Capítulo 4

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Bianca Sanroman

Ok, não tem por que me desesperar. Eles sempre investigam antes de torturar ou matar alguém, certo?

Errado, pois no mesmo instante em que sai arrastada daquele salão o Capo teve o prazer de me trazer até o torture.

Estou sentada em uma cadeira de ferro, no meio de meu pai e o meu ex noivo velho que estava desesperado falando tudo que pudesse o libertar desse lugar.

Oque o maldito não sabe é que ninguém sai vivo daqui, a não ser os torturadores.

—Cale a porra da boca, caralho de homem pra falar.- gritou o Capo.

Eles não haviam começado com as perguntas, esperavam o restante da liderança.

—Podemos começar com a menina. Ela parece não saber de nada..- ouvi a juíza Luna, falar com o sottocapo que concordou já impaciente pela espera.

—Vamos hermano, começamos com ela.- insistiu ao irmão.

Respiro fundo já sentindo todo meu corpo drenar o sangue que corria minhas veias. Certamente imaginei muitas formas de me matar, ou ser assasinada mas ser morta como uma traidora nunca se passou pela minha cabeça. Ainda mais, por não ter feito nada de errado.

Vejo a sombra do Capo se aproximar de nós.

—Bianca?- me chama já próximo de mim.- Pode nos dizer como seu pai era em casa ?

Engulo em seco olhando de relance para ele que estava apagado com vários machucados no rosto.

—Ele não era de falar sobre os negócios. A única vez que comentou sobre uma negociação foi hoje pela manhã quando me contou sobre o casamento.

—Era uma negociação então? De que sabe dizer?

—Não, ele apenas disse que eu era a garantia para uma parceria futura.-engulo em
seco pensando em como será a minha morte.

Estrangulamento? Tortura física até que não sobre mais sangue no meu corpo? Talvez um tiro se eles forem piedosos.

—Certo. Tem algo a mais que possa ajudar na investigação?- perguntava ainda calmo. Seus olhos estavam ansiosos, e bravos.

—Não senhor.- tremi um pouco a voz soando frio. Ele percebeu já que estreitou os olhos em minha direção.

Jonathan endireitou a postura me encarando friamente, antes de se distanciar trocando palavras com o seu irmão.

Cacete será que ele acha que estou mentindo?

Olhei para baixo me vendo amarrada na cadeira como um animal pronto para ser abatido. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto transparecendo a angústia em meu peito.

—A leve até lá, quando terminarmos aqui termino essa conversa com ela, de forma apropriada.- ouço a conversa da elite.

Levanto o rosto quando um homem se aproxima, me desamarrando. Suspiro aliviada ao sentir minhas mãos livres, mas temendo oque acontecerá agora.

O homem me puxa pelo braço, colocando a fenda em meu rosto antes de me arrastar para algum lugar. Sinto arrepios medrosos a cada passo que dou. Sou jogada em algo fofo e logo tenho a visão de uma sala escura, tenebrosa mas com um cheiro melhor do que a outra.

—Espere o Capo aqui.- disse o homem antes de sair da sala me deixando sozinha.

Olhei ao redor sentindo um pressentimento ruim, uma angústia.

Acontecerá algo essa noite, algo inesquecível.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora