Amor e Resiliência

Capítulo 17

Versalhes, França.

Maio de 1816.

Todos os servos e funcionários reais estavam ali nos recebendo, enfileirados no hall de entrada do palácio. Eu fico maravilhada ao notar cada detalhe do lugar, tudo era impecável e perfeito. Era maior que o palácio de Londres, com toda certeza e eu começo a ficar apreensiva, ali seria minha casa a partir de agora. Nossa casa.

Sou apresentada a todos, em especial a Senhora Gizelle, a mulher madura que cuidava de tudo do palácio há quarenta anos. Era ela quem dava as ordens aos empregados e era a serva mais confidente da Rainha Izabel. Minha família e todos que vieram comigo foram levados para se acomodarem.

A Rainha. Ela desceu as enormes escadarias de Versalhes com seu ar tranquilo e leve. Sua elegância e simpatia tomava conta de todo o salão. E ela era linda. Adam herdou seus olhos verdes e seu cabelo castanho claro ondulado. O cabelo dela era longo e muito bem cuidado.

Quando a Rainha Izabel chega ao final da escada ela abre um sorriso. Eu e Adam a reverenciamos e ela se apressa em abraçar seu filho. Ela suspira aliviada e Adam ri.

— Olá, mãe. — Adam a cumprimenta, retribuindo o abraço.

— Senti saudades, Edmond. — Ela diz e eu sorrio com o modo que ela o trata. Quando os dois se afastam ela me olha e parece estar feliz. — E você querida, deve ser Beatrice.

— Muito prazer, Majestade. — Digo sorrindo.

— Essa é Beatrice, minha noiva. — Adam apresenta, sorrindo de canto e eu fico nervosa.

— É linda! Como disse nas cartas, querido. — Ela sussurra e ele arregala os olhos. Nós rimos e ela me abraça. — Seja muito bem-vinda, querida. Espero que sejamos grandes amigas.

Eu não esperava receber essas palavras da Rainha Izabel, portanto eu a olho com gratidão por alguns segundos antes de responder.

— Obrigada, Majestade, significa muito para mim. Eu estava ansiosa para conhece-la. — Digo.

— Temos muito o que conversar! — Ela fala empolgada, mas logo respira fundo e olha para Ed. — Filho, o seu pai está no quarto, provavelmente dormindo, mas vá até lá.

— Claro. Vocês... Vão ficar bem aqui? — Ele pergunta e sua mãe solta uma risada.

— Está com medo de nos deixar sozinhas? Pare de besteira. Vou acomodar Beatrice e chamar a Senhora Gizelle para apresentar o palácio. — A Rainha Izabel responde.

— Certo... — Adam concorda um pouco desconfiado e eu sorrio quando ele se vira para mim. Ele beija minha mão antes de dizer para procura-lo se precisasse de qualquer coisa.

Quando ficamos sozinhas, nós seguimos para a sala principal.

— E a sua família, veio contigo, não é? — Minha futura sogra pergunta.

— Vieram, sim. Eles estão se acomodando. — Digo e ela ri. — Majestade, o meu francês está muito ruim?

— Oh, querida. — Ela acha graça e ri da minha pergunta. — Está perfeito, basta alguns meses para começar a falar com o sotaque nativo. Bom, a primeira coisa que vou fazer é lhe mostrar a sua suíte...

— Majestade, não quero que se preocupe comigo, tudo bem se eu me ajeitar sozinha, sei que a senhora é muito ocupada e...

— Fique tranquila, faço questão de mostrar ao menos a sua suíte provisória até o casamento. Os outros cômodos principais a Senhora Gizelle... Aqui está a senhora. — A rainha diz ao encontrar a mulher que eu já havia conhecido. — A senhora apresentará os outros cômodos a Beatrice, mas eu fiz questão de traze-la até a suíte.