Capítulo 3

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Bianca Sanroman

Olhava as árvores balançarem, os pássaros pareciam livres imersos ao mundo terrível que voavam lindamente. O dia parecia ajudar a essa linda paisagem, o sol quente dava vida a cidade del México.

Olhei para frente tendo agora a visão de meu quarto, não tendo ânimo nenhum para levantar e querer viver mais um dia.

—Senhorita Bianca?- Rita entra no quarto timidamente.- Seu pai a espera no escritório.

Levanto devagar me esforçando para não transparecer que o meu corpo implorava para que descansasse mais um pouco. Tudo doía.

—Precisa de ajuda?- pergunta Rita preocupada.

—Não precisa, obrigada.- digo entrando no banheiro acreditando que um banho me cairia bem agora.

Fecho meus olhos quando sinto a água gelada ir de encontro a minha pele me fazendo relaxar momentaneamente.

Essa é a única hora em que posso ficar a sós comigo mesma. Sem ninguém em cima de mim me cobrando ou forçando algo.

—Senhorita, seu pai está com pressa.- ouço Rita.

Bom, parece que meu momento de descanso já acabou por hoje, quem sabe amanhã eu possa aproveitar um pouco mais. Caso meu pai não esteja em casa.

Túlio Sanroman, juiz reconhecido pela sua inteligência e conservação política e privada. Não é um pai que eu sonhei ter na vida, mas parece que é o meu castigo de algo que fiz antes de nascer.

Saio do banho colocando uma roupa qualquer que me cobrisse por inteira indo de encontro a Túlio.

Quando chego, bato a porta antes de adentrar o ambiente que me deixa arrepiada.

—Que demora! Se demorasse mais te arrancaria daquele quarto do jeito que estava.- gritava ele bravo.

E olhe que não demorei nem 15 minutos.

—Desculpe, não acontecerá novamente.- afirmo me sentando em uma de suas cadeiras.

—E não acontecerá mesmo, pois logo você não morará mais aqui.- diz e eu o olho sem entender.

Oque?

—Se casará daqui uns dias com Paulo Megatrov, fizemos algumas negociações e o mesmo aceitou você como garantia de uma parceria futura.- dizia calmante enquanto eu surtava por dentro.

—Eu.. mas eu não quero.- sussurrei o mais baixo possível por medo do que ele faria se escutasse. Mas sei que escutou.

—Caso, o seu casamento com ele não dê certo será dada aos Russos. Será vendida a eles como prostituta.- diz olhando algo no celular como se oque acabou de falar não fosse nada demais.

—Mas, porque não posso ficar aqui? Cuido da casa como minha mãe cuidava. Eu a não lembro ?- questiono e ele bate na mesa não gostando do que eu disse.

—Sem questionamentos Bianca. Não quero você aqui, logo arrumarei uma nova esposa e sucessivamente outro herdeiro. Quero esquecer que você e sua mãe existiram, me entendeu?- engulo em seco temendo que sua raiva caia sobre mim de outra maneira .- Não a quero na minha vida, e só não te mato porque teria que dar explicações ao Capo e ao conselho, não quero mais problemas envolvendo você. Estou até sendo bom em dá-la em casamento. Aproveite e finja que eu nunca existi na sua vida pois eu farei o mesmo com você. Sua sujeira não impedirá de dar prazer a ele.

Seguro as lágrimas sentindo a raiva domar o meu peito. Raiva, nojo. Eu passei por tudo de ruim, para na primeira oportunidade ele me vender como uma grande negociação.

O Rei do crimeOnde histórias criam vida. Descubra agora