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Acabava de receber o Herman.

Eram quase três da tarde.

Ele vinha com um ar um pouco cansado. Sabia que as viagens eram exaustivas, mesmo que fosse algo bom de se fazer.

- Estás cansado, não estás?

- Um bocadinho. - ele beijou-me na testa - Como está a minha portuguesa favorita?

- Estou bem. E o meu norueguês?

- Tirando o cansaço, estou bem. Melhor agora, por estar numa companhia tão boa.

Sorri e a primeira reação que tive, foi abraçar o corpo dele. Assim que os meus braços envolveram-se no seu tronco, os dele abraçaram-me de volta.

Admitia que ainda me sentia um pouco constrangida e envergonhada, visto que nos tínhamos beijado recentemente.

- Já comeste alguma coisa?

- Só o almoço.

- Eu vou preparar alguma coisa.

- Amanda, não é preciso. Eu estou satisfeito, obrigado.

- Mas eu vou fazer na mesma. Porque tenho fome.

- Ah... estás a usar-me para comer é?

- Não. - respondi tímida e ele riu-se -

Deixei-o pousar as malas no quarto do Rodrigo.

O rapaz ia ficar connosco até sábado de manhã. Ainda era quarta feira.

- O teu irmão?

- Foi sair com uns amigos. Agora que está melhor da perna, ninguém o pára em casa. - o moreno gargalhou -

- Também já chega, não? Já chega de estar fechado em casa.

- Pelo menos tenho casa livre para mim. Sem pais, e sem irmão...

- Estás como queres. Saiu a tua família para entrar um estranho qualquer. - brincou -

- Não és um estranho qualquer, Herman. Eu conheço-te bem.

Optei por fazer panquecas.

Ao mesmo tempo, ouvia o Herman a relatar sobre os seus dias. Como eu estava de férias, contava-lhe detalhes das mesmas também.

- Quando começas a escola?

- Três de janeiro. Infelizmente.

- Já chega de férias. - olhei indignada para ele, e ele começou-se a rir - Estou a brincar contigo. Também mereces.

- Se queres que vá para a escola, olha, é menos tempo que tenho para estar contigo. - ironizei -

- Achas? Não sou assim tão mau.

- Agora foste. Não quero meter os pés naquele lugar.

Ouvi as suas gargalhadas e ele envolveu o braço ao redor do meu pescoço.

Chegou-se a mim, e encostou os lábios na minha bochecha entregando inúmeros beijos na mesma.

Oslo ➳ Herman Tømmeraas Onde histórias criam vida. Descubra agora