Capítulo 24.

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P.O.V KARA ZOR-EL

- Sabe, uma hora você vai ter que parar de se lamentar.

Eu levanto minha cabeça do veludo envelhecido do sofá de Cat, olhando para ela da sala de estar.

- Você não deveria ser mais compreensiva?

- Por quê? - Ela zomba de mim enquanto mexe a sopa. - Não fui eu quem disse para você agir como uma idiota.

Eu gemo enquanto pressiono meu rosto contra o sofá, o lugar onde tenho dormido nas últimas duas semanas. Já se passaram mais de dois meses desde a última vez que afoguei as mágoas aqui e, depois de tudo o que aconteceu, parece uma terrível ironia que seja aqui que me encontro novamente. Às vezes me pego pensando se seria melhor se eu pudesse de alguma forma voltar no tempo e me impedir de aceitar aquela trabalho para começar.

Pelo menos então eu não estaria tão miserável.

Mentir para Lena e fazê-la pensar que eu não tinha tempo na minha vida para ela e Lori entrará para a história como a coisa mais difícil que já fiz. Eu sei que, no fim das contas, era necessário, que as duas ficariam melhores sem mim em suas vidas - mas isso não faz com que a dor seja menor. Acho que nunca vou tirar sua expressão de coração partido da minha cabeça. E eu definitivamente tentei.

Não posso nem me permitir imaginar como Lori pode ter reagido quando soube que eu tinha ido embora - pensar nisso por muito tempo faz eu me sentir um lixo completo em vez de quase um lixo. Não tem como uma criança de dez anos entender bobagens complicadas como se sacrificar pelo bem de todos.

Inferno, depois de semanas obcecada com a decisão, até eu acho que é besteira. Nada para o bem de todos deveria fazer você se sentir tão mal.

- Você não falou com ela desde então?

Balanço a cabeça contra as almofadas do sofá.

- Tenho certeza de que as duas ficariam felizes em nunca mais me ver.

- Oh, merda. Não há nada que você possa ter dito que não possa ser consertado com uma boa brincadeira no feno.

- Há tantas coisas erradas no que você acabou de dizer.

- Tudo o que eu digo é brilhante.

Reviro os olhos.

- Eu nem tenho certeza de onde você encontraria feno aqui.

- Você sabe o que eu quero dizer.

- Ela me odeia, Cat - resmungo, enterrando meu rosto. - E ela deveria. Eu fui uma verdadeira idiota.

- Você estava fazendo o que achava que tinha que fazer - ela oferece. - Mesmo que fosse estúpido como o inferno.

- Nossa. Obrigada.

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