Versalhes, França
01 de junho de 1816.
TRISS
3:00
Desperto no meio da madrugada, o palácio estava em completo silêncio, mas um gemido me fez abrir os olhos. Me levanto, carregando comigo uma lamparina e saio para o corredor. Vejo que o gemido vinha dos aposentos de Adam. Eu preferi dormir em meu aposento para que ele pudesse se recuperar melhor.
Quando me aproximo de sua porta vejo um dos guardas vindo até mim, junto com uma enfermeira.
— Majestade, — O guarda me chama e eles reverenciam. — Ouvimos um barulho vindo daqui, pode ser que o rei tenha acordado.
— Podem deixar, eu vejo. — Agradeço e com muita cautela, abro a porta. Adam estava ali, os olhos entreabertos, o rosto suado, seu peito subia e descia pesadamente. Um grande alívio toma conta do meu corpo e eu corro para seu lado. — Ed...
— Triss. — Ele ofega e busca minha mão. Eu me sento ao seu lado e beijo seu rosto. Estava gelado. — Você... Céus, você está bem. — Fala aliviado e eleva a mão, segurando na lateral de meu rosto.
— Sim, amor. Eu estou bem. E você? Vou chamar o médico. — Falo, enxugando os olhos e quando tento me levantar ele me impede.
— Espere. — Adam me puxa para um abraço e eu morro de medo de machucá-lo. Retribuo e ele suspira aliviado. — Me perdoe por te deixar apreensiva e sozinha.
— Está tudo bem, estou orgulhosa. — Sorrio para ele. — Eu morri de medo de te perder sem poder te dar uma notícia...
— Notícia? O que houve? — Pergunta, preocupado e tenta se levantar.
— Ei, se acalme. — Dou um leve riso e ele consegue sentar com dificuldade. Eu pego um pano que estava sob a mesa de cabeceira e com cuidado seco seu rosto e verifico seus curativos, enquanto ele observava meus movimentos.
— Está me deixando nervoso, linda... — Ele diz em um meio sorriso e eu chego mais perto dele. — O que é?
— Nós... — Começo a dizer, mas meus olhos se enchem e minha voz embarga, antes mesmo de eu terminar a frase. — Nós vamos ter um bebê. Eu estou grávida. — Sussurro e vejo seus olhos brilharem e sua respiração mudar.
— Não.... Não acredito... — Ele diz totalmente surpreso e eu balanço a cabeça reafirmando. Adam sorri largamente e me puxa para um abraço, seus lábios beijam meus cabelos diversas vezes e nós rimos juntos. — É a melhor notícia que recebo em minha vida!
— Eu também. — Digo enquanto sorrio e lágrimas caem dos meus olhos, mas Adam as seca.
— Não poderia estar mais feliz, linda. Sou um homem de sorte! — Diz sorrindo e eu me sinto bem mais leve.
— Nem acredito que vamos ser pais... — Falo e ele ri.
— Nem eu, ainda é muita informação para digerir. — Nós rimos e ele segura em meu rosto, com as duas mãos. — Estamos juntos nisso, vai correr tudo bem.
— Vai sim. — Concordo e ele me beija, a sensação de ter seus lábios junto aos meus novamente me deixava tão leve, e sei que ele também se sentia assim.
Nós passamos um bom tempo juntos, deitados naquela cama, ele me contava os detalhes da guerra, mas quando eu pedia por mais informações ele me poupava. Adam disse que a guerra é a pior coisa que um homem pode enfrentar, eu senti em seu falar que ele ainda estava traumatizado pelas perdas, por todo sangue derramado e por todo o caos que teve na França durante esses dias.
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Amor e Resiliência
RomanceFilha de um Conde muito influente na cidade de Londres, Beatrice Charlotte Lancaster é conhecida como a jovem mais bela inserida na alta sociedade. Orfã de mãe, ela passa os seus dias honrando todos os ensinamentos que recebeu desde cedo. O desafio...