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Colocava a mesa para jantar.

O Herman ofereceu-se para ajudar.


Enquanto isso, o meu pai e o meu irmão permaneciam instalados no sofá, colados á televisão para ver o jogo do Benfica-Porto.

Ter um filho benfiquista e um pai portista, era pedir guerra.

No entanto, ouviu-se um grito do Rodrigo, que deixou o Herman a olhar para mim chocado e confuso.

- Não ligues, o nosso clube marcou um golo. - ele deu uma expressão de compreensão e riu-se -

- É sempre assim? - balancei a cabeça -

- E eles os dois são de clubes diferentes. Que por acaso, ambos os clubes estão a jogar neste momento. Nem quero imaginar a cara do meu pai. - ele continuou a rir-se -

- E ainda não os viste a ir lá para fora festejar.

O meu pai entrou na cozinha, com cara de aziado.

- Então? - perguntei divertida -

O Rodrigo veio a cantar Benfica Alé até á cozinha. Eu e o resto do pessoal riamos da cara do senhor Oscar.

- Não venhas para aqui meter nojo! - comentou o meu pai, ameaçador mas brincalhão -

O Rodrigo, satisfeito com o jogo foi novamente para a sala. Acho que estávamos todos satisfeitos, excepto homem mais velho da casa.

- Está a quanto? - perguntou a minha mãe -

- Dois um. - respondeu o meu pai - Este porto está a deixar-me triste.

- Pai, é mais uma razão para trocares de clube. - desta vez fui eu a brincar -

- Achas? Nunca na minha vida.

A mesa estava quase posta. Faltavam apenas os guardanapos.

O Herman pegou no rolo de papel e pedi para ser eu a meter. Não queria que ele tivesse tanto trabalho.

No momento que ia tentar tirar o rolo das mãos dele, o rapaz fez força.

- Herman...- choraminguei e ele riu-se. Estava a desafiar-me - Dá-me isso.

O Herman arrancou uma folha de papel apenas e deu-me. Olhei irónica para ele.

- O que é que se passa aí? - perguntou a minha mãe, curiosa e divertida -

- É o Herman.

- Eu? - perguntou o rapaz -

- Herman Herman. - chamou a minha á atenção, na brincadeira. - Passa-se alguma coisa entre vocês os dois?

- Ó mãe! Não! - respondi rápida e um pouco atrapalhada -

- Ó Herman, diz tu a verdade. - a minha mãe resolveu brincar com ele -

- Não se passa nada entre nós. - esclareceu, apesar do rosto dele ter ficado corado - Mas se um dia acontecer, terei todo o gosto em ser seu genro.

Oslo ➳ Herman Tømmeraas Onde histórias criam vida. Descubra agora