Capítulo 11

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Londres, Inglaterra.

Março de 1816

A carruagem real é estacionada na frente de nossa residência por alguns segundos ates de eu e Annie subirmos com ajuda do cocheiro. Annie verifica meu cabelo e vestido o caminho todo, acho graça da preocupação exagerada que ela sente toda vez que vou me encontrar com o Príncipe.

Meu vestido dessa vez era mais trabalhado e de manga longa, hoje o dia estava frio. Uma capa branca com capuz, estava presa em meu pescoço, para que quando descêssemos o frio não nos atingisse tanto.

Mais uma vez descemos no palácio, dessa vez eu estava sozinha, acompanhada apenas por Anne.

Andamos em direção a entrada e somos recebidas por um dos servos.

— Lady Beatrice, fique à vontade. A Vossa Alteza Real está à sua espera na sala principal. — O servo diz e eu agradeço antes de seguir em frente, junto com Anne.

— Senhorita, eu vou lhe deixar à vontade. Quando quiser partir, me procure, tudo bem? — Anne pergunta e eu sorrio.

— Obrigada, Anne. Você vai ficar bem? — Pergunto.

— Sim, claro. Não se preocupe, senhorita. — Anne se despede e segue o caminho oposto do meu.

Dou mais alguns passos até a sala real e quando dois homens abrem as portas para mim, vejo Adam apoiado em uma mesa, escrevendo em alguns papeis. Seu cenho estava franzido, e ele ficava imensamente lindo concentrado.

Respiro fundo e vou até ele.

Seu olhar me encontra e percebo os ombros dele relaxarem. Adam dobra o papel com agilidade e guarda em um envelope.

— Ei, querida Triss. — Ele me recebe, sorrindo de canto e eu sorrio também.

— Alteza. — Faço uma reverência. — Atrapalho?

— Com certeza não. — Responde e solta um riso fraco, vendo que eu o olhava desconfiada por ter guardado o papel tão rápido. — Estava respondendo uma carta de minha mãe.

— Oh. Está tudo em com a rainha? — Pergunto preocupada.

— Está. Com meu pai é que não. Enfim, nós não estamos aqui para isso, certo? — Adam diz e guarda o envelope na gaveta debaixo.

— Me lembro bem que queria me mostrar algo que nunca mostrou a ninguém. — Falo quando ele dá dois passos até mim. Olho para cima, o fitando.

— Na verdade, é uma das coisas que nunca mostrei para ninguém, mas vamos devagar, hun? — Ele diz divertido e meu rosto esquenta imediatamente.

— Ed! — O repreendo e ele ri, quando dou um pequeno beliscão em seu braço, covinhas aparecem em sua bochecha e eu fico mais constrangida ainda quando percebo que o tecido de sua camisa branca é tão fino que me permite sentir seu músculo por baixo dela.

— Adoro quando fica corada, não vou negar. — Ele diz e me oferece o braço. — Vamos?

Entrelaço meu braço no dele, passamos para o corredor onde todos fazem uma reverência.

— Eu disse que é uma das coisas que não mostrei a ninguém porque realmente há uma segunda coisa que quero lhe mostrar.

— Quando irá mostrar? — Pergunto ansiosa.

— Uma coisa de cada vez. — Ele ri e eu reviro os olhos.

Subimos alguns lances de escadas e eu estava quase me cansando quando Adam diz que chegamos. Noto que estávamos alto quando olho pela janelinha da pequena e pesada porta.

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