Capítulo 15

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Bianca Sanroman

Bato na porta ouvindo a voz grossa pedindo para entrar. Mordo o lábio abrindo a porta de madeira devagar vendo Jonathan sentado em sua cadeira de couro enquanto fumava um charuto.

—Oi!- sorri sem graça não conseguindo encara-ló diretamente.- Podemos conversar?

Ele acena soltando a fumaça.

Fecho a porta andando até uma das cadeiras à frente de sua mesa me sentando.

Só Dios e as paredes sabem o quanto eu lutei contra a minha vergonha para vir até aqui conversar com ele.

Eu não sei oque espero dessa conversa, uma reação ruim ou uma risada irônica por achar que ele se importaria.

—Algo errado?- estranhou já que todo esse tempo eu nunca o procurei para nada.

—Não! Na verdade sim, talvez.- me embolo apertando as mãos.

—A faladeira com medo de falar? Deve ser grave.- riu baixo logo parando.- Aquela coisa não cagou no meu sapato de novo cagou?

Ri baixo negando a ele que suspirou aliviado.

—Vim conversar sobre o casamento.

—Vai desistir assim em cima da hora? Estava animado para te ver entrando pela igreja.

Ele parece estar de bom humor! Que estranho.

—Não, é sobre nós.- limpei a garganta me ajeitando.- Quero deixar claro minhas intenções, dizer oque está me incomodando.

—Estou ouvindo muchacha.- se ajeitou tendo toda sua atenção em mim.

—Eu sei que o senhor sabe.- ele não entendeu de imediato mas pela sua cara, já sabia do que eu estava falando.

—Tem o direito de me achar suja, e eu não o julgo. Mas, por favor, eu peço que não me valide por esse acontecimento. Sou mais que uma mulher que foi abusada, pode parecer mas não sou frágil.

—Eu sei que não é.- se levantou vindo se sentar ao meu lado.- Eu queria conversar com você sobre isso, mas estava esperando o momento certo, você ter mais confiança em mim. Quando descobri que você seria a minha esposa, não me preocupei com o seu passado muchacha. Nunca julgaria ninguém por uma coisa dessas.

—Não me acha suja?- abaixei o olhar por um momento.- Me desculpe o importuno, mas eu preciso saber Jonathan. Se não quiser ter nada comigo, em todos os sentidos da palavra, eu preciso estar pronta para essa rejeição.

Eu não estava pronta para me envolver com um homem, não sei se um dia estarei. Mas sei que daqui a dois dias estarei casada, e sei que nesse matrimônio precisarei deixar de lado os meus medos para satisfazer o meu marido.

Eu só estou com medo de me envolver sentimentalmente em algum momento, por um homem que me enoja.

—Não.- respondeu seriamente.- Como eu disse, eu não me preocupo com o seu passado e muito menos te avalio por isso.

—Sinto verdade no que diz, mas não tenho confiança.- suspiro passando a mão no rosto.- Me desculpe, mas algumas ações suas me mostram o contrário do que diz.

—Me diga quais ações.

—Sempre que nos aproximamos um pouco você muda, veste uma máscara fria. Pode ser por medo de se acostumar comigo e possivelmente criar sentimentos, mas eu sinto como se fosse pelo que aconteceu.

—Em alguns momentos eu posso ser frio, mas não por sua causa ou pelo que pode acontecer futuramente. Cuido de muitas famílias aqui, ainda mais depois do que descobri sobre o seu pai e ainda tenho que ser um Capo temido. Cuidar de uma máfia não é fácil muchacha, por isso me desculpe pelas caras feias que farei futuramente.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora