No século 19, duas princesas de reinos diferentes se apaixonam.
Aurora, a III rainha de Maldaroth, vive em constante perigo. Um garoto implacável a persegue por toda parte, determinado a matá-la. Ele culpa Aurora pela morte de seu pai, um antigo ini...
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Sinto uma fúria ardente nos meus olhos, como se chamas me consumissem. Bebo um pouco de água, mas é inútil. Nada pode me acalmar.
- Eu te avisei, Aurora. Eu te avisei para não fazer isso. - apertei os olhos, tentando controlar a raiva.
- Avisou? - ela debochou - Talvez...eu não tenha dado a mínima.
- Eu já estou cansada, Aurora. Cansada de você.
- Eu também estou cansada de mim, mãe. Muito cansada. - ela fitava o teto.
O lugar que estávamos estava completamente silencioso, não dava para escutar nada, exceto a minha respiração que pesava.
- Eu já tenho dezessete anos. E mesmo se eu fosse menor você não tinha o direito de fazer isso comigo, mesmo eu sendo um fardo pra você.
- Você não sabe de nada! Não sabe o quão horrível foi ter que parir você, não sabe o quão horrível foi ter que...fingir amar você. - alterei o tom de voz, ela soltou uma risada pelo nariz.
- Você deveria ter pensado antes de transar com meu pai, né, mamãe. - falou num tom sarcástico, me fazendo levantar rápido do sofá e parar em frente a ela.
- Fale direito comigo, sou sua mãe! - gritei.
- Você é minha mãe? Mas você vive falando que me odeia e que eu não sou sua filha. - riu, em menos de um segundo minha mão atingiu seu rosto. Um sorriso maléfico se formou em meus lábios.
Seu rosto ficou vermelho, ela não fez nenhum tipo de expressão. Apenas se levantou e caminhou até a porta calmamente e saiu.
Passei minha mão por meus rosto tentando aliviar meu estresse, o tapa que eu dei nela não foi o suficiente.
- Já sabe o quê vai fazer, Beatrice? - a voz grossa e rouca ecoou pela sala, me virei.
- Não. Infelizmente não, Liam. - me sentei no sofá e ele fez o mesmo.
- Adrian ainda não descobriu nosso plano? - perguntou me encarando, fiz que não com a cabeça. - Vamos conseguir, Beatrice!
- Já não tenho mais esperanças, Liam. Essa...essa gente me sufoca! Essa família me oprime. Eu daria tudo para cravar uma espada no ventre de cada um deles. Especialmente Aurora! - eu esmaguei o copo de vidro entre os dedos, Liam arrancou o copo da minha mão e me abraçou forte.
Escutei barulhos de passos e fiz um gesto para que Liam saísse do lugar.
- Que bom que te encontrei. - a voz de Jayeon me alcançou, eu me ergui com um sorriso falso e a cumprimentei - temos que continuar a nossa conversa.
[...]
Depois de um longo tempo de conversa, nós saímos da sala. Eu procurei Aurora por todo o castelo, até que a encontrei conversando com a Yoon Lee. Ultimamente elas estão muito próximas, Aurora não é de se aproximar dos outros.
- Aurora, venha aqui. - eu interrompi a conversa delas, com um tom de voz severo.
- O que você quer, Beatrice? - ela me olhou com desprezo, enquanto Yoon Lee se afastava.
- Não terminamos nossa conversa, Aurora. Você não deveria ter negado Park Lee. Ele é seu futuro marido e pronto! - eu a puxei pelo braço e a levei para um canto isolado.
- Você não pode me obrigar a me casar com alguém que eu não amo. Você não é minha mãe, você é uma tirana! - ela gritou, soltando o braço.
- Você não sabe o que é amor, Aurora. - falei apontando para seu rosto.
- E você sabe, mamãe? Acha que eu não sei as coisas que você faz pelas costas do papai? Acha que eu não sei que você já traiu meu pai com vários caras, inclusive, um dos guardas. Eu sei tudo, Beatrice. Tudo.
Minha raiva aumentava cada vez mais, meus olhos ardendo em chamas. Eu só tinha vontade de socar a cara de Aurora.
- Me conta, mamãe. O que você tanto conversa com a Jayeon? O quê vocês tanto fazem juntas? Eu sei que não é uma conversa comum e também sei que não estamos no reino delas apenas para passar um tempo, eu sei que estamos aqui porque você está tramando algo.
Fiquei quieta, as palavras foram removidas da minha boca como mágica. Eu tentava falar mas eu estava sendo impedida por falta de argumentos.
- Você não sabe de nada, Aurora. Então acho melhor você calar a porra da boca! - alterei o tom de voz.
- Eu não me calo por muito tempo, mamãe. - ela saiu do lugar que estávamos.
Massageei todo o meu rosto tentando fazer sumir o ódio que me consume.
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Notas da autora:
Esse capítulo era pra ter sido postado a 2 dias, mas eu fui ver hoje que não estava publicado quando fui postar outro capítulo.
