O Rei do crime

Capítulo 12

Bianca Sanroman

Já estava na casa do Capo, no quarto de hóspedes para ser mais exata.

Assim que chegamos subi para tomar um banho gelado, vestindo um pijama de Elisa.

Não estava com sono, na verdade estava com bastante energia.

Jon já havia dominado a casa de meu noivo, até um quarto ele tem.

Ouço batidas na porta e logo um homem careca aparece.

—Senhorita Bianca? Posso entrar?- perguntou parado na porta. Acenei me ajeitando.

—Sou Michael, mordomo da casa, mas todos me chamam de Mick.- se apresentou me fazendo sorrir.- O senhor Vitteri a espera para jantarem.

Nossa presença no noivado foi tão rápida que nem se quer jantamos.

—Certo. Tem problema eu ir de pijama?- enruguei a testa caindo em si de que perguntei isso para um mordomo.- Me desculpe.

—Creio que hoje o Capo não se importará.- respondeu educadamente.

—Obrigada.

O segui até a sala de jantar, enquanto admirava toda a casa.

Ela era linda, moderna e grande sem exageros. Os tons eram amadeirados, mais rústicos. Me sentia confortável como se transitasse aqui sempre.

Oque me impressionou foi ver a quantidade de fotos espalhadas pela casa. Algumas ainda com o antigo Capo vivo.

Conseguia sentir a alegria em cada uma delas.

—O jantar já será servido.- avisou quando chegamos.

Encarei o Capo que não me olhou de volta. Seus olhos estavam vidrados no celular.

Me sentei brincando com os meus dedos sem saber oque falar.

—Sua casa é muito bonita.- comentei mas acho que ele não me ouviu, ou só não quis responder.

Acho que já enchi a paciência dele essa noite, melhor ficar na minha.

O jantar foi servido e sem cerimônia comi tudo. Estava faminta. Passei o dia sem me alimentar ansiosa pela festa.

Terminei de comer me limpando com um guardanapo.

—Nos casaremos no próximo sábado.- revelou me fazendo engasgar com a saliva.

O olhei abismada ainda tossindo um pouco.

—Achei que seria daqui um mês.- lembrei-me de nossa conversa de ontem.

—A elite marcou temendo que fugisse do compromisso.- explicou.- Não que eu fosse fazer isso, mas já passou bastante tempo desde a idade de que eu deveria me casar.

Certamente, já que o correto seria ele se casar quando atingisse a maior idade.

—Esperam um herdeiro.- pensei alto chamando sua atenção.

—Não contei a ninguém sobre sua infertilidade. Acredito que será melhor assim.

Acenei não querendo conversar sobre isso.

—Sabe que esse assunto vira a tona em algum momento.

—Daremos um jeito, não se preocupe.- colocou sua mão sobre a minha, me assustando no primeiro momento.

Ele estava me confortando?

Encarei minha mão depois o seu rosto que estava confuso.

É a primeira vez que um homem me conforta.