Capitulo 19

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Jonathan Vitteri

Estava na mesa de bebidas acompanhado de alguns investidores que não paravam de sorrir.

—O novo herdeiro com certeza virá mais cedo do que imaginamos.- comentou um deles.

Até dei um sorriso por essa ilusão. Coitado, nem imagina que nunca virá um filho vindo da loira.

—O Capo terá o prazer de adiantar esse trabalho não é?- riu outro sendo acompanhado dos demais.

Nunca colocaria uma criança no meio dessa porra. Homens que lidam com crianças como se fossem um trabalho de escola.

Eu sou um filho da puta, isso não nego, mas família para mim é algo importante demais para ser tratada como um negócio.

—É claro senhores.- sorri falso para eles que se animaram ainda mais.

—Vamos ver se a filha de Túlio consegue ser um membro melhor que ele.- caçoou um deles recebendo meu olhar de repreensão.

—Não esqueça que agora ela não é mais filha de um juiz, e sim a primeira dama. Filtre oque diz!

—Desculpe Capo, não era a minha intenção ofendê-la.- fingiu arrependimento.

Seguro a revirada de olhos prestando atenção em outra coisa.

Ao longe observo Rafael e Eduardo interagindo com alguns membros. Bem longe da Elisa que dançava na pista de dança com minha esposa.

Sempre pensei que quando me casasse, não sentiria nada. Mas a emoção de vê-la entrando na igreja, nunca será esquecida por mim.

Ela parecia um anjo de tão perfeita.

—Capo?- Martim chama minha atenção.- Venha conhecer alguns investidores.

Algo está errado.

Me levanto acompanhando o velho até a pequena cabana, que mais parecia um escritório.

Ao entrar vejo a elite nada contente.

—Oque houve?- pergunto sem rodeios cruzando os braços.

—Um Sanroman.

Franzi o cenho olhando para Martim rapidamente.

—Está morto, oque estão tentando dizer?

—Túlio teve mais um filho, um homem.- mostram o tablet o rosto de um garoto, aparentemente mais velho que Bianca.

—Não é da famiglia.

—O bastardo é italiano.- respondeu Martinez.

Puta que pariu, que inferno.

—Deixem onde ele está.

—Ele é um membro como todos nós, foi renegado mas ainda tem sangue mexicano nas veias. Não negamos a famiglia.- brigou Martim.- Me diga Capo, oque iremos fazer?

Passei a mão no rosto, respirando fundo em seguida.

—Querem mesmo esses homens como aliados não é? Esse bastardo não apareceu do dia para a noite.- ri sem humor.- É o dia do meu casamento, não estou afim de tomar decisões hoje. Amanhã conversamos sobre isso, mas por enquanto esse homem está morto para mim.

Olho uma última vez para elite saindo da cabana em seguida.

Preciso de uma bebida mais forte.

Volto ao bar, pedindo a cachaça mexicana. Assim que me é entregue viro o pequeno copo de uma vez, sentindo o ardor em minha garganta.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora