Capítulo 26

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Jonathan Vitteri

Caralho, por que esses filhos da puta não atendem o celular?

Jogo o aparelho para o banco de trás respirando fundo. Olho para o relógio em meu pulso, vendo que estava bastante atrasado para os compromissos de hoje.

Vejo no visor um dos juízes me ligar insistentemente.

Bufo irritado querendo jogar esse carro por cima da ponte e me afogar lentamente. Talvez assim eu tenha um pouco de paz, nem que seja para ir ao inferno em seguida.

Ouço meu telefone tocar aparecendo no visor do carro o nome de River.

Atendo pedindo paciência ao inferno para não mandar ninguém para lá hoje.

—Posso saber por que os caçulas estão fora de área?

—Foram levados para San Miguel, uma ordem de Martim.

Agarro o volante com mais força, temendo causar um acidente.

—E desde quando Martim tem autoridade sobre você? Eu sou a porra do seu chefe não ele. Se quiser continuar respirando é melhor trazer meus irmãos para casa.-ordeno desligando a chamada.

Que caralhos Martim tem na cabeça? Quer morrer?

Chego aos limites do quartel, vendo alguns membros amontoados em frente ao casarão.

Muitos revoltados pela falta de respostas que a Elite não quis dar. Obviamente essa culpa vai cair pra cima de mim e terei que dar o meu cu para resolver.

Guardo o celular no bolso da calça, saindo do meu carro em seguida.

Meu humor estava péssimo, ficar em casa não ajudou em nada com a minha preocupação com o bastardo filho da puta.

Andei ate o hospital sendo acompanhado por alguns seguranças.

—Capo.- sou recebido pelo médico que veio até mim apressado.

—Algo errado?- estranhei.

Mais um problema hoje eu taco fogo nesse lugar e mando todos pro caralho!

—Sua mãe teve um surto durante a madrugada.- andávamos juntos até o quarto.- Seu irmão tentou acalma-la mas sem sucesso.

Paramos em frente à porta e por ela vejo Martim e Juan lá dentro conversando com Ísis que já estava calma.

—E qual foi o motivo do surto?

—Ela só gritava palavras desconexas, se batia. Não deixava ninguém chegar perto e já se encolhia.- suspirou antes de me olhar apreensivo.- Como eu disse ontem senhor, o que mais foi afetado foi o psicológico.

Entramos no quarto tendo a atenção de Martim e Juan Pablo.

—Seu olho está pior.- apontei para o meu irmão que deu de ombros.

—Contanto que eu não fique cego, eu não me importo.

Balanço a cabeça em negação, indo para perto da minha progenitora.
Ela não me olhava e parecia estar em outro lugar.

—Demos uma quantidade pequena de sedativo, para ela descansar um pouco.- explicou o médico.

—Ísis.- chamei e ela me olhou aérea.

Seu olhar era o mesmo daquele dia.
A dor, a raiva. Conseguia ver isso claramente.

Porra! Eu preferia que ela estivesse indiferente, mas não. Ela quer colocar essa dor pra fora agora.

—Acho que não é um bom momento de tentar uma conversa Jonathan.- avisou Martim.

—Com ela não, mas com você eu vou ter uma conversa séria Juíz.- olhei sério para ele que não temeu a minha ira.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora