Capítulo 5

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Jonathan Vitteri

Respirei fundo já impaciente pela demora dos juízes. Segundo a nossa lei, não se pode torturar nenhum membro da elite sem a presença da bancada.

Lei fudida do caralho, só queria matar esses cornudos de uma vez.

—Talvez seja um emigrante. Depois da guerra houve muitos casos assim.- disse Juan fumando um charuto.

—Não. Nesse caso não.- passo a mão na barba pensativo.- Ele é um italiano, nascido e residente. O olhar temeroso quando eu o vi, entregou a porra toda.Com certeza mais um plano daqueles figlo de puttana!

Há anos tentavam uma aliança conosco, mas nunca conseguiram. E se depender de mim nunca conseguirão.

—Cala a boca!- ouço o grito de um dos meus homens para o italiano bastando que chorava desesperadamente.

Me pergunto que tipo de treinamento este muchacho recebeu? Não parece um dos homens da elite.

—Eu acredito que ela não tenha nada haver com essa situação. Túlio não parece o tipo de homem que leva questões de trabalho para casa.- alegou meu irmão pensativo.

E ele realmente não é esse tipo de homem, mas não tenho total confiança nessa loira.
Já mandei homens para a casa deles, afim de investigar até o tipo de pasta de dente que usavam pela manhã.

—Por que ele esconderia a garota?- ouço a conversa da Juíza com Juan.

Ambos ficaram surpresos, assim como eu, por saber que ela estava viva.

—Eu não sei, mas coisa boa não é.- respondeu a juíza com o olhar frio sobre Túlio ainda desacordado.

A porta é aberta e por ela entram o restante dos juízes que faltavam, inclusive Martim.

—Que caralhos aconteceu aqui?- perguntou a mim depois de encarar os machucados no rosto de Túlio.

Quando os homens foram busca-lo para trazer de forma civilizada até aqui, o imbecil relutou atirando em dois deles. Claro que não deixariam um pedido de surra amistoso desse passar em pune.

—Nada que o prejudique mais do que já está.- aleguei logo chamando a atenção de todos.- Hoje, descobririam tentativa de traição por meio de Túlio Sanroman. O mesmo planejava dar sua filha em casamento em troca de uma parceria ainda não reconhecida por nós, com um inimigo italiano.

—Espera ai, a filha dele está viva?- Martim quase grita, assustado assim como todos presentes.

De tudo que eu falei esse imbecil só se importou com essa parte?

—Sim. Peço aos juízes, conforme diz a nossa lei, que me autorize a tortura-ló afim de respostas como um traidor, condenando a morte em praça pública pela manhã.

Há anos não havia uma morte pela elite, a última foi quando meu pai matou o ex Capo tomando o poder.

—Capo, espere que ele acorde e tomamos a decisão. Ele pode ser sido enganado.- disse Martinez o outro juíz.- Oque me preocupa é essa muchacha.

—Oque tem ela?- questionou Juan apagando seu charuto depois de um olhar de reprovação dos juízes.

—Depois conversamos sobre isso.- alegou Martim soltando a sua gravata.- Ele não foi enganado, nem que fosse o mais idiota dos homens.

—Questionaram o homem italiano?-apontou para o velho que ainda chorava desesperadamente.

—Não, esperei todos chegarem para isso.- suspiro tirando o paletó logo olhando para Luna, que se assustou já sabendo oque eu planejava.- Quero que a juíza faça o questionário.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora