Oslo ➳ Herman Tømmeraas

35

Íamos no carro com a minha mãe.

Decidimos fazer-lhe companhia até um mercado. O Herman como conhecia melhor os caminhos, servia de gps.

Eu ia atrás com ele.

Assim que o carro foi estacionado no parque, a minha mãe avisou que ia lá dentro. Eu disse que queria ficar no carro, visto que ela só ia comprar uma lasanha e uma bebida.

O rapaz também ficou comigo.

Assim que ela virou costas, tirei o cinto e fui para a beira do Herman.

- Nem vais com a tua mãe ás compras. Coitada da mulher.

- Ela só vai buscar uma coisa. - ele balançou a cabeça - É verdade. O que queres para o Natal? Ja é este fim de semana.

- Quero-te a ti.

- Ó, está bem. - desviei o olhar e ouvi a risada dele a ecoar nos meus ouvidos - Diz lá, a sério. O que precisas?

- Não preciso de nada.

- Não sejas teimoso. - ele arregalou os olhos, e eu ri-me - Se não dizes, compro eu sem saberes. - ele encolheu os ombros -

- Não gastes dinheiro nessas coisas, Amanda.

- Não gastes também. - ele encarou-me sério - Tu perguntaste-me há pouco, então também quero saber o que te hei de dar, não?

- Qualquer coisa serve. Ou então, embrulha-te e vem para minha casa.

Dei uma gargalhada, embora sentisse as minhas bochechas quentinhas.

- Tu não és normal. - ele sorriu -

- Dá-me um beijo. - voltou a insistir e desta vez, levou a mão á minha bochecha -

- Não. Nem pensar.

- Na cara. - neguei - Não me dás um beijinho?

- Achas? Estás bem?

- O que tem? Na cara tem algum mal?

- Não. Mas agora não.

Ele deu de ombros.

O rapaz pegou no telemóvel e focou-se no objeto.

Como ele estava distraído, decidi beijá-lo na cara sem que estivesse á espera. Pousei os lábios na bochecha dele, e o seu olhar pousou em mim.

- Estás feliz? - um sorriso aberto cresceu nos seus lábios - Metes-me a fazer cada coisa. - ele gargalhou, ao ver-me tímida -

- Quando é que me dás um beijo a sério? Podias dar, não estás ninguém aqui.

- Estás a sonhar alto demais, não?
- o moreno riu-se mais uma vez -

- És mesmo difícil.

- Se fosse fácil não valia a pena.