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Andava de volta da cozinha com a minha mãe.

Era quase meio dia, e estávamos a preparar bacalhau á Brás para o almoço.

- O Herman está melhor?
- perguntou a minha mãe -

- Não sei. Ele ainda não deu sinal de vida, deve de estar a dormir.

- Vai ver se ele está bem. Se ele estiver a dormir deixa-o ficar, ele depois come alguma coisa.

- Eu mando-lhe mensagem primeiro.

Saí do quarto e fui rapidamente ao telemóvel.


Herman

Estás acordado?

Sim 

  Caminhei até ao quarto ao lado. Assim que abri a porta, encontrei-o deitado na cama. Ele tinha apenas a luz do candeeiro ligada.

- Bom dia.
- falei sorridente e fechei a porta -

- Bom dia. - ele murmurou, bloqueando o telemóvel -

- Como te sentes?

- Igual.

- Tens dores no corpo?

- Algumas. - afirmou -

- Tomas alguma coisa depois do almoço, está quase pronto.

- Não preciso disso. Conforme vem, conforme vai. - dei uma gargalhada e ele deu um sorriso fraco -

- Eu sei que vai. Mas achas que te quero ver assim? - ele simplesmente encolheu os ombros e deu mais um sorriso -

- Dormiste bem?

- Dormi. Preocupada contigo, mas dormi. E tu?

- Foi um pouco complicado. Mas ainda deu para descansar alguma coisa. - olhei-o nos olhos, estes que estavam arrasados em água devido á gripe que lhe começava a atacar -

- Descansas á tarde. Hoje ficamos em casa.

- Podemos sair.


- Herman, tu não estás em condições. Eu sei que gostas de sair, mas hoje não. Tu não estás bem e eu não quero que fiques pior.

- Obrigado. És linda, Amanda.

Um sorriso surgiu no meu rosto.

Levei a mão á bochecha dele, acariciando-a.

- Tu também és lindo. Demasiado lindo, até.

Ele desviou o olhar envergonhado e riu-se, agradecendo. Sabia que ele era extrovertido, mas bastava um elogio para o deixar tímido.

Conhecia-o suficientemente bem.

(...)

Arrumava a cozinha com a minha mãe.

Oslo ➳ Herman Tømmeraas Onde histórias criam vida. Descubra agora