Capítulo 16

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Jonathan Vitteri

—Certo, por que vocês não brincam de ser mudos e calam logo a porra da boca?- perguntei calmo encarando Juan Pablo e Santiago que lançaram olhares tediosos para mim.

—Você está precisando foder.- reclamou Juan Pablo se sentando em uma das cadeiras.

—Estou precisando de férias.- passo a mão no rosto já sentindo a minha dor de cabeça.

Ainda era cedo quando os dois invadiram meu escritório afim de me convencer a ir para uma boate, para minha despedida de solteiro.

Ainda parece mentira que amanhã irei me casar com uma loira faladeira.

—Pajero hoje é o seu último dia solteiro por que não aproveita isso?- reclamou Santiago se sentando ao meu lado.

—Porque status de relacionamento não dita a minha vida.- aleguei vendo os dois me imitarem com a voz fina.

Ninguém merece! Cadê a minha arma?

—Até parece.- falou Juan Pablo caçoando de mim.

—Vamos hermano! Será divertido.

—Não e você nem deveria estar no meio disso, é muito novo.- vejo a indignação crescendo no rosto de Santiago e me preparo para os resmungos.

—Eu tenho 20 anos Jonathan!- gritou ele batendo na mesa.

—E está agindo como uma criança.- briguei vendo o seu bico.

Santiago sempre foi muito mimado por mim eu admito. Mas era o único jeito que eu vi de mostrar a ele que sempre estaria ali, como um irmão e pai que ele nunca teve.

Quando nosso pai morreu ele ainda era um bebê. Minha mãe se isolou de nós, se tornando fria e inalcançável, Juan fugia arrumando confusão por onde passava. Estava preso em aulas e torturas mas sempre que podia dava toda minha atenção a ele.

Antes da discussão começar ouço o tocar da campainha.

—Podemos beber aqui em casa mesmo, não estou muito afim de sair.- dei de ombros ouvindo seus resmungos.

—Qual seria a graça? Libera esse piru antes que ele seja só de uma mulher.

Reviro os olhos quase dando um tiro em mim mesmo.

—Minha oferta é essa, se não estão interessados vou voltar a trabalhar.- me levanto mas fui surpreendido quando o rosto de um puto apareceu no meu campo de visão.

—Oque fazem sentados caralho! O rei da noite chegou.- sorriu William com uma garrafa de whisky na mão.

—E a minha empresa caralho?- fingi estar puto, rindo em seguida dando um abraço de lado.- Seu pajero achei que não viria.

—Bom, eu estava em Madri mas alguém me ligou como pedido de presente.- ele apontou para Santiago que sorriu torto mostrando o polegar- E eu não recusaria uma despedida de solteiro nem fudendo.

—Estava em Madri?

—Sim.

—Pode voltar se quiser, aproveite e leve esses dois com você.- sorri forçado ouvindo os xingamentos.

William é o nosso primo de primeiro grau, filho do meu tio por parte de pai. Crescemos juntos e há alguns anos não nos víamos já que estava bastante ocupado com os deveres da Máfia e ele comandando a nossa empresa na Espanha. Com a saída de Santiago da empresa nos Estados Unidos, o mesmo está se desdobrando para lidar com ambas.

—Ha tempos não aprontamos hermano, vamos aproveitar que o Will está aqui.- sugeriu Juan com uma sobrancelha levantada.

Respirei fundo pedindo forças ao inferno.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora