Capítulo 2

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Jonathan Vitteri

Chego a grande festa na casa de um dos juízes, e me preparo para os milhares de flashes que me cegarão um dia.

Desço do veículo e dou a chave do Audi para o manobrista que sorria forçado para mim, não me esforcei para fazer o mesmo. Não era do tipo de forçar simpatia.

Viro para os fotógrafos e dou o melhor sorriso fingindo estar feliz por estar aqui.

Senhor Vitteri, não acha que está atrasado?
É assim que um CEO se comporta?
Olhe para a câmera Jonathan! Ou o senhor só se interessa quando é uma mulher te chamando?

Foram três dos vários insultos que saíram dessas bocas imundas desesperadas por atenção. Obviamente como um bom e educado homem, dei minha desculpa muito sincera pelo meu atraso inesperado.

—Boa noite senhores.- paro em frente a porta do evento a frente de todos e ao lado dos seguranças- Desculpe-me pelo atraso, esqueci que são os senhores que pagam as minhas contas e cuidam das minhas empresas. A minha única função é comparecer aos eventos e sorrir não é mesmo? Falhei como modelo.-fingi tristeza- Então como estão tão desapontados, dêem meia volta e vão a procura de um novo Antônio Bandeiras enquanto me encho  de cachaça e fico mais rico para mandar mais de vocês ao inferno.- Dou um sorriso forçado  dando o dedo do meio.

Mas é claro que não foi isso que eu disse, infelizmente. Era oque eu queria dizer.

—Boa noite senhores, me perdoem houve alguns contratempos.- sorri forçadamente- Agora deixem me ir, antes que alguém coloque minha foto no catálogo de desaparecidos. Até breve.

Ouço algumas risadas e o clima pareceu melhorar, gracias a Dios.

Vou acompanhado dos seguranças até o salão principal que estava cheio, apenas com membros da Nuestra Famiglia. Não queremos que os mundanos estraguem a nossa diversão, a diversão deles para ser mais exato.

Eu me contentaria em comemorar essa década de posse na minha cama, com uma mulher qualquer.Mas é claro que nem nisso o inferno estaria ao meu lado.

—Senhoras e Senhores- ouço a voz de uma mulher no microfone- Nosso Capo, Jonathan Levi Vitteri.- ouço os aplausos quando chego ao campo de visão das milhares de pessoas que estavam presentes.

Que palhaçada, tanta bajulação. Nem parece que a maioria aqui deseja minha cabeça em uma bandeja com uma maçã na boca.

Desço as escadas quando os aplausos estão ao fim e vou em direção a mesa da minha família que não parecia tão animada como mais cedo. Acredito que festas grandes com desconhecidos sanguessugas não os agrade muito.

—Boa noite.- digo quando sento a mesa após falar com poucas pessoas.

—Por que demorou tanto ?- pergunta Isis bebendo seu vinho branco, não encarando a mim mas alguns homens ao redor que pareciam loucos para te-la ao seu lado.

—Estava ocupado.- falo a verdade chamando o garçom pedindo um whisky.

No mesmo instante a caçula Vitteri aparece se sentando a mesa, com uma cara nada contente.

—Esta chegando só agora?- perguntei olhando o meu relógio.

—Sim, se não fosse pelos desejos carnais do meu irmão gritando mais alto, eu chegaria mais cedo.- sorriu forçado.- Passei em casa e troquei de roupa, aquele sofá acabou comigo. Você é bilionário hermano, um sofá bom custa menos que um terno seu.

—Um carro também. Aonde está o buggati?- cerrei os olhos para ela que deu de ombros.

—Não ia andando para casa.-bebericou a bebida que estava em sua mão.- Amanhã ele estará em sua garagem.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora