Capítulo 11

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Jonathan Vitteri

Ando a passos largos sobre todo o salão, não podendo ignorar alguns membros.
Agora estava preso conversando com Micael Esparza que me avisava sobre a suposta traição que um dia minha esposa possa cometer.

—Se o pai foi capaz de escondê-la e nos trair, imagina oque essa garota pode fazer com você.- avisava ele- A maçã não cai tão longe da árvore.

Era só oque me faltava! Maldita lei que me proíbe de atirar em quem quiser.

—Escute, o seu pai traiu a sua mãe com um homem e a abandonou por causa dele. Então o senhor está me dizendo que fará o mesmo um dia com a sua esposa?- pergunto entrando no seu jogo, vendo seus olhos arregalados junto a sua esposa que cobria os ouvidos do filho que me encarava curioso.

—Mas é claro que não, sou completamente diferente de meu pai.- falou alarmado pela minha acusação.

—Então, não ouse julgar a minha noiva por um erro que ela não cometeu.- disse firme- Passar bem.

Volto a andar agora ignorando qualquer pessoa que tente prolongar alguma conversa longa sem propósito algum.

Martinez estava planejando algo e coisa boa não era.

Chego ao escritório do casarão o vendo sentado na cadeira de couro fumando um charuto, aparentemente esperando que eu aparecesse.

—Sente-se Capo.-mandou ele apontando para uma das cadeiras a frente da mesa.

Sentei e esperei pacientemente oque ele queria comigo.

—Oque foi caralho?- pergunto ajeitando o meu terno.

—A elite resolveu adiantar o casamento para a próxima semana, no sábado.- revelou analisando a minha reação.

—Não, isso será uma escolha minha e de minha noiva.- disse calmo.

O quanto eu puder adiar, adiarei.

—Não, não será. Eu sei de todos os seus passos garoto. E não posso deixar que o sobrenome sujo da sua futura esposa estrague os negócios.- diz parando de fumar me fazendo dar um sorriso de lado.

—Acredito que nessa máfia não há ninguém de sangue puro, Martinez. Mas nós dois sabemos que o sobrenome de minha noiva é tão puro quanto o seu. E é Capo não garoto.- o corrigi em um tom sério.

—Oque o pai dela fez manchou toda a reputação do legado que a família lutou para construir. Ela sendo ou não culpada, carregará esse fardo ao seu lado.

—Quer que eu faça oque? Desista do casamento?- cerrei o olhar sacando o jogo dele.- Oque você está planejando?

—Acredito que seu pai não tomou a decisão correta. Há muitas meninas que mereciam o cargo de primeira dama.

—Sua filha por exemplo não é?- quase ri.- Estarei no altar na próxima semana ansioso para me casar com a Sanroman. Se quis adiantar para que desistisse, se enganou. Faça um pacto com o diabo para conseguir casar aquele mostro que você diz ser uma mulher.

Mulher feia do cão.

—Olhe o respeito.- alertou desconfortável.- Ha mais uma coisa.

—Fale de uma vez, tenho coisas importantes para resolver.

—Os italianos ficarão para o casamento.- fecho mais a minha cara com a porra da novidade que acabou com a minha noite.

—Não quero esses homens aqui.- disse sério não querendo prolongar esse assunto.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora