Capítulo 6

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Jonathan Vitteri

—Que porra é essa? Me soltem seus inúteis!- ouvia os berros de Túlio que tentava inutilmente se soltar.

Caminhei lentamente até ele, que levantou uma sobrancelha desconfiado.

—Capo? Oque está acontecendo? Por que estou aqui?- a confusão em seu rosto foi mudando para medo assim que viu Martim ao meu lado.

—Alguém pode me dizer oque está acontecendo?- suspirou puto puxando as correntes.

—Por que você não me diz oque faz com a sua filha toda noite? Ou se preferir peço para que algum homem retrate em você.

—Capo eu não sei do que está falando!

Ele não falará por livre e espontânea vontade, como imaginei.

Vou até a mesa de objetos pegando um cigarro o acendendo. Dou uma tragada antes de voltar pra frente de Túlio.

—Fiquei sabendo que sua filha está noiva.- seguro o cigarro encarando seus olhos que foram a Martim e depois voltaram para mim.

—Sim.

—Um homem da nossa famiglia acredito.

—Claro, senhor.

—Me conte sobre ele.- dei mais uma tragada no cigarro pegando uma cadeira ficando a sua frente.

—Não tem muito a se dizer..-sua fala foi interrompida por mim, que segurei o seu rosto apertando o cigarro em sua boca.

Seu grito surpreso ecoou pela sala me deixando ainda mais animado.

—Pronto,- tirei o cigarro de seu lábio que sangrava um pouco.- está purificado pronto para falar a verdade como a nossa lei manda.

—Eu não sei oque querem que eu diga.

Sorri me aproximando do seu rosto que foi pra trás em alerta.

—Me diga que escondeu a sua primogênita da famiglia para que eu não descobrisse que a minha prometida não é mais pura. Diga que armou todo um plano para que a levassem para os inimigos, certamente trazendo uma guerra para nós. Diga que não foi um juíz íntegro como você faz questão de enfatizar em cada ação social organizada pela sua famiglia que acreditou por um momento que você era uma visão de um juiz e pai de família prestigiado.-me levanto ajeitando a postura.- Diga para que eu te de a morte mais humilhante e dolorosa possível. Me de essa honra Sanroman!

Sua máscara de falsa honestidade foi se desfazendo aos poucos, deixando com que os demais juízes se aproximassem, prontos para o julgamento final.

—Diga seu imprestável!- gritou Martim.

Ele riu balançando a cabeça em negação, passando a língua nos lábios antes de encarar a todos orgulhoso pela suas próximas palavras.

—Escondi a Bianca de vocês, principalmente de você por todo esse tempo, sem desconfianças.-riu sem humor me encarando.- Eu armei o noivado, mas não achei que aquele imbecil fosse tão burro de não saber fingir a porra de um sotaque. Quis me livrar dela, não com medo de descobrirem oque fiz, mas por não aguentar vê-la todos os dias, por ter o meu sobrenome, queria matá-la mas não tinha coragem.

—Não precisava ter feito oque fez, podia dá-la a nós e sumir da vida dela.- Luna se prontificou.

—Sua idiota! Eu não queria que ela fizesse mais parte dessa famiglia, ela não é digna, o sangue não é puro.-cuspiu as palavras como um maniaco.

—Por que fez isso com ela? Tulio, é a sua filha!- Martim falava ainda sem acreditar.

—Abandonem esse personagem de bom samaritanos.-deu de ombros.- Eu via a mãe nela, a desejei e a possui. Não deveriam se meter nisso.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora