apreensiva, não quero me machucar fazendo a escolha errada. Me sinto bem quando estou com Ethan, ao mesmo tempo que me sinto bem com Adam. Olho para Ethan e ele sorri fraco.

— Bea, está me deixando preocupado, você está agindo estranho. — Ele fala e pega em minha mão. — Não precisa esconder nada de mim.

— Bom... Só estou um pouco insegura com muitas coisas. — Decido ser sincera.

— Algumas coisas? Tem a ver comigo? — Pergunta.

— O-o que? — Gaguejo e ele sorri de canto.

— Não nasci ontem, Bea. Eu sei que nós dois temos nos aproximado, assim como você e o Príncipe Adam tem se aproximado também. — Ethan diz e eu fico surpresa com a velocidade que ele deduz tudo corretamente.

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